Intestino preguiçoso
tira o humor de muita gente. "A prisão de ventre, ou constipação
intestinal, é uma das queixas mais frequentes nos consultórios médicos. Atinge
20% da população mundial e é mais comum em mulheres e idosos", conta o
gastroenterologista Hélio Rzetelna, mestre em Gastroenterologia pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor universitário.
"O problema é caracterizado pela
dificuldade de evacuar, diminuição do bolo fecal, fezes endurecidas ou número
de evacuações inferior a três por semana", esclarece o gastroenterologista
Ricardo Henrique Rodrigues, coordenador médico do Ambulatório Geral da Santa
Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro.
Parou
por quê?
Existem várias causas para o intestino
travar, mas a baixa ingestão de água e de fibras é a principal delas, confirmam
os especialistas, que apontam outros fatores agravantes. "Na gravidez, o
útero pressiona o reto e a porção inferior do cólon, atrapalhando o trânsito.
Já no hipotireoidismo, o baixo nível de hormônio tireoidiano prejudica o
movimento do intestino grosso. O uso de medicamentos como analgésicos e
antidepressivos e até a presença de tumores no intestino grosso podem
igualmente provocar a constipação", completa o gastroenterologista José
Galvão Alves, chefe da 18ª. Enfermaria do Hospital Geral da Santa Casa de
Misericórdia do Rio de Janeiro e professor titular de pós-graduação em
Gastroenterologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
"Problemas neurológicos, como Mal de
Parkinson, e psicológicos, como traumas por abuso sexual, também são
desencadeantes", finaliza Hélio Rzetelna.
Para
o trânsito fluir
Há uma série de medidas que melhoram o
funcionamento do intestino, da mudança dos hábitos alimentares à malhação. Mas
se os cuidados não derem resultado, é indispensável consultar um clínico
profissional. Pode ser ainda que a pessoa precise ingerir remédios prescritos
pelo médico, geralmente laxantes osmóticos (como sulfato de magnésio), à base
de fibras vegetais ou de óleo mineral, entre outras substâncias que aumentam a
formação do bolo fecal e facilitam a saída das fezes.
Em situações de emergência, a pessoa pode
ainda sofrer uma lavagem intestinal, feita com sonda retal, que retira os
resíduos fecais. E o que acontece se a pessoa não se tratar? "Além de
prejudicar a qualidade de vida, nos últimos anos a constipação aumentou o
índice de doença diverticular e de câncer do intestino grosso", responde
José Galvão Alves. Então vamos ver como melhorar essa situação:
1.
Acerte o cardápio
Uma dieta pobre em fibras é prejudicial para o intestino. Isso porque elas agem como laxante natural, aumentando o bolo fecal. Conforme os nutricionistas, 30 g são suficientes. Elas estão presentes em verduras com talo e folhas verdes (couve) e cereais integrais (aveia, farelo de trigo).
Outros alimentos antiprisão de ventre:
frutas emolientes como ameixa, figo, pêssego, abacate, mamão e tamarindo, e
ricas em fibras como manga, laranja (com bagaço), abacaxi e jaca. Já outras que
têm pectina (banana e maçã) e tanino (goiaba e caju) devem ser evitadas.
"Iogurte com
lactobacilos especiais auxilia no tratamento do intestino preso. Alimentos com
psyllium, fibra dietética extraída da semente da Plantago de Ovata, também
ajudam, mas devem ser consumidos com moderação", sugere a nutricionista
Fabiana Case, da Clinica e SPA Harmonya, do Rio de Janeiro.
2.
Beba mais água
Sozinhas, as fibras podem até piorar a prisão de ventre. Por isso, além delas a dieta deve conter muito líquido, que amolece o bolo fecal e facilita sua saída. No mínimo, dois litros por dia. Você pode ainda consumir sucos naturais (mamão com laranja é ótimo). Só fique de olho para não extrapolar nas calorias.
3.
Eduque o seu intestino
Determine um horário para sentar-se diariamente no vaso sanitário, mesmo sem vontade de evacuar, e permaneça uns 10, 15 minutos. Não desanime se não funcionar nos primeiros dias. Com o tempo, a resposta ao chamado do organismo vira hábito. "O ideal é que esse horário seja logo após uma refeição, para aproveitar a ativação dos movimentos do intestino", recomenda Alex Botsaris.
4. Deixe a vergonha de lado
Nem todo mundo consegue usar banheiro coletivo ou ir ao toalete alheio. Mas ficar segurando só atrapalha. "Deu vontade, vá. A constipação piora muito quando bloqueamos o estímulo evacuatório", explica José Galvão Alves. O desejo pode até passar na hora, mas gera uma distensão gradual do canal anal, retendo mais e mais bolo fecal.
5.
Mexa o corpo
A atividade física é uma ótima opção para
combater o problema. Exercícios regulares já! Assim, a adrenalina é liberada e
estimula as contrações do intestino, facilitando a evacuação. Caminhadas por
mais de 30 minutos, natação e ioga estão entre as melhores escolhas.
Postado por:
Christiana Nastari
Referência:
Nina Bellino
www.ig.com.br
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