quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Alimentação e exercício físico no combate às doenças crônicas

As Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) são as principais causas de morte no mundo, correspondendo a 63% dos óbitos em 2008. No Brasil, constituem o problema de saúde de maior magnitude e correspondem a 72% das causas de mortes. As principais causas dessas doenças incluem fatores de risco modificáveis, como tabagismo, consumo nocivo de bebida alcoólica, inatividade física e alimentação inadequada. As modificações dos padrões alimentares levaram ao aumento da obesidade e das DCNT, principalmente o aumento do consumo de dietas com alta densidade energética, ricas em gordura (particularmente, gordura saturada) e pobres em carboidratos complexos, juntamente com uma redução no gasto de energia devido ao estilo de vida sedentário. 

Segundo dados brasileiros, os fatores contribuintes para a prevalência de excesso de peso e obesidade incluem baixos níveis de atividade física, baixo consumo de frutas e hortaliças, alto consumo de alimentos com elevado teor de gordura, como alimentos industrializados, e alto consumo de refrigerantes. Dados recentes apontam que 52,6% dos homens e 44,7% das mulheres, brasileiros, com mais de 18 anos, estão acima do peso ideal. O Guia Alimentar para População Brasileira recomenda que a população consuma alimentos mais naturais e menos processados, bem como retome o hábito de preparar seu próprio alimento. 

Certamente, a inatividade física é um dos grandes problemas de saúde pública na sociedade moderna, sobretudo considerando-se que cerca de 70% da população adulta não atinge os níveis mínimos recomendados. A atividade física e a capacidade de armazenamento de alimentos são vitais à preservação e evolução da espécie humana desde a época paleolítica, sendo que, hoje, o estilo de vida sedentário vivenciado pelo homem moderno está em completo descompasso com o genoma ancestral, provocando disfunções na expressão gênica e, consequentemente, predispondo às doenças crônicas. 

Sendo assim, o indivíduo sedentário não pode ser considerado saudável e a inserção da atividade física na vida do homem moderno é essencial à manutenção da função normal do organismo, ainda mais sendo capaz de reduzir sobremaneira a necessidade de medicamentos, como no caso de indivíduos portadores de DCNT. Diversos estudos já apontam os seus benefícios na redução da glicemia, na perda de gordura e na diminuição da pressão arterial, fatores envolvidos nas DCNT.

Cabe ao profissional de educação física capacitar-se a fim de prescrever o exercício com eficácia e segurança em cada caso, bem como ao nutricionista indicar o melhor plano alimentar.  Contudo, a nutrição associada à pratica regular de exercício físico se mostra eficaz para a melhora da qualidade de vida da população, atuando com foco na prevenção e no tratamento das DCNT.



Por: Thayná Galvão



FONTES:
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise de Situação de Saúde. Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil 2011-2022. Brasília: Ministério da Saúde; 2011.

BRASIL. Ministério da Saúde. Guia Alimentar para a população Brasileira. 2. ed. Brasília, 2014.

GUALANO, B., TINUCCI, T. Sedentarismo, exercício físico e doenças crônicas. Rev. bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo, v.25, p.37-43, dez. 2011.


POLL, F.A. Estudos acadêmicos em nutrição clínica com ênfase nas doenças crônicas e obesidade. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2015.

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