quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

SÓDIO: O NUTRIENTE ESQUECIDO

A maioria dos atletas sabem da importância de ingerir grandes quantidades de fluidos e os benefícios da boa hidratação. Também tem conhecimentos a respeito do considerável número de pesquisas que comprovam que uma hidratação inadequada durante a prática de atividades físicas e esportivas ocasiona uma diminuição do desempenho e aumenta o risco de distúrbios fisiológicos. No entanto, para muitos atletas a ingestão regular de grandes quantidades de água não é o suficiente, em parte devido a sudorese excessiva e uma deficiência de sódio assim como de água. Dessa maneira uma ingestão de adequada de sódio e cloreto (sal de cozinha) deve fazer parte do processo de reidratação. A importância de ingerir fluidos, carboidratos e sal durante os exercícios prolongados é bastante conhecida, porém também é subestimada. 
A quantidade de suor produzida depende de diversos fatores, como o estresse ambiental (temperatura, umidade e radiação solar), da intensidade do exercício, do estágio de aclimatação ao calor e do preparo cordiorrespiratório. As alterações em qualquer um desses fatores tende a aumentar a produção do suor. 
O principal componente do suor é a água, porém ele contém também minerais em diversas concentrações. Quando o suor é eliminado, diversos fatores interferem na sua composição, porém entre os eletrólitos, os que sofrem maiores modificações são o sódio e o cloreto, cuja concentração é mais elevada.
O principal componente do suor é a água, porém ele contém também minerais em diversas concentrações. Quando o suor é eliminado, diversos fatores interferem na sua composição, porém entre os eletrólitos, os que sofrem maiores modificações são o sódio e o cloreto, cuja concentração é mais elevada. Os atletas bem condicionados, que sofreram um processo adequado de aclimatação ao calor, normalmente apresentam uma concentração de sódio no suor que varia de 5 a 30 milimoles por litro (115 a 690 miligramas de sódio por litro de suor). Por outro lado, os atletas que não se aclimataram ao calor apresentam uma concentração maior de sódio no suor (40 a 100 milimoles ou 920 a 2.300 miligramas por L) Entretanto, alguns atletas apresentam uma concentração relativamente alta de sódio no suor, independente do processo de aclimatação ou preparação física, fato este que sugere um forte componente genético. A concentração de sódio e cloreto no suor também é independente do processo de aclimatação ou preparação física, fato este que sugere um forte componente genético. A concentração de sódio e cloreto no suor também é dependente da quantidade em que esta é produzida. Quando a quantidade de suor aumenta, a concentração desses minerais também aumenta. É sempre necessário salientar que a produção muito grande de suor que ocorre com os atletas, leva facilmente a uma deficiência de sódio, mais particularmente quando o atleta ingere uma alimentação com baixo suor teor de sal (<2.500 miligramas por dia). 
Lamentavelmente é muito difícil (algumas vezes impossível) manter o balanço hídrico durante uma competição ou mesmo sessão de treinamento. Consequentemente, a hidratação pós-exercício representa um desafio para o atleta, principalmente quando ocorrem sucessivas competições, como acontece em torneios de tênis. A reidratação após os exercícios transforma-se num fator decisivo. Para reidratar-se plenamente o atleta deve ingerir mais fluidos que o preconizado (cerca de 150% a mais), pois só desta maneira será reposto o que foi perdido através da sudorese (medido pela perda de peso durante os exercícios), assim como o líquido eliminado no período pós-exercício como aquele utilizado para a formação de urina. Contudo, como foi enfatizado acima uma reidratação efetiva e segura não é feita apenas pela simples ingestão de grande quantidade de água. O sódio também deve ser reposto.
Hiponatremia
O mecanismo que leva à hiponatremia não está perfeitamente esclarecido. Parece que durante a prática esportiva, acontece quando ocorre uma sudorese intensa por várias horas e o fluido ingerido tem um baixo teor de sódio, ou mesmo não o tem, como no caso da água.
Como um atleta pode se prevenir de uma hiponatremia? Primeiramente é necessário saber quais são os fatores que potencializam a predisposição e verificar, entre esses fatores, quais os que apresentam um risco maior. Na maioria dos casos são a quantidade de suor produzida e as perdas de sódio. Sabendo que os atletas que possuem essas característica têm maiores possibilidades de apresentar uma deficiência de sódio, aconselha-se que a sua ingestão possa ser aumentada, principalmente se for inadequada. Por outro lado, a ingestão de grandes quantidades de água, ou outra bebida sem sódio, antes, durante e após os exercícios também é responsável pela instalação de uma hiponatremia. Também tem sido atribuída uma maior incidência de hipotremia em mulheres, pelo fato delas apresentarem uma massa corporal menor, serem susceptíveis a maior retenção de água pelo organismo e por manterem o peso corporal por períodos mais prolongados durante a prática de exercícios de longa duração. Desta maneira, para a prevenção da hipotremia, deve-se consumir quantidades adequadas de fluidos, ou seja, quantidade suficiente para manter ou restaurar a hidratação normal do organismo ou minimizar os efeitos da deficiência hídrica provocada pelos exercícios, assim como ingerir quantidades de sal, antes, durante e após os exercícios (veja Aplicações Práticas e Orientações abaixo), especialmente quando a competição ou treinamento for de longa duração ou acontecer muitas vezes em dias sucessivos e quentes.
Bruna Sousa Albino

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