Atualmente, a obesidade é um problema de saúde pública que gera
preocupação não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro. Tal estado nutricional
está diretamente relacionado com o estilo de vida sedentário, poucas horas de
sono, estresse crônico, más escolhas alimentares, fatores psicossociais,
endócrinos e até mesmo fatores genéticos.
Alguns
pesquisadores utilizam a genética para identificar as causas da obesidade e
entender os caminhos que controlam a deposição de gordura, para que assim haja
tratamentos personalizados e estratégias de prevenção da obesidade. Atualmente,
foram descobertos mais de 120 genes associados com a obesidade.
Dentre os genes
associados com obesidade que foram identificados, o FTO foi o que demonstrou
resultados relacionados com massa gorda e aumento do índice de massa corporal.
Outra associação importante do gene FTO é com a regulação do apetite. Pessoas
sedentárias que ingerem alimentos ricos em gordura são mais suscetíveis à
obesidade pela variante FTO. Os efeitos da combinação de polimorfismos em FTO
são preditivos de obesidade e diabetes tipo 2, e pode ser influenciada por
interações com os níveis de atividade física e gênero.
O objetivo da
ciência é desenvolver a tecnologia necessária para identificar pessoas
geneticamente suscetíveis à obesidade e qualificar as intervenções
farmacêuticas e nutricionais. Além disso, sabe-se que nutrientes moduladores
podem fornecer um grande potencial na alteração deste estado nutricional,
tornando o tratamento da obesidade mais eficiente.
A obesidade não
ocorre apenas na fase adulta, a prevalência de crianças obesas está
gradativamente maior, o grande problema é a carga de doenças que esta criança
obesa pode apresentar na fase adulta. A prática de atividade física pode
atenuar os efeitos dos alelos de risco na predisposição genética para obesidade
infantil, servindo como aliado no tratamento e prevenção. Em adultos, o
exercício regular pode reduzir o risco de diabetes independente de mudanças na
adiposidade.
Por: Thayná Galvão
FONTES:
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