sábado, 31 de outubro de 2015

Tudo o que você precisa saber sobre linhaça!


A linhaça (Linum usitatissimum L.) é a semente do linho e tem várias aplicações, podendo ser usada como matéria-prima para produção de óleo e farelo. O óleo é usado pelas indústrias na fabricação de tintas, vernizes e resinas, já o farelo é vendido para fábricas de rações animais. Também estão em desenvolvimento processos que incluem o óleo de linhaça em rações, de forma que os produtos para consumo humano como a carne, ovos, leite, possam estar enriquecidos com ácidos graxos ω3. As sementes também são utilizadas como complemento alimentar, sendo adicionadas a pães, bolos e biscoitos ou ainda misturadas cruas aos alimentos.

Principais componentes: excelente fonte de fibras. Possui tanto fibras solúveis quanto insolúveis. Rica em ácidos graxos essenciais, com elevado teor de lipídios (32 a 38%), sendo que destes 50 a 55% são do ácido graxo insaturado α-linolênico (18:3n-3), pertencente à família ômega 3. Contém ainda ácido linoléico (da família ômega 6) e ácidos graxos monoinsaturados e saturados.

A linhaça marrom tem a semente escura, nativa da região mediterrânea, já está adaptada ao solo brasileiro, onde se adaptou por causa do clima quente. Por isso é mais fácil encontrá-la no mercado brasileiro e com preço menor. Comparada com a dourada, a casca é um pouco mais resistente. Quanto aos nutrientes, não perde nada para a outra variedade.

A semente de linhaça dourada é bem mais difícil de ser encontrada no Brasil, já que ela aprecia climas frios. Geralmente é importada do Canadá. Seu sabor é mais suave do que o da escura.

A linhaça deve ser consumida na forma triturada, pois a sua casca é bastante resistente e passa pelo intestino intacta. Porém, os ácidos graxos da linhaça são susceptíveis à oxidação, então, a forma que é comercializada já triturada pode não já não conter as substâncias que dão o título de alimento funcional. Assim, é necessário triturar a linhaça logo antes do consumo, para que haja absorção e disponibilidade de todos seus componentes.

Seu óleo é um dos alimentos mais ricos em ômega 3 da natureza (cerca de 57%) e de ômega 6. A relação ideal entre ômega 3 e ômega 6 é de 1:4 respectivamente, enquanto o óleo vegetal de linhaça apresenta uma relação de 1:3, muito próxima do ideal. Essa presença balanceada permite a produção das prostaglandinas, que são corpos biologicamente muito ativos e importantes que agem como removedoras do excesso de sódio nos rins, diminuindo assim a retenção de líquidos, o que alivia os sintomas do período pré-menstrual. A alta taxa de ômega 3 faz da linhaça um alimento de caráter preventivo à saúde, sendo um importante agente antioxidante e renovador celular.

Além disso, a linhaça é a maior fonte alimentar de lignanas, um fitoesteróide que "imita" a ação do estrógeno. A lignana é muito importante no período da menopausa, quando as taxas desse hormônio são baixas, sendo ela um importante agente natural na reposição desse hormônio. A lignana "engana" os receptores de estrógeno e se acopla a eles. Tratando-se de um óleo vegetal natural, os fitoesteróides têm uma ação fraca em relação ao estrógeno, não tendo ação negativa sobre o tecido mamário. Sendo assim, a lignana é uma substância importante na prevenção do câncer de mama, por neutralizar a ação do estrógeno sobre esse tecido.


A linhaça é um alimento funcional, porém, seu grande consumo não é considerado bom porque pode impedir absorção de outras substâncias essenciais. A linhaça dourada e marrom não tem diferença em relação aos constituintes, apenas em relação ao valor, pois a linhaça dourada por ser importada é a mais cara. A linhaça comercializada em forma de farinha não é uma boa opção, pois seus constituintes podem ter sido oxidados e as propriedades funcionais do alimento não existirem mais, apesar de ser mais cara também. E a linhaça em forma de grãos não é absorvida pelo intestino, o ideal é triturar.

Fonte: http://bromatopesquisas-ufrj.blogspot.com.br/2011/12/linhaca-dourada-ou-marrom-moida-ou.html
Por: Lais R.R. Oliveira & Melissa Mei

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