A obesidade é um problema crescente entre crianças e jovens que pode
potencializar o risco de doenças agora e no futuro.
Os dados são alarmantes. Segundo a
Organização Pan-Americana da Saúde, a incidência de obesidade infanto-juvenil no
Brasil cresceu 240% nas duas últimas décadas. Cerca de 15% das crianças e
jovens brasileiros estão com sobrepeso, sendo que 5% deles são obesos. A
explosão da obesidade nessa faixa etária ocorre no mundo todo. É um reflexo do
estilo de vida atual, marcado pelo sedentarismo e pelo consumo cada vez maior
de alimentos industrializados.
Hambúrguer, salgadinhos, bolacha,
frituras e refrigerantes ganham terreno na dieta infanto-juvenil, enquanto as
brincadeiras de rua e as atividades físicas têm pouco espaço em uma agenda
tomada pela televisão, pelo computador e pelos jogos eletrônicos. O resultado
disso pesa na balança. Embora existam fatores individuais de predisposição, o
fato é que apenas 5% das crianças e adolescentes obesos apresentam um problema
endocrinológico ou genético como causa principal do sobrepeso.
A obesidade nessa faixa de idade pode
acarretar doenças agora e no futuro. Na lista de males prováveis, figuram
problemas ortopédicos, psicossociais (depressão, ansiedade, isolamento social),
hipertensão arterial, aterosclerose, intolerância à glicose, puberdade
antecipada e apneia do sono, entre outros. Pior: uma criança com excesso de
peso tem grandes chances de se tornar um adulto obeso, potencializando os
riscos para a saúde ao longo da vida.
A batalha contra os quilos a mais deve
começar cedo, e é necessário que crianças e jovens recebam total assistência da
família. A criança não entende a razão de tanto cuidado com o seu peso e nem
sempre quer colaborar. Além disso, é nessa fase que os hábitos começam a ser
criados e o exemplo dos adultos é fundamental. Já na pré-adolescência e
adolescência, a preocupação com a aparência pode até facilitar a adesão ao
tratamento. Porém, como perder peso é uma tarefa difícil que exige paciência e
persistência, o incentivo de toda a família é fundamental e exige dos pais um
papel ativo na mudança de estilo de vida e alimentação.
O uso de medicamentos é indicado
apenas para casos graves associados a complicações como diabetes, hipertensão e
distúrbio metabólico. A cirurgia bariátrica deve ser considerada apenas em
jovens que já chegaram ao fim de seu crescimento. Os critérios para indicá-la
são rigorosos e incluem obesidade grave (IMC*>40) resistente ao tratamento
tradicional, associada a complicações que afetam a saúde do adolescente. Antes
do procedimento, o adolescente deve ser avaliado quanto aos riscos e mostrar-se
psicologicamente estável, capaz de aderir às modificações do estilo de vida.
Portanto, a melhor arma para combater
a obesidade infanto-juvenil é a prevenção, por meio de educação nutricional –
refeições em horários regulares, à base de frutas, legumes, verduras, cereais e
carnes magras e água no lugar do refrigerante – e atividade física regular.
Adotar esse novo estilo de vida trará benefícios para toda a família.
Postado por: Juliana Peluzzo
Fonte: Sociedade Beneficente Israelita Brasileira
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