O potássio é o cátion intracelular mais abundante no organismo
(100 a 150mmol/L) e desempenha importantes funções fisiológicas. Sua absorção
ocorre a partir do trato gastrointestinal, de forma rápida e normalmente
completa, ocorrendo no intestino delgado. Em indivíduos saudáveis, 60% a 80% do
potássio filtrado no glomérulo renal são reabsorvidos por mecanismos ativos e
passivos no túbulo proximal, 30% são reabsorvidos no ramo ascendente da alça de
Henle e, apenas, 10% chegam ao néfron distal para serem excretados.
Sua homeostasia depende do equilíbrio entre ingestão, absorção e
excreção deste eletrólito. Os principais responsáveis pela manutenção nas
concentrações séricas normais de potássio são os rins, o TGI e o transporte
transmembranar de potássio a partir do fluido extracelular para o intracelular
e vice-versa. Esse processo é controlado por diversos hormônios e pela
atividade do sistema nervoso simpático, entre os fatores que estimulam sua
capacidade estão a insulina, os agonistas de receptores beta-adrenérgicos,
aldosterona, bicarbonato, hipotermia e hematopoiese.
Entre suas ações na promoção da saúde e no adequado funcionamento
do organismo está a ação na saúde cardiovascular, principalmente, pelo seu
efeito sobre a pressão arterial. A hipertensão é um dos fatores de risco mais
modificáveis no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, acidentes
vasculares cerebrais e doença renal crônica, além da redução de sódio. Estudos
mostram que dietas ricas em potássio – sendo frutas e vegetais as principais
fontes – parecem exercer um efeito positivo no tônus vascular pela redução da
pressão arterial. Observou-se, ainda, que uma dieta rica em potássio provocou
maior redução da pressão arterial em relação à dieta com teor de sódio
reduzido, uma meta-análise de 19 testes de suplemento de potássio revelou
resultados significativos na redução da pressão arterial sistólica em 5,9 mm Hg
e a pressão arterial diastólica em 3.4 mm Hg. 13. Dessa forma, sugere-se como
estratégia importante em tratamentos de hipertensão o aumento das fontes de
potássio em vez de apenas restringir o consumo de sódio na alimentação.
Na arritmia cárdica, o potássio, também, regula a atividade
elétrica, para tanto, contribuindo para o controle dos batimentos cardíacos e
atividade muscular das células nervosas. A sua deficiência pode levar a um
quadro de arritmia e, em casos severos, o indivíduo pode apresentar risco de
morte. Entretanto a arritmia não costuma ser decorrente de um quadro de
hipocalemia. Já na insuficiência cardíaca congestiva (ICC), operam vários
mecanismos compensatórios que podem influenciar o metabolismo dos eletrólitos.
A ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona causa retenção de sódio,
potássio e magnésio. O hiperaldosteronismo pode aumentar o sódio intracelular e
diminuir o potássio intracelular, desde que o magnésio seja um íon necessário à
função da bomba de Na/K. Em 297 pacientes tratados com diuréticos, foi
verificado que 42% apresentaram hipocalemia; 37%, hipomagnesemia; e 12%,
hiponatremia. Também, foi verificado que 57% tinham excesso de Na muscular; 52%
tiveram depleção de K muscular; e 43%, baixo Mg no músculo. Foi igualmente
demonstrando que baixo K muscular não foi corrigido pela suplementação de
potássio quando havia deficiência concomitante de Mg, além disso, infusões de
Mg podem alterar a relação normal de eletrólitos extra e intracelulares.
Por: Thayná Galvão
Por: Thayná Galvão
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