quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Vitaminas do Complexo B


As vitaminas são um grupo de compostos orgânicos que desempenham varias funções no organismo. Dentre estas, a mais relevante é a de servir como cofatores em reações enzimáticas. Uma característica fundamental das vitaminas é a de que elas geralmente não podem ser sintetizadas pelas células de mamíferos e, portanto, precisam ser supridas na dieta.

As vitaminas dividem se em dois grandes grupos, as hidrossolúveis (solúveis em água) e as lipossolúveis (solúveis em lipídeos).


Falaremos hoje sobre algumas características das vitaminas do Complexo B, que fazem parte do grupo das vitaminas hidrossolúveis, que de uma maneira geral, não são normalmente armazenadas em quantidades significativas no organismo, o que leva muitas vezes a necessidade de um suprimento diário dessas vitaminas. Uma característica comum desse grupo de vitaminas é a de serem essenciais para a saúde e bem-estar.


Vitaminas do Complexo B

Tiamina (B1)

Funciona como coenzima vital para a respiração tecidual; atua principalmente no metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas e em nível de estimulação de nervos periféricos. Por suas funções essenciais no sistema nervoso, a tiamina é conhecida como vitamina antineurítica. 

O beneficiamento dos cereais retira a parte mais rica em tiamina: o arroz polido e a farinha de trigo são praticamente isentos desta. As perdas de tiamina durante o cozimento ocorrem através da passagem para a água de cocção.


A deficiência de tiamina no organismo pode levar à doença beribéri (afeta os sistemas nervoso e cardiovascular), que em lactentes se manifesta na fase aguda por diminuição do débito urinário, choro excessivo, perda de peso, gemido triste e insuficiência cardíaca. Já na fase crônica, a doença se manifesta por constipação, vômitos, irritabilidade, perda do tono muscular e palidez com cianose.


Fontes: a carne de porco e o germe de trigo são as fontes mais importantes, seguidos de fígado, rins, coração, carnes magras, aves, gema de ovos, peixes, feijão, soja, amendoim e grãos integrais.


Riboflavina (B2)

A riboflavina é essencial para os processos de multiplicação celular, importante, portanto, nos processos de cicatrização e no crescimento do lactente.


É essencial ao crescimento e tem papel importante na produção de corticosteróides, na formação de glóbulos vermelhos e na atividade reguladora das enzimas tireoideanas.
Não é estocada em grande quantidade no organismo e deve ser suprida através da dieta regular.

A riboflavina é estável ao calor, à oxidação e aos ácidos. É pouco solúvel em água, mas é destruída na presença de luz. Pouco perde-se no cozimento seco; já na água, quando desprezada, a perda varia de 30% a 40%.

Fontes: leite, queijos, requeijão, vísceras, carnes magras, aves, ovos, vegetais de folhas verdes.


Niacina (B3) 

Niacina é o nome normal da vitamina; englobando duas substâncias, a nicotinamida e o ácido nicotínico, faz parte do sistema enzimático (coenzima), auxilia no metabolismo dos carboidratos e proteínas e participa na síntese das gorduras e na respiração.

A deficiência de niacina produz sintomas como fraqueza muscular, anorexia, indigestão e erupção cutânea. Em estágios mais avançados leva à pelagra, caracterizada por dermatite, demência e diarréia (a doença dos três "D"), tremores e língua amarga.

Anormalidades digestivas causadas pela deficiência de niacina levam à irritação e à inflamação das mucosas da boca e do trato gastrointestinal, o que pode levar à diarréia.

Fontes: as fontes de niacina e do seu precursor, o triptofano, são as vísceras, carnes magras, aves, peixes, amendoins, leguminosas e a levedura da cerveja; leite e ovos são pobres em niacina, mas são ricos em triptofano. Vegetais e frutas são fontes pobres.

A niacina é muito estável à luz, ao calor, ao ar e aos ácidos, porém uma pequena parte é perdida na água, desprezada do cozimento.



