A Palatinose é um carboidrato branco, puro e cristalino,
derivado da fonte natural de sacarose. Ele pode ser encontrado , por exemplo,
em mel e extrato de cana-de-açúcar e na beterraba. A Palatinose fornece glicose
de uma forma mais equilibrada, fornecendo assim energia prolongada. Além de ser
de baixo índice glicêmico, baixo índice insulinêmico e saudável aos dentes, a
Palatinose queima mais calorias provenientes de gordura sob a atividade física
em comparação com outros carboidratos.
A Palatinose é produzida num processo biotecnológico e
aplicada como um carboidrato funcional devido às suas propriedades nutricionais
e fisiológicos distintas. A fabricação em larga escala de Palatinose a partir
do açúcar da beterraba foi possível somente após a descoberta de uma enzima
naturalmente ativa com a capacidade única para modificar a estrutura molecular
da sacarose convencional. O microorganismo que produz esta enzima é um gênio
biológico: na natureza, Protaminobacter rubrum garante a sua fonte de alimento,
criando o seu próprio carboidrato que não pode ser usado como uma fonte de energia
pela maioria dos microorganismos concorrentes. Como isso é possível? A
utilização de sacarose como fonte de energia requer a divisão do vínculo que
liga as duas partes moleculares de sacarose, glicose e frutose. O
Protaminobacter rubrum é capaz de reorganizar este vínculo, resultando em um
novo carboidrato com uma maior estabilidade da articulação e uma estrutura
tridimensional que é "menos atraente" para os outros microorganismos.
O carboidrato resultante é palatinose.
Nas últimas duas décadas houve um crescente aumento no
interesse da produção de isomaltulose, também conhecida como Palatinose® ou
Lylose®, de ocorrência natural no mel e na cana-de-açúcar em pequenas
quantidades, e tem sido considerada um promissor substituto da sacarose. A
isomaltulose é um dissacarídeo redutor, isômero da sacarose, obtida por
conversão enzimática microbiana a partir da sacarose2,3. Pesquisas envolvendo a
produ- ção de isomaltulose iniciaram-se no Japão entre 1970-754 . A
isomaltulose possui um sabor adocicado suave, apresentando cerca de 50% da
doçura da sacarose5-9, tem propriedades físico-quí- micas e sensoriais muito
similares e, quando utilizada em alimentos, como substituto da sacarose em
confeitos e chocolates, não foi notada diferença na doçura.
A conversão de sacarose em isomaltulose por via
microbiana tem atraído grande interesse comercial, pois a síntese química é
muito difícil. A isomaltulose [α-D-glicopiranosil-(1,6)-β-D-frutofuranose] é
obtida através da conversão enzimática da sacarose
[1-O-(β-Dfrutofuranosil)-α-D-glicopiranose], pela α-glicosiltransferase, também
conhecida como sacarose isomerase e isomaltulose sintase (EC 5.4.99.11), na
qual a ligação 1,2-glicosídica entre a glicose e a frutose é rearranjada para
ligação 1,6-glicosídica (Esquema 1). A enzima é produzida por diversos
microrganismos como Protaminobacter rubrum7,18-20, Erwinia carotovora21,
Erwinia sp. D1222-24, Erwinia rhapontici10,25, Serratia plymuthica3,26,27,
Klebsiella planticola9 e Klebsiella sp.28,29. O uso de microrganismos como
biocatalisadores para obtenção de determinadas substâncias tem suas vantagens,
como a alta capacidade de multiplicação e alta flexibilidade de utilização,
graças ao seu poder de adaptação às várias situações nutricionais, modificando
seu metabolismo de acordo com a oferta de nutrientes do meio30. Entre os
sistemas de produção de isomaltulose, existem os de enzima.
Fonte; Revisão
Por, Felipe Wesley
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