O
processo inflamatório é necessário e fundamental ao organismo, pois é uma forma
de defesa, podendo ser desencadeado por diversos fatores, incluindo estímulos
via agente infeccioso, lesão térmica, agente físico e exercício físico.
A resposta inflamatória aguda induzida pelo
exercício físico é considerada benéfica e necessária quando relacionada ao
treino regular e sistematizado, pois, em conjunto com a ação de hormônios e
outras moléculas, age na regeneração e reparação do músculo. Essa inflamação
induzida pelo exercício objetiva o reparo e remodelamento do tecido muscular.
Durante a prática do exercício físico, devido à
sobrecarga de atividade, são gerados microtraumas nos tecidos muscular estriado
esquelético, conjuntivo e ósseo. Entretanto esses microtraumas são danos
temporários e reparáveis, que resultam em resposta inflamatória aguda,
sistematizada e regulada por neutrófilos e macrófagos, cuja função é o reparo e
a manutenção dos tecidos danificados.
Assim, a resposta inflamatória aguda de curta duração
promovida pelo próprio músculo no exercício é benéfica e fundamental para a
adaptação ao exercício, o reparo, a manutenção e o desenvolvimento do tecido.
Por sua vez, a inflamação crônica resulta em um impacto negativo na homeostase
musculoesquelética, resultando em atividade proteolítica desordenada e
capacidade de regeneração prejudicada.
Logo, é necessário ter um equilíbrio na resposta
inflamatória causada pelo exercício físico, uma vez que tanto o excesso quanto
a ausência podem causar resultados insatisfatórios.
No tocante aos aspectos nutricionais, destacam-se
os nutrientes anti-inflamatórios, pois reduzem os efeitos das moléculas
inflamatórias, que, em níveis elevados, podem ocasionar fadiga e lesão
muscular, queda da performance, entre outros efeitos.
O consumo regular de ômega-3 tem demonstrado
propriedade anti-inflamatória, evidenciada pela redução da síntese de
mediadores químicos da inflamação.
Os flavonoides, em especial, as antocianinas, além
de sua importante ação anti-inflamatória, desempenham ação antioxidante, que
protege as membranas celulares dos efeitos nocivos dos radicais livres.
Os probióticos, com destaque para os lactobacilos,
além de seu reconhecido papel sobre o equilíbrio da flora intestinal,
desempenham atividade anti-inflamatória.
Em suma, visto que a inflamação é um processo
necessário ao organismo, é fundamental que essa resposta seja equilibrada, uma
vez que, no caso de exacerbação ou falta de estímulo, pode ser prejudicial.
Por: Thayná Galvão
FONTES:
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com ômega-3 no músculo sóleo de ratos submetidos à natação: análise histológica
e morfométrica. Rev
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VIDAL, A. M. et al. A ingestão de alimentos funcionais e sua
contribuição para a diminuição da incidência de doenças. Ciências Biológicas e da Saúde,
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