quarta-feira, 30 de novembro de 2011

OCITOCINA DA AMAMENTAÇÃO ÀS BOAS RELAÇÕES HUMANAS



Produzido no hipotálamo, a ocitocina também é responsável pelas contrações uterinas que ocorrem durante o trabalho de parto normal. A amamentação tem duas principais funções: causa a contração de glândulas que produzem o leite, estimulando a sua liberação, e reforça o vínculo afetivo entre mãe e filho.”  As ciências biológicas desde os anos 90 , mostravam em pesquisas que a primeira hora seguinte ao parto é um período crítico no desenvolvimento de capacidade de amar. Enquanto a mãe e seu recém nascido estão próximos um do outro após o parto, eles ainda não eliminaram de seu sistema os hormônios que ambos secretaram durante o processo do parto. Estes hormônios estão envolvidos em qualquer aspecto do amor.

  Há um hormônio do amor, e também um sistema de recompensa que opera cada vez que nós, animais sexuais, fazemos alguma coisa que é necessária para sobrevivência da espécie. Agora sabemos que  ocitocina é um hormônio que está envolvido em qualquer aspecto do amor. 

Até recentemente, se pensava que a ocitocina fosse um hormônio feminino cuja única função fosse estimular as contrações do útero durante o parto e expulsão, e as contrações dos seios durante a lactação. Agora ela é vista como um hormônio feminino e masculino envolvido em todos os diferentes aspectos da vida sexual.O papel da ocitocina durante a excitação sexual vem à tona. É claro que uma liberação de ocitocina é necessária durante o parto; os obstretas já sabem disso há muito tempo. Mas até agora eles não tinham se interessado no pico de ocitocina que é liberada logo após o nascimento do bebê.Foi recentemente demonstrado que assim que a mãe ouve um sinal de seu bebê com fome, seu níveis de ocitocina aumenta. Um paralelo pode ser feito com a excitação sexual que começa antes que haja qualquer estimulação da pele.

 Em resumo diriamos que pessoas que produzem menor quantidade de ocitocinas têm dificuldade em permanecer muito tempo apaixonadas. Liderada por essas moléculas, a química sexual dura em média 2 anos. Esse é o tempo da paixão(segundo a ciência). O amor surge quando a ocitocina toma o lugar das endorfinas. O desejo dá lugar à ternura. Mas, os psicológos afirmam que a bioquímica não faz tudo sozinha. Manter a relação depende também da razão, compreensão, habilidade e até do contexto histórico. Seria a ciência a comprovar o amor eterno? 

 Assim, parece legítimo que o conceito de amor seja entendido também em suas bases neurofisiológicas. Esch e Stefano (2005) consideram o amor como um complexo neurobiológico baseado na confiança, em crenças, no prazer e na recompensa, envolvendo necessariamente o sistema límbico. Considera-se que esse processo envolva a atuação da ocitocina,. De forma geral, pode-se admitir que, basicamente, o estabelecimento de vínculos saudáveis depende de sentimentos de confiança aliados a certo grau de recompensa prazerosa. O sentimento de confiança baseado na relação com o outro a condição essencial para a sustentabilidade da vida, pelo menos na maioria dos mamíferos. Entretanto, entende-se que, sem o suporte e o desenvolvimento de substratos fisiológicos (neurotransmissores e hormônios), o ser humano não conseguiria dar conta de produzir um meio social e cultural. Quanto mais complexos são os comportamentos de uma espécie, mais dinâmico e versátil deve ser seu sistema neurotransmissor e hormonal. E, dessa maneira, conclui-se que a ocitocina se comporta também como um neuromodulador atuando em áreas centrais, participando, juntamente com outros hormônios e neurotransmissores, na modulação de comportamentos essenciais para que se produzam vínculos sociais e amorosos, bem como, posteriormente, na manutenção desses vínculos.

Postado por: Keite Lago

REFERÊNCIAS

ANDRADE JR., M. C. Aspectos evolutivos dos hormônios.
Arquivos Brasileiros de Endocrinologia e Metabologia, São
Paulo, v. 46, n. 3, p. 291-298, jun. 2002.
ARGIOLAS, A.; MELIS, M. R. The neurophysiology of the
sexual cycle. J. Endocrinol. Invest., v. 26, n. 3, p. 20-22, 2003.

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