A litíase urinária, conhecida popularmente como pedra nos rins, possui causas multifatoriais, dependendo de hereditariedade, clima, alterações anatômicas, infecção do trato urinário, distúrbios metabólicos e a dieta.
O cálculo ocorre quando os componentes da urina sofrem supersaturação e se cristalizam ou ocorre diminuição dos componentes que impedem essa critalização. A maior parte dos cálculos é formada por oxalato de cálcio ou fosfato de cálcio ou ambos, geralmente associado ao estado de hipercalciúria.
O papel da dieta pode ser muito importante na formação dos cálculos, que está associado ao ácido úrico, cálcio, oxalato, excesso de sal e proteínas na dieta e, sobretudo na baixa ingestão de líquidos, principalmente de água.
O baixo consumo de líquidos pode causar hipocitratúria, enquanto a alta ingestão de sódio estimula a hipercalciúria e também diminui a concentração do citrato. A dieta rica em proteínas leva ao aumento do ácido úrico e do cálcio urinário.
Cuidados com a dieta
Cálcio: ao contrário do que se poderia pensar, a restrição de cálcio na dieta não é recomendada, pois estudos mostram que a falta do cálcio na luz intestinal leva ao aumento da concentração de oxalato. Além disso, uma dieta com restrição de cálcio pode levar à deficiência do cálcio e à perda de massa óssea. A recomendação de cálcio para pessoas que não tem restrição é de 1000mg/dia de acordo com a dietary references intake (DRI) e a recomendação para pacientes com hipercalciúria varia de 400mg/dia à 800mg/dia de acordo com o grau da doença.
Sódio: o sódio é responsável pela elevação do cálcio urinário, assim ingestão deve ser moderada, sendo recomendados 2 a 3g por dia.
Proteínas: a elevada ingestão de proteína promove hipercalciúria, diminuição do citrato, aumento na síntese de oxalato e aumento do ácido úrico, todos os fatores associados à formação de cálculo. Assim, deve-se ter cuidado com dietas hiperproteícas, sendo que a ingestão de proteínas deve ser de 0,8 a 1,2g/kg de peso por dia
Potássio: a baixa ingestão também está associada à formação de cálculo devido ao aumento de cálcio urinário e diminuição do citrato. Assim, recomenda-se aumento no consumo de frutas, verduras e legumes para garantir a ingestão adequada do micronutriente.
Vitamina C: ela aumenta a excreção de oxalato, o que promove a formação de cálculos. Assim, deve-se evitar a ingestão excessiva da vitamina, principalmente o uso de comprimidos, que geralmente possuem altíssima dosagem.
Hidratação: a adequada ingestão de líquidos favorece o aumento do volume urinário, diminuindo as chances da formação de cristais. O ideal é ingerir água e líquidos de baixa osmolaridade, como chás (exceto preto e mate). Recomenda-se também a ingestão de sucos de melancia e melão, ricos em potássio. A ingestão de refrigerantes deve ser moderada e a de isotônicos deve ser evitada pois contém sódio e podem contribuir para elevar o consumo diário. A ingestão de álcool não é recomendada, pois estimula a calciúria. Dentre todos os estudos, é o fator que mais contribui para melhorar e prevenir o problema.
Fontes consultadas:
MELLO, Elza Daniel de; SCHNEIDER, Márcia Andréa de Oliveira. A importância da dieta no manejo da hipercalciúria. Hcpa, Porto Alegre, n. , p.52-60, 2006.
PAIVA, Ellen Simoni. Cálculo renal: como a dieta pode prevenir o aparecimento da calculose ou facilitar sua ocorrência?
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