O guaraná é
originário da região Amazônica. É amplamente utilizado na medicina tradicional
brasileira e popular pelo seu efeito estimulante, pela melhora na capacidade
cognitiva e do desempenho físico.
Dentre os principais constituintes químicos do guaraná encontram-se as metilxantinas (cafeína, teofilina e teobromina) e os taninos condensados, sendo as principais a catequina e a epicatequina.
As metilxantinas presentes, principalmente a cafeína, são responsáveis pelas inúmeras propriedades relacionadas ao guaraná. Emagrecedor e estimulante do sistema nervoso central, o guaraná, que tem uma ampla gama de propriedades farmacológicas, também é utilizado em associação a outros fármacos no manejo da dor de cabeça e da enxaqueca. Além disso, estudos mostram que a ocorre redução de peso pelo aumento do tempo de esvaziamento gástrico, prolongado a sensação de saciedade.
A teobromina tem ação diurética e a teofilina tem efeito broncodilatador. As substâncias catéquicas presentes no guaraná demonstram atividade antioxidante, antiviral, bactericida.
A quantidade de cafeína no guaraná em pó pode variar de acordo com a procedência da matéria-prima (região de plantio), o método de cultivo, presença de contaminantes químicos e métodos de secagem.
Estudos mostram que as quantidades de cafeína nas amostras de guaraná em pó variam tanto entre marcas quanto entre lotes de uma mesma marca. As diferenças apresentadas, possivelmente, se devem à procedência e processo a que a matéria-prima foi submetida.
Empresas varejistas muitas vezes adquirem o pó de diferentes fornecedores e o embalam sob uma determinada marca comercial. Dessa forma, o produto final pode ser resultante de uma mistura de sementes oriundas de diferentes regiões produtoras do País.
O consumo de guaraná no Brasil é muito difundido, devido à facilidade de acesso, baixo custo e à cultura. Os meios de comunicação, principalmente a internet contribuem para a divulgação dos diversos benefícios oferecidos por essa droga vegetal, porém, dificilmente abordam os perigos relacionados ao seu uso.
Ao comparar os níveis médios de cafeína presentes no guaraná com aqueles determinados no café, verifica-se que as amostras de guaraná apresentam teor aproximadamente 3 vezes maior. Dessa forma, o indivíduo consumidor frequente de guaraná, independente de ingerir conjuntamente outras fontes de cafeína na dieta, terá maiores chances de desenvolver sintomas característicos do “cafeinismo”- o que pode causar ansiedade, irritabilidade, tremores, inquietação, perda de apetite e palpitações no coração.
Um risco relacionado ao consumo exagerado do guaraná é a interação da cafeína com barbitúricos, diminuindo seu efeito sedativo. A presença de altas concentrações de taninos também pode influenciar na absorção de nutrientes, como o ferro, podendo ocasionar anemia.
O guaraná em pó, assim como outros produtos naturais é considerado pela população em geral, como isento de efeitos adversos. Entretanto, como foi abordado, apesar de apresentar diversas atividades benéficas, o guaraná pode causar riscos à saúde. Por isso, são importantes as medidas de intervenção e de controle de qualidade para minimizar contaminações durante o processamento para obtenção do produto final.
Além disso, o uso do guaraná deve ser criterioso, uma vez que existem controvérsias quanto à dose segura recomendada de cafeína.
Fonte: http://bromatopesquisas-ufrj.blogspot.com.br/2011/12/guarana-o-elixir-da-longevidade-e-seus_21.html
Por: Lais R.R. Oliveira
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