A perda hídrica pela sudorese durante o exercício pode levar o organismo à desidratação, com aumento da osmolalidade, da concentração de sódio no plasma e diminuição do volume plasmático. Quanto maior a desidratação, menor a capacidade de redistribuição do fluxo sanguíneo para a periferia, menor a sensibilidade hipotalâmica para a sudorese e menor a capacidade aeróbica.
Os efeitos fisiológicos da desidratação induzida pelo exercício têm sido estudados através da comparação de diversas respostas fisiológicas de indivíduos quando estes não repõem as perdas de líquido durante um exercício prolongado, ou as repõem parcial ou totalmente. Há uma diminuição no volume plasmático com o início do exercício. Esta redução é influenciada pelo tipo e pela intensidade do exercício, assim como pela postura adotada. A variação no volume é menor quando a ingestão de líquidos é maior e pode ser prevenida se a taxa de ingestão de líquidos for igual à taxa de perda de líquidos.
A gravidade específica da urina tem sido considerada como um bom método não-invasivo para a avaliação do estado de hidratação dos indivíduos.
A variação do peso corporal também pode ser utilizada para a avaliação do estado de hidratação. A partir da diferença do peso corporal antes e após o exercício é possível calcular o percentual de perda de peso para classificar o estado de hidratação.
Sabe-se que durante o exercício a função renal pode tornar-se alterada. Alguns estudos têm relatado diminuições de 20 a 60% na função renal, com conseqüente aumento na concentração da urina, em situações de exercício competitivas e de laboratório. Neste sentido, uma das possíveis explicações seria que uma ingestão excessiva de líquidos, somada à função renal alterada durante o exercício, poderia ocasionar hemodiluição e deslocamento do excesso de água para o espaço intracelular, que pode ser fatal.
Outro método prático para a estimativa da hidratação corporal é a análise da coloração da urina, utilizando-se a escala proposta por Armstrong et al. A escala apresenta uma boa correlação com a densidade e a osmolalidade urinárias e com a osmolalidade plasmática
A coloração da urina pode ser usada para indicar o estado de hidratação do corpo. Uma urina muito escura, para pessoas saudáveis, pode significar pouca água para diluir as toxinas e impurezas a serem eliminadas, tornando-a muito concentrada.
Ou seja, quanto mais clara a urina, mais diluída ela se encontra, o que facilita o processo de eliminação urinária.
Indivíduos desidratados apresentam um volume de sangue menor que o normal, o que força o coração a aumentar o ritmo de seus batimentos, quadro chamado pelos médicos de taquicardia. Com menos água, a pele se torna áspera e as mucosas perdem o turgor, ficando com aspecto enrugado e pouco viçoso. Os olhos podem ficar fundos.
Quando a falta de água prejudica o funcionamento dos músculos, podem ocorrer fraqueza e sensação de corpo pesado. Se a falta de água chegar ao cérebro. Casos graves de desidratação prejudicam o funcionamento dos rins, cuja função é excretar a urina. Quando isso ocorre, o volume urinário pode ficar perigosamente baixo ou simplesmente chegar à zero
Avaliação da urina
Reproduzido com a permissão do professor Lawrence Armstrong, líder mundial dos especialistas em fisiologia do esporte. Seu extenso trabalho com atletas de alta performance levou a desenvolver e refinar esta escala de cores - de forma simples para estimar o estado de hidratação, um fator determinante da resistência física. Esta ferramenta pode ser utilizada para estimar o estado de hidratação.
Esse sistema de escala é um método de baixo custo, prático.
Obs.: A amostra deve ser colhida através de um recipiente, e não comparar diretamente ao vaso sanitário. A cor da urina pode ser influenciada pelo conteúdo da sua dieta ou tratamento médico.
NÃO IMPRIMA!
Devido à discrepância na reprodução das cores por diferentes impressoras, não é garantida uma reprodução precisa da escala, portanto não estão autorizadas impressões.
Existem empresas que fornecem gratuitamente essa tabela para análise, a solicitação deve ser feita pelo telefone 0800-7017561 de segunda a sexta-feira das 08:00 às 17:30 (exceto feriados).
Postado por Bruno Garbini e Danielle Loverri
Fontes consultadas
Machado, C. A. et al. Hidratação durante o exercício: a sede é suficiente? Rev Bras Med Esporte vol.12 no.6 Niterói Nov./Dec. 2006
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