O osso é um dos tecidos mais metabólicos e dinamicamente ativos no corpo e se mantém em atividade durante toda a vida. Por ser um tecido altamente vascularizado, o osso tem excelente capacidade de se regenerar e de alterar suas propriedades e configurações em resposta às mudanças na demanda mecânica.
Para o crescimento e fortalecimento da massa óssea é necessário que um estresse mecânico mínimo seja aplicado, o que garante o desenvolvimento e a manutenção da integridade esquelética.
Dentre as ações capazes de influenciar esses fatores, o papel-chave da atividade física no desenvolvimento e na manutenção da massa e da resistência ósseas é amplamente aceito.
Em um caso de osteoporose, por exemplo, a etiologia da doença inclui fatores como envelhecimento, hormônios, nutrição, genética e carga mecânica através do exercício; desses fatores, apenas a carga dinâmica aumentada estimula comprovadamente a formação óssea.
É importante observar que, em casos como esse, o fator descrito como mais importante para a promoção da formação óssea e para a minimização dos efeitos debilitantes da doença – a aplicação de carga através do exercício – pode ser controlado e manipulado pelos profissionais envolvidos com a profilaxia e reabilitação.
Entretanto, apesar do consenso a respeito da relação positiva entre a atividade física e os processos de manutenção e ganho de massa óssea, muitas questões interessantes relativas à adaptação do osso aos exercícios ainda não foram respondidas, porque são insuficientes as informações sobre o tipo, a intensidade, a frequência e a duração ideais para a promoção do máximo estímulo anabólico ao osso.
A força mecânica, quando aplicada sobre o tecido ósseo, gera sinais endógenos que interferem nos processos de remodelação óssea; esses sinais são captados por um sistema mecanosensorial no qual o osteócito é a principal célula responsável por traduzir a força mecânica em sinais bioquímicos que regulam a modelação.
Conforme evidenciado, o exercício regular produz efeitos na densidade, no tamanho e na forma dos ossos, resultando em melhoras substanciais na resistência mecânica. Apesar de ainda hoje não haver um claro consenso sobre como exatamente um indivíduo deve ser exercitar no intuito de colher as melhores respostas em termos de saúde óssea, é imprescindível que as informações advindas dos estudos com animais sejam discutidas e analisadas de forma crítica, buscando adaptações que permitam sua utilização quando aplicadas a seres humanos.
Bruna Sousa Albino
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