A leucina é um aminoácido essencial que juntamente com a
isoleucina e a valina formam os chamados Aminoácidos de Cadeia Ramificada, ou
Branched Chain Amino Acids (BCAA). Os efeitos anabólicos observados com a suplementação de BCAA estariam em maior grau
relacionados com a ação deste nutriente na redução do catabolismo e estímulo
para síntese proteica.
A ingestão desse aminoácido ativa a proteína alvo da rapamicina em
mamíferos (mTOR) promovendo a sinalização para inicio da síntese proteica.
Tal processo é intensificado quando a suplementação é realizada
logo após uma sessão de exercícios resistidos, visto que o consumo de
aminoácidos nesse momento irá estimular a hipertrofia celular e, com isso,
também irá propiciar o aumento da quantidade de miofibrilas. Além
disso, exerce papel anabólico indireto por gerar estímulos para a produção de
insulina em pessoas normoglicêmicas.
O consumo de cerca de 10 g de aminoácidos essenciais, contendo
cerca de 2,1 g de leucina, aparentemente proporciona a máxima síntese proteica
miofibrilar. A dose ideal de leucina a ser utilizada como recurso ergogênico
ainda carece de mais estudos, porém algumas pesquisas levantam indícios da
forma a se utilizar este nutriente a fim de se obter resultados específicos.
O uso de aproximadamente 45 mg por quilograma de peso corporal no
período pós-treino foi suficiente para resultar em melhora de performance,
devido ao aumento na força dos atletas. O resultado ergogênico da leucina é observado quando ingerida com outros aminoácidos
essenciais ou alimentos fonte destes, pois o efeito anabólico parece depender
da presença de outros aminoácidos na circulação.
A suplementação de leucina também pode estar associada com
melhorias da composição corporal dos indivíduos, como redução da perda de massa
magra em períodos de restrição energética e aumento da massa magra em
praticantes de exercícios resistidos. Outro ponto positivo no uso desse
suplemento é um possível efeito no aumento da síntese proteica durante a
recuperação de lesões, reduzindo o desequilíbrio entre o catabolismo e
anabolismo do período.
Os achados científicos ainda são controversos. Apesar de haver
relatos que a suplementação causa aumento dos BCAA circulantes e atenua os
danos teciduais, a melhora no rendimento esportivo nem sempre é comprovada em
estudos.
Na prática o uso de 45 mg por quilograma de peso corporal
associado ao consumo de proteína de boa qualidade no período pós-treino
apresenta resultados promissores na melhora da recuperação muscular de
praticantes de exercício físico. Os indivíduos referem melhora da força e
resistência nas próximas sessões de treinamento. Porém, ainda são necessárias
mais pesquisas sobre o papel ergogênico da leucina e as doses a serem
utilizadas para o melhor aproveitamento de seus efeitos em atletas e
praticantes de exercício físico.
Postado por: Bruna Rafaella Faria
Referência: OLIVEIRA, A.V. O uso da suplementação de
leucina como recurso ergogênicos. Associação Brasileira de nutrição esportiva.
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