A obesidade é considerada uma desordem multifatorial associada a comorbidades como hipertensão arterial, diabetes tipo 2, dislipidemias, doenças coronarianas, câncer, acidente vascular encefálico, osteoartrite, apneia do sono, distúrbios respiratórios, entre outras. De modo epidemiológico, estima-se que a incidência da obesidade cresceu aproximadamente 15% nos últimos 30 anos, quando considerado somente o continente norte-americano. Em função de tal aumento significativo e alarmante, é de extrema importância o delineamento de condutas e tratamentos visando à adequação da massa e da adiposidade corporal, com consequentes benefícios à saúde, tanto em curto como em longo prazo.
Embora os mecanismos que levem à obesidade sejam complexos e não totalmente elucidados pela literatura, os estudos recentes demonstram que os fatores ambientais e comportamentais (ingestão calórica e sua composição e atividade física/sedentarismo) sobrepõem e interagem com fatores hormonais, genéticos e demais causas metabólicas. Ainda que toda a conduta nutricional deva ser realizada de modo individual, o controle da ingestão calórica diária em associação à ingestão proteica moderada/elevada pode representar uma estratégia válida para aqueles que objetivam ganho de massa e perda da adiposidade corporal. Isso se dá, principalmente, em função de três fatores:
- Aumento de saciedade: proteínas induzem a maior grau de saciedade em comparação a carboidratos.
- Aumento da termogênese: o aumento da ingestão proteica diária contribui para o aumento da termogênese que, consequentemente, influencia na saciedade e no gasto energético basal.
- Manutenção/ganho de massa magra: para alguns indivíduos, o aumento da ingestão de proteica para níveis moderados/altos pode levar ao ganho de massa muscular esquelética, quando em associação ao estímulo mecânico adequado e supervisionado. Tal resultado também contribui para que o gasto calórico basal aumente.
Entretanto vale lembrar que a perda/manutenção de massa e adiposidade corporal também é possível por meio de outras estratégias nutricionais (dietas com alto teor de carboidratos). A literatura demonstra de modo consistente que o consumo elevado de carboidratos e baixo de lipídeos é uma das características de indivíduos que conseguiram manter o processo de perda de massa corporal em longo prazo. Há estudos que indicam que quantidades moderadas de lipídeos na dieta também podem ser uma estratégia efetiva.
Portanto não há fórmula definitiva. Dietas com alto teor de proteínas parecem ser uma das inúmeras estratégias nutricionais efetivas para a perda de massa e adiposidade corporal. A nutrição, não sendo uma ciência exata, apresenta uma gama de intervenções que pode promover ou não resultados benéficos de acordo com a individualidade bioquímica e demais fatores ambientais e comportamentais.
Postado por: Flavio Faitarone e Aline Roschel
Referência: integralmedica.com.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário