Diversas evidências epidemiológicas e experimentais confirmam a associação entre a diminuição de horas de sono e aumento do risco de obesidade.
O sono é um importante modulador da função neuroendócrina e do metabolismo da glicose. A redução do tempo de dormir resulta em alterações metabólicas e endócrinas, incluindo a diminuição da tolerância à glicose e da sensibilidade à insulina, desequilíbrio dos hormônios anorexígenos e orexígenos, com consequente aumento do apetite.
Os estudos epidemiológicos, realizados em diferentes regiões geográficas, têm examinado a associação entre sono e obesidade, tanto em adultos quanto em crianças. A maioria dos estudos encontrou uma associação significativa entre o sono curto (<6 0="" 18="" 1="" 5="" 604.509="" adultos="" aqueles="" aumento="" com="" de="" demonstrou="" div="" dormiam="" duos="" e="" estudos="" h="" horas="" indiv="" lise="" menos="" metan="" noite="" obesidade.="" obesidade="" p="" para="" por="" que="" relativo="" risco="" sono.="" um="" uma="">
Buxton e Marcelli (2010) realizaram um estudo com 56.507 adultos entre 18 e 85 anos de idade, que demonstrou um aumento de 6% na probabilidade de desenvolver obesidade nos indivíduos que tinham duração do sono (auto-relatada) de menos de 7 horas por noite.
Os mecanismos relacionados com horas de sono e obesidade ainda não estão totalmente esclarecidos, mas os pesquisadores apontam que os distúrbios causados pela diminuição nos horários de sono influenciam o apetite, saciedade e, consequentemente, a ingestão alimentar, favorecendo o aumento da obesidade.
Estudos demonstraram que a grelina, um hormônio orexígeno (que promove a fome) está aumentado após a restrição de horas dormidas, enquanto que a leptina, um hormônio anorexígeno (que contribui para a percepção da saciedade), está diminuído. Além disso, a diminuição de horas de sono pode afetar o gasto energético corporal, pois a leptina, é um hormônio que aumenta o gasto energético e, portanto, mudanças nos níveis de leptina após a privação de sono afetam tanto a ingestão calórica quanto o gasto energético.
Segundo os autores destes estudos, dormir é um processo restaurativo do cérebro, importante para a saúde física e mental. A diminuição da duração do sono é bastante comum na sociedade e levanta preocupações sobre impacto negativo dos distúrbios do sono na saúde em geral.
Postado por: Flavio Faitarone
Bibliografia (s)
Beccuti G, Pannain S. Sleep and obesity. Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 2011;14(4):402-12.
Buxton OM, Marcelli E. Short and long sleep are positively associated with obesity, diabetes, hypertension, and cardiovascular disease among adults in the United States. Soc Sci Med. 2010;71(5):1027-36.
Crispim CA, Zalcman I, Dáttilo M, Padilha HG, Tufik S, Mello MT. Relação entre sono e obesidade: uma revisão da literatura. Arq Bras Endocrinol Metab. 2007;51(7):1041-1049.
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