segunda-feira, 1 de setembro de 2014

A cafeína e a atividade física



   

Resultado de imagem para imagens de cafeA cafeína é uma substância encontrada em certas plantas e usada para o consumo em bebidas, tanto na forma de infusão, como em refrigerantes e bebidas energéticas. Ela também é encontrada em alimentos como o chocolate, guaraná, chá-mate e no cacau. Uma xícara de 50 ml de café contém, em média, entre 40 e 60 miligramas de cafeína. Já numa xícara de chá (150 ml) ou em um copo (200 ml) de refrigerante - à base de cola - é possível encontrar aproximadamente entre 20 e 40 miligramas da substância. 
O efeito mais conhecido da cafeína é o de ser um estimulante. De fato, essa substância atua diretamente no sistema nervoso central aumentando o estado de alerta. Com ela, o coração bate mais forte, os pulmões ficam mais abertos e é possível se sentir mais esperto, mais acordado. Efeitos como esses acabaram rendendo para a cafeína a fama de inimiga do sono, ímã para a vontade de fumar e multiplicadora de ansiedade. A ingestão excessiva pode provocar, em algumas pessoas, efeitos negativos como irritabilidade, ansiedade, agitação, dor de cabeça e insônia. O mecanismo de ação parece estar ligado ao estímulo da produção de dopamina, que é um neurotransmissor responsável pela ativação de áreas do cérebro relacionadas à atenção.
O Comitê Olímpico Internacional classifica a cafeína, atualmente, como uma droga restrita, positiva em concentrações acima de 12mg/L na urina. (TARNOPOLSKY, 1993). A possibilidade de que a cafeína possa exercer algum efeito ergogênico nos exercícios de longa duração vem sendo investigada por diversos pesquisadores desde a década de 70. No entanto, os resultados destes estudos apresentam algumas controvérsias devido a falta de padronização das metodologias (tipo de exercício; intensidade e duração dos exercícios; dosagens de cafeína; tolerância) utilizadas nos experimentos. Além disso, este tipo de estudo é complicado uma vez que a cafeína afeta quase todos os tecidos do corpo dificultando a observação de seus mecanismos de ação. (NEHLIG et al., 1994).
A possibilidade de que a cafeína possa exercer algum efeito ergogênico nos exercícios de longa duração vem sendo investigada por diversos pesquisadores, desde a década de 1970. A partir de então, abriu-se um vasto campo de investigações acerca dos possíveis benefícios causados pela cafeína na performance de endurance. Até alguns anos atrás quando seu consumo ultrapassava um valor crítico, comprovado pelos seus metabólitos dosados na urina, o usuário era considerado dopado. Atualmente, o uso da cafeína é liberado. Doses de até 420mg são permitidas no Brasil. Entre os efeitos da cafeína como suplemento ergogênico podemos destacar: 
Efeito estimulante: dependendo da resposta individual à cafeína, pequenas doses da substância podem exercer efeito estimulante. Outra característica é a diminuição da percepção do esforço, o que torna a suplementação muito relevante em períodos de treinamentos exaustivos ou de pré competição; 
Aumento da lipólise: a cafeína pode aumentar a mobilização de ácidos graxos dos estoques, aumentando a oxidação da gordura e reduzindo a utilização dos carboidratos (glicogênio). Este é o mais antigo, reportado e confirmado efeito da suplementação de cafeína no aprimoramento do desempenho, especialmente em exercícios prolongados.
 Melhoria na eficiência metabólica dos sistemas energéticos durante o esforço, o que contribui para melhoria da performance. Na presença de demais vitaminas e minerais envolvidos no metabolismo energético, o efeito ergogênico tende a ser mais significativo. 
 Efeito sobre a atividade da bomba Na+ K+, influenciando na regulação das concentrações de potássio, nos meios extra e intracelular, o que contribui para o retardamento da fadiga. 
Tais efeitos ergogênicos são demonstrados após a suplementação com doses entre 3 e 6mg/kg de peso corporal, entre 30 e 60 minutos antes da realização do exercício, visto que seu pico no plasma sanguíneo ocorre entre 30 e 120 minutos após sua ingestão. Altas dosagens podem causar fortes dores de cabeça, nervosismo, insônia, agitação e ansiedade. Efeitos que poderiam atrapalhar a perfomance ao invés de otimizá-la. Portanto, a questão não é ir atrás de comprovações científicas que atestem o uso da cafeína em práticas esportivas. O fundamental é respeitar a individualidade biológica antes de determinar quando tomar, em qual dosagem, por quanto tempo e em quais modalidades.

Postado por: Flavio Faitarone

Fonte: PAULA FILHO, U. & RODRIGUES, L.O.C.(1985). Estudo do efeito da cafeína em diferentes níveis de exercício.

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