sábado, 2 de julho de 2011

Exercícios e os radicais livres



O aumento do consumo de oxigênio, assim como a ativação de vias
 metabólicas específicas durante ou após o exercício, resulta na formação de radicais livres de oxigênio, substâncias conhecidas simplesmente como radicais livres. Estas moléculas estão aumentadas nos exercícios de alta intensidade e extenuantes e foram relacionadas a um grande número de doenças como enfisema pulmonar, doenças inflamatórias, aterosclerose, câncer e envelhecimento, a partir da década de 80. Por outro lado, sabe-se que a atividade física é uma conhecida forma de estresse e a exposição crônica a ela, chamada treinamento físico, é capaz de disparar adaptações em resposta a uma maior produção destes radicais livre(RL).
Os radicais livres de oxigênio (RLO) são produzidos naturalmente em nosso organismo através de processos metabólicos oxidativos e, muitas vezes, são de extrema utilidade, como nas situações em que há necessidade de ativação do sistema imunológico (como exemplo, os macrófagos utilizam o peróxido de hidrogênio para destruir bactérias e outros elementos estranhos); na desintoxicação de drogas; e na produção do fator relaxante derivado do endotélio, o óxido nítrico, extremamente importante nos processos que desencadeiam o relaxamento dos vasos sanguíneos.
O exercício físico leve a moderado, realizado regularmente, é recomendado para a manutenção da saúde e prevenção de inúmeras doenças. Também reduz a produção de oxidantes e a ocorrência de danos oxidativos, melhorando o sistema de defesa antioxidante e aumentando a resistência dos órgãos e tecidos contra a ação deletéria dos RL. No entanto, alguns estudos apresentam evidências de que o exercício físico, principalmente os mais intensos, está associado tanto a danos musculares quanto à produção elevada de RL.
Os efeitos benéficos do exercício físico regular sobre a função endotelial vêm sendo demonstrados em experimentos com animais e humanos. Entretanto, a literatura ainda é controversa quanto à intensidade de esforço necessária para provocar alterações protetoras significativas na função endotelial. Os exercícios agudos e intensos apresentam significativa e rápida resposta na função endotelial. Todavia, estudos apontam que exercícios intensos estão também relacionados ao aumento no consumo de oxigênio e ao consequente aumento na formação de RL em músculo cardíaco e esquelético.
A produção de RL nem sempre é prejudicial ao organismo, pelo contrário - é necessária em vários processos biológicos, como sinalização celular, contração muscular e sistema imune. O grande problema é que, quando os níveis totais gerados de RL forem maiores que a capacidade de defesa, podem ocorrer danos celulares significativos.
O aumento do estresse oxidativo pode contribuir para a patogênese de doenças cardiovasculares2,6,7. Estudos clínicos experimentais têm sugerido que essas doenças estão associadas ao aumento da formação de radicais livres e à redução das defesas antioxidantes2,6,34.
O estresse oxidativo tem sido associado à diminuição da performance, fadiga, dano muscular e excesso de treinamento. Por essa razão, alguns pesquisadores sugerem que reduzir o estresse oxidativo pode melhorar a tolerância ao exercício, bem como a performance física.
Para combater os radicais livres são necessários alguns alimentos que contém  micronutrientes com a função antioxidante sendo alguns minerais como o zinco, selênio e ferro, vitaminas como a A, C, B2 e E, carotenóides e bioflavonóides, sendo que um consumo aumentado da ingestão dos mesmos inibiria a peroxidação (oxidação) lipídica.
Atualmente há um grande interesse por parte de pesquisadores em esclarecer a influência de micronutrientes sobre o estresse oxidativo na atividade física, com a intenção de minimizar os efeitos prejudiciais do excesso de espécies reativas de oxigênio e melhorar a capacidade antioxidante dos atletas através da adequação do estado nutricional em micronutrientes.
Conforme estudo dos mesmos autores, o mecanismo de ação dos antioxidantes permite classifica-los como antioxidantes de prevenção por impedirem a formação dos radicais livres, como antioxidantes varredores por impedirem o ataque de radicais livres às células, e até mesmo antioxidantes de reparo, pois favorecem a remoção de danos à molécula de DNA e a reconstituição das membranas celulares danificadas.
 Ao antioxidantes estão presentes nos alimentos e os mais importantes são:
Vitamina C: aumenta a resistência às infecções e é importante na resposta imune; atua como antioxidante hidrossolúvel geral; protege as vitaminas A e E dos processos oxidativos, varrendo os radicais hidroxila que são os radicais livres responsáveis pelas agressões às células. É encontrada em grande quantidade nas frutas cítricas e vegetais verde escuros (laranja, limão, lima, acerola, caju, kiwi, morango, couve, brócolis, tomate, etc);
Vitamina E: age contra os peróxidos lipídicos e previne danos à membrana celular. È o antioxidante mais efetivo e muito eficiente sob altas concentrações de oxigênio. É encontrada principalmente no germe de trigo (fonte mais importante), óleos de soja, arroz, algodão, milho e girassol, amêndoas, nozes, castanha do Pará, gema de ovo, vegetais folhosos e legumes;
Vitamina A: age contra os peróxidos lipídicos. É encontrada principalmente em alimentos como a cenoura, abóbora, fígado, batata doce, damasco seco, brócolis, melão;
Selênio: um mineral encontrado na castanha do pará, alimentos marinhos, fígado, carne e aves;
Zinco: outro mineral encontrado principalmente nas carnes, peixes (incluindo ostras e crustáceos), aves e leite. Cereais integrais, feijões e nozes são também boas fontes;
Bioflavonóides: inibem os hormônios que provocam o câncer. São encontrados em frutas cítricas, uvas escuras ou vermelhas;
Licopeno: Inúmeros estudos o relacionam com a prevenção do câncer de próstata. È uma substância ativa encontrada principalmente no tomate;
Isoflavonas: Inibem a acumulação de estrogênio e destroem as enzimas canceríginas. Encontradas principalmente na soja;
Catequinas: substâncias antioxidante encontradas principalmente em frutas da família do morango, uva e chá verde (green tea);
Ácido fenólico: inibe as nitrosaminas e aumenta a atividade enzimática. Encontrado na uva, morango, brócolis, repolho, cenoura, frutas cítricas, berinjela, tomate e grãos integrais;
Ácidos graxos ômega 3: inibem o estrogênio e combatem a inflamação. Encontrados no óleo de canola, linhaça, nozes, peixes;
Curcumina: protege contra os carcinogênicos induzidos pelo tabaco. Encontrado no açafrão, cominho;
Genistelina: inibe o crescimento de tumores. Encontrado no brócolis;
Indóis: inibem o estrogênio, que estimula alguns tipos de câncer; induzem as enzimas de proteção. Encontrado no Rábano, mostarda, rabanete;
Betacaroteno: previne danos à membrana celular. Complementa a ação da vitamina E. Encontrado em vegetais verde escuros e amarelo-alaranjados;
Quercetina: inibe a mutação celular, a formação de coágulos e a inflamação. Encontrada em cascas de uva e vinhos.
Postado por: Sueli Merz

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