sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL DO MICRONUTRIENTE FERRO EM ATLETAS FEMININAS

O ferro é um dos micronutrientes mais estudados, devido ao importante papel que desempenha no metabolismo humano e a grande incidência de sua deficiência nutricional na população. É necessário para várias funções, como transporte e armazenamento de oxigênio, reações de liberação de energia na cadeia de transporte de elétrons, síntese de citocromo, imunoproteínas e neurotransmissores, além de outras reações metabólicas essenciais.

A deficiência nutricional de ferro e a anemia ferropriva são encontradas muito facilmente na população, atingindo, principalmente, bebês com menos de dois anos de idade, meninas adolescentes, mulheres grávidas, idosos e atletas de várias modalidades esportivas.
Os interesses voltados às pesquisas de avaliação do perfil nutricional baseado nos níveis séricos do ferro em atletas estão além do fato da anemia ferropriva ser um problema de saúde pública mundial, já que, nos atletas, existe uma perda de desempenho físico devido a vários fatores, sendo, um dos principais, a diminuição da capacidade do organismo em transportar oxigênio aos tecidos.
Em comparação à população geral, observa-se que parte das atletas que praticam atividades com predomínio do sistema energético aeróbico, pode apresentar concentrações de hemoglobina levemente baixas, mesmo sem apresentar deficiência de ferro ou sintomas clínicos característicos. Esse fenômeno recebe o nome de pseudoanemia dilucional, pois, na realidade, o atleta não apresenta uma anemia verdadeira, com diminuição do número de hemácias, e sim um aumento do volume do plasma, sendo esta, uma adaptação fisiológica em resposta ao treinamento.
A anemia por deficiência de ferro causa diminuição do metabolismo aeróbio e aumento da fadiga, devido à quantidade insuficiente de hemoglobina para o transporte de oxigênio aos tecidos. Ocorre, também, a diminuição de mioglobina e de outras proteínas que contém ferro no músculo esquelético.
Um estudo com atletas que jogam futebol onde foi feito um diário alimentar, um questionário de frequência alimentar e avaliação antropométrica, observou-se que os valores antropométricos, proteínas, carboidratos e lipídeos foram considerados saudáveis para pratica esportiva. Porém apenas a minoria das atletas apresentou ingestão adequada dos micronutrientes que auxiliam e que dificultam a absorção de ferro. Apenas 10,53% das atletas atingiram o ponto de corte recomendado para a ingestão adequada do mineral ferro. A ingestão de ferro abaixo da meta de ingestão, não refletiu nos parâmetros bioquímicos e hematológicos avaliados individualmente.
O estudo também sugere que a existência de evidências que podem sugerir um mecanismo compensatório, em que o esforço físico sobre atletas com ingestão deficitária de ferro, provocaria uma absorção mais eficiente do mineral.
 Bruna Sousa Albino

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