O Brasil é um lugar perfeito para praticar vela,windsurf e kitesurf, pois oferece o vento e as restantes condições meteorológicas ideais para estes esportes durante todo o ano.
A vela, mais conhecida como iatismo, já é antiga no Brasil, sendo uma modalidade de destaque no cenário olímpico, que já rendeu ao país diversas medalhas, e também já foi mais estudado cientificamente.
O windsurf é uma mistura de surf com vela, onde há variação nos tamanhos das pranchas e das velas e o praticante realiza manobras, giros e saltos.
O kitesurf é mais novo, bastante praticado em praias do litoral nordestino. Bem semelhante ao windsurf, porém no lugar da vela, o atleta fica preso a uma pipa semelhante a um pára-quedas.
Os três esportes tem em comum a utilização da força do vento para se deslocar, que exigem bastante esforço físico do atleta. Velejar relaciona-se diretamente à capacidade do velejador de superar as forças externas impostas no barco ou pela prancha. Os atletas precisam ter resistência muscular, condicionamento cardiovascular, controle de peso, flexibilidade e agilidade. De maneira geral, a vela necessita tanto de um componente aeróbio desenvolvido para tolerar as demandas metabólicas de uma atividade física prolongada, quanto de um anaeróbio para as explosões intermitentes de esforço intenso.
Em relação ao iatismo, a força e resistência estão relacionados à capacidade do velejador de manter e corrigir os movimentos do barco. No windsurf e kitesurf, existem algumas diferenças, pois o atleta precisa realizar acrobacias com a prancha, além de controlá-la conforme o vento.
A inadequação nutricional pode trazer prejuízos ao desempenho esportivo de velejadores. O consumo energético insuficiente compromete a manutenção da massa muscular e equilíbrio dos micronutrientes, influenciando o desempenho esportivo. Apesar disso, estudos com atletas de iatismo e praticantes de windsurf verificaram consumo inadequado de carboidratos, proteínas e gorduras, sendo as gorduras consumidas em quantidades acima do recomendado. Além disso, mostraram consumo energético abaixo do necessário.
Um dos maiores problemas destas modalidades é a dificuldade de repor carboidratos e líquidos durante o treino/ competição para manter o glicogênio e a hidratação adequados. Os motivos são a falta de espaço para carregar alimentos e líquidos e a necessidade de utilizar ambas as mãos durante a navegação, o que impossibilita o consumo de alimentos, sendo este um grande desafio. Entre algumas soluções encontradas estão a correta ingestão de alimentos nas horas que antecedem a prova/ treino e o uso de produtos liofilizados.
Manter o desempenho destes atletas é, sem dúvida, um desafio, porém os estudos também mostraram que eles não seguem dietas específicas por falta de acompanhamento e orientação adequados. Assim, cabe ao nutricionista inserir-se neste contexto e conscientizá-los quanto à importância de aliar uma alimentação balanceada ao esporte.
Postado por: Marcelle Comenale
Fontes consultadas:
DOUMTSIOS, I., GRAMMATIKOPOULOU, M. G. and TSIGGA, M. (2010), Diet quality and anthropometry between different sailboarding styles. Nutrition & Dietetics, 67: 31–36.
SEGATO, Luciana. Humor, estresse e perfil nutricional de atletas de alto nível de vela em competição pré-olímpica. Dissertação de Mestrado, Universidade do Estado de Santa Catarina. Florianópolis, 2009.
RODRIGUES, Luis Otávio Frasca. Demandas fisiológicas da vela: kitesurf e windsurf. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.
ALLEN, J.B.; DE JONG, M.R. Sailing and sports medicine: a literature review. British Journal of Sports Medicine v.40, p.587-593, 2006.
Nenhum comentário:
Postar um comentário