Estilo de vida e a prevenção de DCV

As doenças cardiovasculares (DCV) fazem parte de uma significativa causa de morte no mundo todo. O crescente numero  das DCV  na população no último século,  iniciou uma busca  pelos fatores de risco (FR) relacionados ao seu desenvolvimento, levando em conta que a genética e a idade  dos indivíduos tenham grande valor , a maioria dos  outros FR pode ocorrer  em virtude de transformações no estilo de vida, a fim de diminuir  os problemas cardiovasculares e aumentar a sobrevida em pacientes portadores ou em risco de coronariopatias (a doença que atinge as artérias do coração, as coronária; estreitamento das coronárias  causa à  redução da quantidade de sangue para a musculatura cardíaca podendo ocorrer infarto do miocárdio).A transformação de hábitos alimentares e a inclusão da prática de atividade física são modificações do estilo de vida que tendem  a diminuir a influência os FR das DCV. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, os FR mais evidentes no cenário da saúde cardiovascular no Brasil são: diabetes mellitus, tabagismo,  obesidade , hipertensão arterial sistêmica e dislipidemias.


A  dieta correta pode diminuir o numero de casos e a gravidade das coronariopatias,  pois populações com diferentes dietas apresentavam diferenças na mortalidade cardiovascular^.  .Foi realizado um estudo com  40.000 mulheres profissionais de saúde,   os  mais altos  consumos de vegetais e frutas (exceto batata) estavam associados a redução do risco de DCV, principalmente infarto.Pesquisas enfatizam o consumo de vegetais, frutas e grãos integrais, confirmando o valor das fibras alimentares, antioxidantes e outras substâncias no controle e prevenção das DCV. Muitos estudos recomendam ainda o cuidado com o peso,  com a ajuda de atividade física regular e o consumo regulado de gorduras (< 30%), prevenindo um  consumo excessivo de calorias .
Analisemos a seguir fatores dietéticos importantes das doenças cardiovasculares ,como os lipídios,frutas oleaginosas, fitoesteróis,sal,álcool, fibras alimentares e antioxidantes.


O consumo de lipídios possui inúmeras  controvérsias, porém a diminuição de lipídios para no máximo 30% do valor calórico total já resulta em benefícios no controle dos FR das DCV.  Embora o excesso de lipídios seja prejudicial, observou-se  em estudos nos povos do mediterrâneos,  um consumo  de quase 40% de gorduras, a maioria proveniente de azeite ,  eles apresentavam menor incidência  de DCV do que os de outros países como EUA e Holanda, cujo consumo  de gordura era similar, mas proveniente das gorduras animais.
Os lipídios contribuintes para o aumento da LDL são os ácidos graxos saturados (presentes na gordura animal como : carnes gordurosas, leite integral e derivados e na polpa de coco e alguns óleos vegetais – coco e dendê ;os peixes,  que são pobres em gorduras saturadas são uma boa opção na diminuição do consumo destas), os ácidos graxos transisômeros (presentes naturalmente em baixas quantidades em algumas carnes e laticínios gordurosos, ocorrem principalmente nos alimentos industrializados como : biscoito , margarinas, bolos, pães, pastéis, batatas chips e sorvetes cremosos), e, em menor ação , o colesterol dietético  (Encontrado somente em alimentos de origem animal , como vísceras,  gema de ovo ,pele de aves,frios e embutidos).
As frutas oleaginosas como as avelãs castanhas, amêndoas,  pistache, nozes, talvez por seu alto teor de gordura, não estão muito presentes  na dieta ocidental. Muitas pesquisas indicam que seu consumo freqüente está associado a diminuição do  risco de doenças coronarianas. 
Os fitoesteróis  possuem nos vegetais funções análogas ao do colesterol nos tecidos animais , os fitoesteróis   disputam  com o colesterol no momento da absorção intestinal, diminuindo, portanto, a concentração plasmática deste .
O Sal muito presente em diversos alimentos, a maioria do sódio da dieta é proveniente de compostos sódicos adicionados no processamento dos alimentos ou, em menor evidencia, do sal de mesa. Além do excesso de sal ( NaCl) , a falta de alguns minerais como potássio, cálcio e possivelmente magnésio vem sendo associada a altos níveis da pressão arterial , o que reforça a necessidade de dietas que contenham quantidades adequadas de frutas, vegetais e laticínios desnatados ou com baixo teor de gordura.
O álcool seu consumo moderado  esta sendo estudado mostrando benéfico na redução de risco para doenças cardíacas , segundo estudos pessoas com ingestão moderada (um a dois drinks diários) tinham menor taxa de mortalidade do que abstêmios e do que os que bebiam em grande quantidade. O  "paradoxo francês"  sugere que a baixa incidência de DCV na França era graças a ingestão de vinho tinto, que poderia compensar o efeito negativo da elevada ingestão de gorduras saturadas. Poreém pesquisas mostram que essa baixa incidência pode estar associada a outros fatores comportamentais ou mesmo à alta ingestão de vegetais e frutas. Porém  o consumo de mais de três drinks diários vem sendo relacionado a diversos efeitos adversos relacionados às DCV, como arritmia, derrame hemorrágico ,hipertensão arteriale morte súbita , e eleva as probabilidades do câncer de mama, ainda que possivelmente o ácido fólico compense este aumento. O álcool pode atrapalhar no controle do diabetes mellitus, interferindo com o metabolismo glicídico, além de possivelmente elevar as concentrações de triglicerídeos séricos. Um drink corresponde a 14g de álcool e pode ser descrito como uma lata de cerveja, um copo de vinho (120ml).
Antioxidantes presentes na dieta causam uma baixa incidência de aterosclerose coronária^, pois  os antioxidantes aumentam a resistência da LDL-c à oxidação e estão associados com a redução de risco para coronariopatias^. Os antioxidantes são os responsáveis pelos benefícios  do consumo diário das frutas e verduras^. Os principais antioxidantes são a vitamina E, pigmentos carotenóides ( tomates e seus derivados), a vitamina C e  flavonóides (laranja, morango, jabuticaba , uva rosada, alho, cebola roxa, repolho roxo, berinjela, batata-doce , chás , berinjela e nos vinhos tintos)
O alto consumo de fibras em geral (total: 50g, com 25g solúveis e 25g insolúveis) melhorou o controle glicêmico, diminuiu a hiperinsulinemia, assim como as concentrações de lipídios  em diabéticos tipo 2.  Há dois tipos de fibras alimentares: as solúveis  vistas nos legumes, aveia, leguminosas (feijão, ervilha, lentilha) e fruta cítricas e maçã; e as  fibras insolúveis encontradas nos derivados de grãos inteiros, como por exemplo nos farelos, e também nas verduras.


O exercício físico promove o controle e na prevenção das DCV, ao associar a atividade física com modificações na dieta, ocorre a prevenção das DCV.Um treino com  atividades aeróbicas com intensidade moderada  como por exemplo a caminhada, por no mínimo 30 minutos, três a cinco vezes por semana, traz muitos  benefícios à saúde cardiovascular


Deve-se ressaltar a importância de uma alimentação saudável e não de nutrientes específicos isolados, pois muitos alimentos possuem mais de um ponto positivo para  à saúde cardiovascular esses associados com atividade física devem prevenir Doenças Cardiovasculares .


Postado por : Clara Igel
Fonte:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922002000600006&lang=pt