terça-feira, 19 de setembro de 2017

Imunoterapia experimental pode ter curado alergia a amendoim


MELBOURNE - Um pequeno ensaio clínico, com 56 crianças, conduzido pelo Instituto de pesquisa Murdoch, na Austrália, pode ter levado a cura da alergia a amendoim. Dois terços do grupo de crianças analisado demosntraram esse efeito. Elas foram submetidas a uma imunoterapia experimental e a dessensibilização permaneceu em 70% delas até quatro anos após o fim do tratamento. A nova forma pioneira de tratar a alergia combina um probiótico com imunoterapia oral, conhecida como PPOIT. Em vez de evitar o contato com o alérgeno, a terapia insere uma proteína do amendoim para reprogramar o sistema imune responsável pelo eventual desenvolvimento da alergia ao alimento.
“Essas crianças têm comido amendoim sem precisarem seguir nenhum programa específico nos anos seguintes ao término do tratamento”, disse o líder da pesquisa, o professor Mimi Tang. Combinar o probiótico com a imunoterapia dá ao sistema imune o “empurrãozinho” que ele precisa, de acordo com Tang.
Durante o estudo, que começou em 2013, os pesquisadores deram para metade das crianças a combinação produzida para o tratamento experimental. Para a outra metade, placebo. O medicamento ou o placebo foram dados uma vez ao dia por 18 meses.
No fim da pesquisa, 82%, 48 crianças, das que receberam a imunoterapia apresentaram resultados positivas, deixando de ter reação ao amendoim, e passando para a próxima fase da pesquisa. Quatro anos depois, a maioria das crianças inseriu o alimento em suas dietas normais e não teve complicações. 70% delas passará para um novo grupo de teste para confirmar a eficácia do processo.
Os resultados do estudo foram publicados no periódico médico internacional “The Lancet”.
AVANÇOS PARA OUTRAS ALERGIAS ALIMENTARES
Para Tang, os resultados são promissores e mudam a vida de quem convive com a alergia: “As crianças chegaram ao estudo alérgicas a amendoim, tendo que evitar o contato com o alimento, sendo muito vigilantes em torno disso, trazendo ansiedade. No fim do tratamento e até quatro anos depois, muitas delas se beneficiaram do nosso probiótico. Agora, poderão viver como se não tivessem a alergia”.
A alergia a amendoim é uma das alimentares mais severas e a causa mais comum de anafilaxia, reação alérgica que pode levar a morte. As alergias alimentarem atingem, em média, uma a cada 20 crianças.
Se os resultados se confirmarem, com estudos maiores, a expectativa é que o tratamento possa também auxiliar no combate a outros tipos de alergia alimentar, como a ovo, por exemplo.

Fonte: Hi Nutrition
Postado por Amanda Pinheiro 

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