Durante a atividade física ocorrem diversas
adaptações fisiológicas, sendo necessários ajustes cardiovasculares e
respiratórios para compensar e manter o esforço realizado. Para prevenir ou reduzir os efeitos causados
pelo estresse oxidativo gerado pelo exercício intenso, o organismo está
equipado com diversos mecanismos de defesa antioxidante. Nesses mecanismos,
vários micronutrientes desempenham papel importante, entre eles o zinco.
Atualmente muitos pesquisadores têm demonstrado
interesse em elucidar a influência de micronutrientes sobre o estresse
oxidativo na atividade física, com o intuito de minimizar os efeitos
prejudiciais do excesso de espécies reativas de oxigênio e melhorar a
capacidade antioxidante dos atletas através da adequação do estado nutricional
em micronutrientes.
Durante o exercício físico intenso ocorre
elevação da atividade do ciclo de degradação das purinas. Neste ciclo, a
adenosina monofosfato (AMP) é desaminada pela enzima adenilato desaminase, a
inosina monofosfato (IMP) que se acumula no músculo esquelético. Como a IMP não
se difunde rapidamente do músculo esquelético durante o exercício intenso, o
seu acúmulo pode levá-la a uma via secundária de metabolização, ocasionando a
formação de hipoxantina, xantina, ácido úrico, oxi-radicais e peróxido de
hidrogênio, produtos finais da degradação de adeninas.
O zinco desenvolve várias funções no organismo,
explicadas em parte pelo papel catalítico e/ou estrutural em mais de 200
enzimas e pela sua ação na estabilização de domínios de proteínas que interagem
com DNA ou de proteínas com papel estrutural ou de sinalização.
O zinco é essencial para a integridade e
funcionalidade das membranas celulares. A sua concentração na membrana das
células pode ser bastante elevada dependendo do tipo celular e é influenciada
pelo estado nutricional em zinco do organismo.
Resultados da concentração de zinco no soro ou
plasma obtidos logo após o exercício físico têm de ser avaliados com cautela,
pois nos primeiros 30 minutos após exercício de resistência têm sido observados
tanto reduções (12%-33%) quanto aumentos significativos de concentração de
zinco, neste último caso seguido de rápido declínio. Redução do zinco sérico
tem sido também observada no período de 2 a 24 horas após corrida de longa
distância.
A hipozincemia em atletas pode ser causada pela
ingestão inadequada de zinco, pela expansão do volume plasmático resultando em
hemodiluição, pelo aumento das perdas de zinco através de suor e urina e pela
redistribuição de zinco plasmático para o fígado e/ou eritrócitos após o
exercício. Níveis aumentados de interleucinas plasmáticas, tal como ocorrem na
inflamação, no dano tissular e também no exercício intenso, estimulam o fígado
a aumentar a captação do zinco do plasma para a síntese de metalotioneína (e
possivelmente de superóxido dismutase e outras zinco-proteínas), necessária aos
mecanismos de resposta aguda.
O exercício físico intenso e as temperaturas
extremas são também promotores da perda de micronutrientes do organismo. A
perda de minerais pela sudorese durante o treinamento e competição,
principalmente quando realizados em elevadas temperaturas, é substancial. O
zinco é normalmente perdido do organismo através do intestino (0,5 a 3mg/dia) e
da pele (0,5mg/dia), e em esportes aquáticos, dependendo da permanência na
água, a perda pela pele pode duplicar. A excreção urinária desse mineral é
geralmente baixa, mas essa perda pode aumentar 50% a 60% em
resposta ao exercício prolongado. Em geral, as variações na excreção urinária
de zinco em resposta ao exercício refletem as mudanças no turnover do tecido
muscular associadas ao exercício.
Postado por: Thais C. S. Silva
Referências:
DonangeloII
DONANGELOLL, CM et al. Zinco, estresse
oxidativo e atividade física. Acesso eletrônico Disponível em: correio.fde.sp.gov.br.
Acesso em 25/05/13.
Nenhum comentário:
Postar um comentário