segunda-feira, 16 de maio de 2011

Nozes, inflamação e resistência à insulina


Nas últimas duas décadas, o efeito favorável do consumo de nozes nos lipídeos plasmáticos e lipoproteínas parecia ser um dos principais mecanismos para os benefícios cardiovasculares observados. 
Porém, nos últimos anos os pesquisadores têm focado principalmente em estudar novos mecanismos cardioprotetores das nozes, como a diminuição da susceptibilidade à oxidação do LDL, diminuição de processos inflamatórios, melhora da função endotelial e diminuição da resistência à insulina. 


A inflamação crônica é uma etapa chave no início do processo aterosclerótico que prediz eventos futuros DCV. 
Tem sido sugerido que a inflamação crônica de baixo grau está intimamente relacionada com a patogênese da resistência à insulina e suas complicações. 
Neste cenário, vários componentes de nozes têm se mostrado capazes de modular a inflamação. O consumo regular de nozes pode proteger contra as possíveis conseqüências da inflamação de baixo grau, ou seja, a resistência à insulina e diabetes. 


As nozes compreendem um grupo complexo de alimentos contendo macro e micronutrientes e diversos outros componentes bioativos. 
Por meio de diferentes mecanismos, alguns componentes das nozes como o magnésio, as fibras, o ácido α-linolênico, a L-arginina, os antioxidantes e o AGMI podem proteger contra a inflamação e / ou resistência à insulina. 

                     
A baixa ingestão de magnésio está associada à síndrome metabólica, resistência à insulina e / ou diabetes mellitus tipo 2. 


As nozes também são ricas em fibras, que reduzem os níveis de glicemia pós-prandial.
Os ácidos graxos de cadeia curta produzidos pela fermentação das fibras também podem contribuir para a diminuição da inflamação. O ácido α-linolênico, um importante componente das nozes, também parece desencadear efeitos antiinflamatórios, através da ativação do receptor de proliferadores de peroxissoma. 
O tipo de gordura contida nas nozes poderia também desempenhar um papel na modulação da resistência à insulina. As nozes são ricas em gordura insaturada, especificamente ácidos graxos poliinsaturados, enquanto as amêndoas e avelãs têm altos níveis de ácidos graxos monoinsaturados e ácidos graxos poliinsaturados. 
Evidências epidemiológicas sugerem que a dieta rica em ácidos graxos saturados e ácidos graxos trans está relacionada a um risco aumentado de desenvolver resistência à insulina e diabetes. 


As nozes reduzem o índice glicêmico e carga glicêmica da dieta. 
A ingestão de alimentos com baixo índice glicêmico diminui os níveis de LDL colesterol. Assim, uma redução no índice glicêmico da dieta poderia ser uma estratégia simples para aumentar a sensibilidade à insulina e diminuir vários fatores de risco para doenças cardiovasculares. 
Portanto, o consumo de castanhas e outros legumes com alto teor de fibras pode evitar o desenvolvimento de diabetes. 


As nozes também contêm diferentes tipos de antioxidantes, como flavonóides, polifenóis e tocoferóis que podem desempenhar um papel importante na modulação da inflamação.  . 


As nozes são alimentos complexos com muitos componentes bioativos que podem agir favoravelmente sobre a inflamação e diminuir o risco de resistência à insulina. 


Fonte: AGUSTENCH, P.C.; BULLÓ, M.; SALVADÓ, J.S. Nuts, inflammation and insulin resistance. Asia Pac J Clin Nutr 2010; 19 (1): 124-130.

Postado por: Suzana Gonçalves 

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