sábado, 12 de novembro de 2011

O VÍCIO DAS JUNK FOODS


Comer alimentos ricos em gordura, como hambúrgueres, batatas fritas e salsicha, pode ser tão viciante quanto fazer uso de drogas pesadas. De acordo com os pesquisadores, a chamada junk food programa o cérebro humano para sentir cada vez mais vontade de ingerir açúcar, sal e gordura, alterando assim os padrões de saciedade e prazer. 

 O consumo alimentar compulsivo pode ser impulsionado em parte pela antecipação da sensação de recompensa ao consumir os alimentos, relatam os pesquisadores em artigo para a revista Arquivos Gerais da Psicologia. Da mesma forma, indivíduos dependentes são mais propensos a ser fisiológica, psicológica e comportamentalmente sensíveis a estímulos relacionados às substâncias.

O cérebro das pessoas dependentes, tanto a tipos de alimento quanto a drogas, libera mais dopamina (substância química do cérebro relacionada à felicidade) em uma parte do cérebro chamada de sistema mesolímbico. Esta área do cérebro controla o processo de recompensa, que é responsável pela sensação de prazer obtido com comida e sexo, por exemplo, e que nos dá aquele “gostinho de quero mais”.

A liberação de dopamina nos dependentes de drogas acontece nesse mesmo lugar, criando a sensação de recompensa e aumentando a motivação para fazer mais.
Pesquisadores viram que os participantes com uma classificação elevada de dependência alimentar mostraram sinais de controle de inibição reduzido quando receberam alimento. A ingestão de alimentos saborosos pode superar a vontade de parar de comer em participantes com o vício, resultando em um descontrolado consumo alimentar, afirmam estudos, o que pode levar as pessoas com tendências compulsivas a comer ainda mais.

Curiosamente, os níveis de dependência alimentar e ativação do cérebro não foram correlacionados com o índice de massa corporal. Indivíduos com pontuações elevadas de dependência alimentar não tinham mais chances de serem obesos ou possuir excesso de peso do que aqueles com escores baixos de dependência alimentar.

Ainda existem poucos estudos a cerca desse distúrbio alimentar. Mas algumas evidencias encontradas em estudo correlacionam a obesidade com  alimentação compulsiva, e seu tratamento consiste em reeducação alimentar e constante acompanhamento de profissionais habilitados como nutricionista e psicólogo. 

Postado por Daniela Alvarenga e Elineides Silva

Referências:

OCHSENHOFER, K.; QUINTELLA, L. C. M.; SILVA, E. C.; NASCIMENTO, A. P. B.; RUGA, G. M. N. A.; PHILIPPI, S. T.; SZARFARC, S. C. The school’s role in making-up food choice: school feeding or junk food? Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 31, n. 1, p. 1-16, abr. 2006
  
CASCUDO, L. C. História da Alimentação no Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1983. 926p

KRONDL, M. E LAU, D. Social determinants in human food selection. In: BARKER, L. M. & WESTPORT, C. (Ed.) Psychobiology of Human Food Selection.  1982 



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