Ácido pantotênico (B5)

Desempenha papel fisiológico importante, como componente da coenzima A, essencial para inúmeras funções corporais, essencial no metabolismo intermediário de carboidratos, proteínas e lipídios; faz parte de vários sistemas enzimáticos e age na síntese de vários componentes vitais ao organismo.

Por sua alta distribuição em várias fontes dietéticas não se tem relatos da deficiência de ácido pantotênico.


Grande parte do ácido pantotênico é perdido durante o descongelamento e aproximadamente 33% é perdido na cocção; perdas significativas podem ocorrer durante o processamento e refino de alimentos. 

Fontes: Ovos, rim, fígado e leveduras, são as principais fontes, porém está presente em todos os tecidos vegetais e animais.


Piridoxina (B6)

A vitamina B6 está presente nos alimentos na forma de três compostos diferentes: piridoxina, piridoxal e piridoxamina. A piridoxina é mais abundante nas plantas e piridoxal e piridoxamina, no tecido animal. 

Funciona como coenzima em grande número de reações que participam do metabolismo das proteínas, dos carboidratos e dos lipídeos. Ainda está envolvida na neurotransmissão e na síntese de esfingolipídeos e de outros importantes fosfolipídeos, sendo, portanto, fundamental para o desenvolvimento do sistema nervoso central e da função cognitiva.

Os principais sintomas da deficiência desta vitamina são observados na pele e no sistema nervoso.

Fontes: carne de porco, lêvedo, vísceras, farelo e germe de cereais integrais; legumes, batata, banana, leite, gema de ovos, verduras e frutas são fontes pobres em vitamina B6. É estável ao calor, à luz e à oxidação.



Biotina (B7)

Acredita-se que a biotina pode ser essencial para o crescimento celular, homeostase da glicose e para síntese do DNA; também está intimamente relacionada ao metabolismo das vitamina B12 e  B5. Em alguns estudos apontam que suplementação de biotina parece atuar no tratamento da acne e da seborréia 

A biotina é sintetizada por microrganismos no trato intestinal e está presente em vários alimentos. Uma das melhores fontes de biotina é o leite materno.

Fontes: fígado, gema de ovos, óleo de soja, cereais e leveduras. 


Ácido fólico (B9)

O ácido fólico é indispensável ao metabolismo celular, metabolismo normal das gorduras, e biossíntese de ácidos nucléicos; é essencial à formação das células vermelhas e brancas do sangue, à medula óssea e sua maturação.


A deficiência desta vitamina produz efeitos na reprodução celular e alteração na síntese das proteínas. Esses efeitos se tornam mais evidentes em tecidos de crescimento rápido


Fontes: fígado, leguminosas, verduras de folhas verdes, carnes, tubérculos, pão de trigo integral e legumes. 

As perdas ocorrem nos processamentos a temperaturas elevadas.



Cobalamina (B12) 

 Essencial para o funcionamento normal do metabolismo das células, em especial as do trato gastrointestinal, da medula óssea e do tecido nervoso, é também necessária para o crescimento. Participa no metabolismo das proteínas e está associada à absorção do ácido fólico. Essa vitamina fica armazenada no fígado e rins, em quantidades elevadas.

A deficiência está associada a falha na divisão celular normal, principalmente na medula óssea e mucosa intestinal. A manifestação mais evidente da deficiência é a anemia megaloblástica, acompanhada de alterações neurológicas graves, resultantes da desmineralização do SNC e periférico (anemia perniciosa).


Fontes: os alimentos ricos em vitamina B12 são os de origem animal, como carnes (fontes mais ricas: fígado e rins), queijos, leite e ovos.




Postado por: Bruno Garbini e Danielle Loverri 


Fontes consultadas


BRICARELLO, L. P. GOULART R. M. M. O papel das vitaminas em lactentes e crianças. Pediatr. mod;35(10):797-8, 800, 803-4, passim, out. 1999.

SOUZA, A. C. S. et al. Riboflavina: uma vitamina multifuncional. Quím. Nova vol.28 no.5 São Paulo Sept./Oct. 2005.

BORSOI, M. A. Nutrição e dietética: noções básicas. São Paulo: Editora Senac São Paulo, 1995.


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