Sabe-se que, após as festas de
fim de ano, é crescente a busca de recursos que visem à eliminação de toxinas
que se acumulam por fatores adversos e que, caso não sejam eliminadas
eficientemente, podem ocasionar alterações importantes no organismo.
Nesse sentido, muito se tem discutido sobre a destoxificação, processo
realizado no organismo que promove a eliminação ou redução de determinadas
substâncias (xenobióticas ou endógenas). A destoxificação ocorre em todas as
células, mas especialmente nas do fígado (contém cerca de 60% das enzimas) e
nas do intestino (contém cerca de 20% das enzimas).
As reações de destoxificação acontecem por um processo dividido em três fases:
também, denominada de biotransformação, a fase I é realizada por várias enzimas
presentes nas células (hepáticas e extra-hepáticas), e, nesta fase, a
substância (toxina) é biotransformada para a reação de conjugação (fase II) ou
eliminada do corpo; na fase II, as toxinas da fase I são transformadas em
moléculas passíveis de excreção; na fase III, a molécula é transportada para a
circulação, fora da célula, para sua eliminação, seja nas vias biliares (na
face biliar dos hepatócitos), seja no tecido renal (presente na luz das células
dos túbulos proximais) ou, ainda, no intestino.
As toxinas endógenas podem ser oriundas de erros inatos do metabolismo,
desequilíbrio metabólico, microbiota intestinal. As de origem exógena provêm de
medicamentos, aditivos alimentares, agrotóxicos, álcool, poluentes do ar, etc.
A destoxificação é uma tarefa celular vital e a não realização ou ausência
deste processo pode levar ao desenvolvimento de morbidades precoces. E, embora
seja um mecanismo fisiológico, existem diversos alimentos que parecem
demonstrar influência sobre os sistemas de desintoxicação. Dentre os quais,
destacam-se os vegetais crucíferos (agrião e brócolis), vegetais allium (alhos
e cebolas), uvas, óleo de peixe e os alimentos fontes de quercetina, licopeno e
daidzeína.
Além da alimentação nutricionalmente equilibrada, uma boa hidratação é importante
para a manutenção das funções básicas do tecido hepático e para o processo de
desintoxicação. A ingestão de água é necessária para a adequada circulação
sanguínea, dissolução dos nutrientes, além de facilitar a secreção biliar e
excreção de metabólitos e toxinas maléficas ao fígado.
Em suma, apesar da relevância dos achados, ainda, muito pouco se sabe sobre a
influência de fatores externos sobre o processo de destoxificação.
Por: Thayná Galvão
FONTES:
CARVALHO, G.; MARQUES, N. C. F. R. Destoxificação e biotransformação
hepática. In: PASCHOAL, V. Nutrição clínica funcional: dos princípios à prática
clínica. São
Paulo: Valeria Paschoal, 2007. cap. 6, p. 170-209.
CLINE, J. C. Nutritional aspects of detoxification in clinical practice. Altern
Ther Health Med., Aliso Viejo, v. 21, n. 3, p. 54-62, 2015.
KLEIN, A. V.; KIAT, H. Detox diets for toxin elimination and weight management:
a critical review of the evidence. J Hum Nutr Diet., Oxford, v. 28, n. 6, p.
675-686, 2015.
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