sexta-feira, 27 de abril de 2012

Alimentação e Enxaqueca





               

             Os alimentos possuem em sua composição substâncias capazes de provocar alterações no calibre dos vasos sanguíneos pela liberação de neurotransmissores e/ou estimulação direta de diversas regiões do cérebro causando a enxaqueca.

         Estima-se que a maioria das crises de enxaqueca sejam causadas por omissão de refeições, seguida pela ingestão de bebidas alcoólicas e por sensibilidade a alimentos.

         Na enxaqueca, o fator alimentar é frequentemente esquecido devido ao uso de remédios para prevenção. A lista de alimentos, bebidas e aditivos alimentares mais comumente associados a enxaqueca inclui o queijo curado, o iogurte, o chocolate, as frutas cítricas, o cachorro-quente, o sorvete, as bebidas alcoólicas, o glutamato monossódico e o aspartame. Alguns desses estão listados abaixo:

Glutamato monossódico (MSG): é um sal e um aditivo alimentar que aumenta o sabor dos alimentos. Encontra-se principalmente em sopas instantâneas, comida chinesa, carnes processadas e outros. O MSG liga-se ao seu receptor no organismo provocando a dilação dos vasos sanguíneos do cérebro causando a dor de cabeça.

Chocolate: Os ingredientes podem iniciar a dor de cabeça por meio da alteração do fluxo sanguíneo cerebral e do estimulo para liberação de noradrenalina (neutransmissor) pelos neurônios.  Porém estudos não mostraram associação com seu consumo e a causa da enxaqueca.

Alimentos riscos em gordura: os níveis elevados de lipídeos no sangue, causadas pela elevada ingestão de gordura estão associados ao aumento da vasoditalação que precede o ataque da enxaqueca.

Bebidas alcoólicas: existem dois tipos de dores de cabeça induzidas pelo álcool, que age como um vasodilatador dos vasos sanguíneos: a imediata, que surge após 3h depois da ingestão de bebidas, e a retardada (chamada de ressaca) que se desenvolve após a diminuição do nível de álcool no sangue, essa é um dos tipos mais comuns nos indivíduos com enxaqueca.

         A intolerância alimentar mediada por anticorpos também pode estar associada a enxaqueca e a modificação da alimentação com a eliminação de alimentos específicos pode ser eficaz no tratamento dessa doença.

         Por nem todas as pessoas serem suscetíveis as mesmas substâncias químicas, uma alimentação que elimine totalmente esses agentes não assegura a ausência de enxaqueca. Além disso, deve-se considerar as possíveis deficiências nutricionais e o impacto que a restrição alimentar pode provocar.

         Recomenda-se uma alimentação completa, equilibrada e variada em conjunto com um estilo de vida saudável. O uso de medicamentos a longo prazo é apropriado apenas quando já se excluíram os fatores desencadeantes, como o stress, fadiga, insônia e os possíveis fatores alimentares.


Postado por Letícia Andrade e Vivian Giubine


Referências                                                 

MARTINS, M., SILVA, C. B. Enxaqueca: fisiopatologia e factores alimentares desencadeantes. Repositório Aberto da Universidade do Porto. Portugal, 2010. Disponível em: <http://hdl.handle.net/10216/52619>. Acesso em: 27 abr. 2012.



FELIPE, M. R. et al. Implicações da alimentação e nutrição e do uso de fitoterápicos na profilaxia e tratamento sintomático da enxaqueca – uma revisão. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, v.35, n.2, p.165-179, ago. 2010.

Nenhum comentário:

Postar um comentário