sábado, 25 de maio de 2013

Hipozincemia em Atletas



Durante a atividade física ocorrem diversas adaptações fisiológicas, sendo necessários ajustes cardiovasculares e respiratórios para compensar e manter o esforço realizado. Para prevenir ou reduzir os efeitos causados pelo estresse oxidativo gerado pelo exercício intenso, o organismo está equipado com diversos mecanismos de defesa antioxidante. Nesses mecanismos, vários micronutrientes desempenham papel importante, entre eles o zinco.

Atualmente muitos pesquisadores têm demonstrado interesse em elucidar a influência de micronutrientes sobre o estresse oxidativo na atividade física, com o intuito de minimizar os efeitos prejudiciais do excesso de espécies reativas de oxigênio e melhorar a capacidade antioxidante dos atletas através da adequação do estado nutricional em micronutrientes. 


Durante o exercício físico intenso ocorre elevação da atividade do ciclo de degradação das purinas.  Neste ciclo, a adenosina monofosfato (AMP) é desaminada pela enzima adenilato desaminase, a inosina monofosfato (IMP) que se acumula no músculo esquelético. Como a IMP não se difunde rapidamente do músculo esquelético durante o exercício intenso, o seu acúmulo pode levá-la a uma via secundária de metabolização, ocasionando a formação de hipoxantina, xantina, ácido úrico, oxi-radicais e peróxido de hidrogênio, produtos finais da degradação de adeninas.

O zinco desenvolve várias funções no organismo, explicadas em parte pelo papel catalítico e/ou estrutural em mais de 200 enzimas e pela sua ação na estabilização de domínios de proteínas que interagem com DNA ou de proteínas com papel estrutural ou de sinalização.

O zinco é essencial para a integridade e funcionalidade das membranas celulares. A sua concentração na membrana das células pode ser bastante elevada dependendo do tipo celular e é influenciada pelo estado nutricional em zinco do organismo. 

Resultados da concentração de zinco no soro ou plasma obtidos logo após o exercício físico têm de ser avaliados com cautela, pois nos primeiros 30 minutos após exercício de resistência têm sido observados tanto reduções (12%-33%) quanto aumentos significativos de concentração de zinco, neste último caso seguido de rápido declínio. Redução do zinco sérico tem sido também observada no período de 2 a 24 horas após corrida de longa distância.

A hipozincemia em atletas pode ser causada pela ingestão inadequada de zinco, pela expansão do volume plasmático resultando em hemodiluição, pelo aumento das perdas de zinco através de suor e urina e pela redistribuição de zinco plasmático para o fígado e/ou eritrócitos após o exercício. Níveis aumentados de interleucinas plasmáticas, tal como ocorrem na inflamação, no dano tissular e também no exercício intenso, estimulam o fígado a aumentar a captação do zinco do plasma para a síntese de metalotioneína (e possivelmente de superóxido dismutase e outras zinco-proteínas), necessária aos mecanismos de resposta aguda.

O exercício físico intenso e as temperaturas extremas são também promotores da perda de micronutrientes do organismo. A perda de minerais pela sudorese durante o treinamento e competição, principalmente quando realizados em elevadas temperaturas, é substancial. O zinco é normalmente perdido do organismo através do intestino (0,5 a 3mg/dia) e da pele (0,5mg/dia), e em esportes aquáticos, dependendo da permanência na água, a perda pela pele pode duplicar. A excreção urinária desse mineral é geralmente baixa, mas essa perda pode aumentar 50%  a 60% em resposta ao exercício prolongado. Em geral, as variações na excreção urinária de zinco em resposta ao exercício refletem as mudanças no turnover do tecido muscular associadas ao exercício.




Postado por: Thais C. S. Silva

Referências:
DonangeloII
DONANGELOLL, CM et al. Zinco, estresse oxidativo e atividade física. Acesso eletrônico Disponível em: correio.fde.sp.gov.br. Acesso em 25/05/13.

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