sábado, 1 de outubro de 2011

ARTROSE E GLUCOSAMINA


Artrose, Osteoartrose ou Osteoartrite é o mesmo que artrose ou doença articular degenerativa.

No conjunto das doenças agrupadas sob a designação de "reumatismos", a artrose é a mais freqüente, representando cerca de 30 a 40% das consultas em ambulatórios de Reumatologia. Além deste fato, sua importância pode ser demonstrada através dos dados da previdência social no Brasil, pois é responsável por 7,5% de todos os afastamentos do trabalho; é a segunda doença entre as que justificam o auxílio-inicial, com 7,5% do total; é a segunda também em relação ao auxílio-doença (em prorrogação) com 10,5%; é a quarta a determinar aposentadoria (6,2%).

A artrose, em conjunto, tem certa preferência pelas mulheres, mas há localizações que ocorrem mais no sexo feminino, por exemplo mãos e joelhos, outras no masculino, como a da articulação coxofemoral (do fêmur com a bacia). Ela aumenta com o passar dos anos, sendo pouco comum antes dos 40 e mais freqüente após os 60. Pelos 75 anos, 85% das pessoas têm evidência radiológica ou clínica da doença, mas somente 30 a 50% dos indivíduos com alterações observadas nas radiografias queixam-se de dor crônica.

A artrose é uma doença que se caracteriza pelo desgaste da cartilagem articular e por alterações ósseas, entre elas os osteófitos, conhecidos, vulgarmente, como "bicos de papagaio".

A artrose pode ser dividida em sem causa conhecida (dita primária) ou com causa conhecida (dita secundária). As causas desta última forma são inúmeras, desde defeitos das articulações, como os joelhos com desvios de direção (valgo ou varo), até alterações do metabolismo. A participação da hereditariedade é importante, principalmente em certas apresentações clínicas, como os nódulos dos dedos das mãos, chamados de nódulos de Heberden (na junta da ponta dos dedos) ou Bouchard (na junta do meio dos dedos).

Frequentemente notícias sobre atletas jovens e de alto rendimento com problemas sérios nas articulações são divulgadas. A alta exigência do corpo com treinamentos prolongados e com grande grau de dificuldade pode antecipar diversas doenças ortopédicas, como a artrose.

Para os atletas, a sobrecarga de atividades ou fatores como tênis inadequados ao tipo de exercício e solo muito duro, podem provocar impactos que levam a alterações da cartilagem, que começa a fragmentar-se e, em consequência, há um derrame na articulação, provocando por diversas vezes o aparecimento precoce da artrose. Os atletas profissionais passam a reclamar de sensibilidade exagerada nas articulações, inchaço, crepitações, restrição de movimentos, atrofia muscular, enrijecimento e instabilidade articular, devido a instabilidades ligamentares secundárias a lesões repetitivas.

Um dos sinais da enfermidade é o aumento de conteúdo líquido no interior do tecido cartilaginoso em uma ou mais articulações.
Os sintomas da osteoartrite podem permanecer leves ou mesmo desaparecer por longos períodos. O mais importante é a dor nas
articulações, que costuma ser de instalação insidiosa e aumentar de intensidade no decorrer dos anos. Caracteristicamente, nas fases iniciais da doença, ela surge com o movimento e vai embora com o repouso. Enrijecimento e diminuição da mobilidade articular estão também entre os sinais possíveis da osteoartrite.


Glucosamina é uma substância de ocorrência natural, componente da cartilagem articular. A glucosamina é um aminoaçúcar e está envolvida na formação da cartilagem, atuando como precursora de unidades de dissacarídeos dos glicosaminoglicanos.

A glucosamina é uma substância que vem sendo utilizada, em associação, no tratamento da osteoartrite.

A glucosamina é um aminossacárido natural que é sintetizado no organismo a partir da L-glutamina e da glucose. Os aminossacáridos são os componentes essenciais dos chamados glicosaminoglicanos e proteoglicanos, que constituem uma espécide de “cola” biológica responsável pela adesão das células umas às outras. À medida que envelhecemos e em certas condições, como a osteoartrose ou com o desgaste causado pelo excesso de peso, ou atividades repetitivas, perdemos alguma da glucosamina e outras substâncias da cartilagem. Esta perda pode levar à redução da cartilagem e ao aparecimento e progressão da artrite.

A glucosamina é necessária para a construção e manutenção do tecido conjuntivo e dos fluídos lubrificantes do organismo, incluindo tendões, ligamentos, cartilagem, osso, pele, líquido sinovial, etc. Em estudos clínicos, a glucosamina demonstrou ser eficaz no alívio das dores e no aumento da mobilidade das articulações e da distância percorrida em pessoas com osteoartrose. Observou-se que a glucosamina seria tanto ou mais eficaz do que os anti-inflamatórios não esteróides (AINEs). A glucosamina, quando tomada por via oral, difunde-se rapidamente pela maioria dos tecidos e órgãos, tendo uma especial atração pela cartilagem e osso, onde fica retida.

Desde 1940, o uso terapêutico da glucosamina no combate da osteoartroste tem sido cogitado e registrado na literatura. Seus benefícios terapêuticos foram confirmados na Europa em meados de 1970. Desde então, importantes pesquisas também foram realizadas em diversos outros países: Filipinas, Tailândia, Portugal etc.

Em 1980, Dovani e colaboradores desenvolveram em Milão (Itália) um dos mais importantes estudos clínicos que envolvia o uso terapêutico da glucosamina no combate da osteoartrite. 


Em 2001, o Lancet publicou os resultados de um ensaio clínico duplo-cego de três anos envolvendo 212 pessoas com osteoartrite que usaram ou glicosamina ou um placebo. Os pesquisadores descobriram que os sintomas melhoram de 20% a 25% no grupo da glicosamina, mas pioraram ligeiramente no grupo placebo.

Apesar de diversos estudos que confirmam seus benefícios, a eficácia da glucosamina no alívio sintomático e na modificação da história natural da osteoartrose ainda é muito controversa e persiste sob intenso debate. 

Não há alimentos ricos em glucosamina, as fontes comercialmente disponíveis, são extraídas das cascas de camarão, lagosta e caranguejo. Se você for alérgico a mariscos deve tomar muito cuidado com o uso da glucosamina.

Postado por Danielle Loverri

Fontes consultadas:
WANNMACHER, L. Osteoartrose de joelhos Parte I:Evidências sobre abordagens medicamentosas. ISSN 1810-0791 Vol. 3, Nº 3 Brasília, fevereiro de 2006.

TOFFOLETTO, O. et al. Farmacocinética da associaçãode glucosamina e sulfato de condroitina em humanos sadios do sexo masculino. Acta ortop. bras. vol.13 no.5 São Paulo,  2005.




Osteoartrite (Artrose): Tratamento. Sociedade Brasileira de Reumatologia. Setembro de 2003










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