terça-feira, 11 de junho de 2013

Diverticulite Aguda



Também conhecida como diverticulose, é uma doença caracterizada pela presença de divertículos no intestino grosso. São pequenas herniações da camada interna do cólon (mucosa) através de sua parede, por alguns pontos de fragilidade, onde entram os vasos sanguíneos. Os divertículos podem variar em número e na sua localização e se apresentam preferencialmente no cólon sigmóide. Diverticulite é o termo usado quando acontece a inflamação ou perfuração dos divertículos.

A doença diverticular é uma patologia muito comum. A incidência aumenta progressivamente com a idade, mas indivíduos jovens também podem ser acometidos. Não há diferença na incidência entre os sexos. 
Por que acontece?
 
Acredita-se que a principal causa da doença diverticular seja a alta pressão intra colônica que forçaria a herniação da mucosa, formando os divertículos. A constipação intestinal, o baixo nível de fibras na dieta ocidental e a obesidade são outros fatores associados à doença, porém, a sua etiologia e fisiopatologia não estão totalmente esclarecidas.

Quais os sintomas dos pacientes?
 
A maioria dos portadores de doença diverticular são assintomáticos e não apresentarão problemas durante toda a sua vida. Alguns têm sintomas leves como dor abdominal em cólica, que melhora com a eliminação de gases e fezes. Pode haver alteração do hábito intestinal, com pacientes apresentando piora na constipação e outros apresentando diarréia. Sensação de estufamento e de prisão de ventre é muito comum.

Em alguns casos o paciente pode apresentar diverticulite, que como foi comentado acima, é a inflamação de um ou mais divertículos. O quadro pode ser leve, com dor de variável intensidade e de localização preferencialmente à esquerda e febre baixa ou inexistente, ou mais grave, onde os sintomas são mais exuberantes, podendo haver peritonite (infecção da cavidade abdominal), sepse (infecção com inflamação sistêmica) e eventualmente até a morte do paciente.

Como se faz o diagnóstico?
 
O diagnóstico da doença diverticular é feito, inicialmente com um exame físico e história clínica bem feitos e posteriormente é confirmado com colonoscopia ou enema opaco.

Quando temos um paciente com suspeita de diverticulite, estes exames não devem ser realizados antes de 45 dias da resolução do quadro, pois apresentam riscos de disseminação da infecção. Na vigência da diverticulite, os melhores exames são a ultra-sonografia de abdome e a tomografia computadorizada (considerado o melhor exame para esta situação).

Quando o paciente está apresentando sangramento, a colonoscopia deve ser realizada assim que possível, para se tentar definir o local exato do sangramento.
Exames de sangue (hemograma e bioquímica), de urina e raios-X de abdome são úteis para ajudar no diagnóstico diferencial e na determinação da gravidade do caso, mas não são específicos.                                                                            

Tratamento 

No caso de doença diverticular sem complicações, não há tratamento definitivo e todas as medidas tomadas são apenas para alívio dos sintomas e não para que os divertículos desapareçam. A dieta deve ser rica em fibras e o paciente deve ingerir muito líquido. Pode se indicar o uso de anti-espasmódicos e mais raramente drogas agonistas dos receptores de serotonina tipo 4. 

No caso de diverticulite leve, hidratação, correção dos distúrbios eletrolíticos, dieta sem resíduos e antibióticos via oral resolvem a maioria dos casos, ficando o paciente internado por um ou dois dias apenas. Nos casos mais graves, jejum, hidratação, correção de distúrbios eletrolíticos, antibióticos de amplo espectro endovenosos, internação hospitalar por vários dias e, eventualmente cirurgias, podem ser necessários.

A cirurgia pode ser necessária se houver: 

- falência do tratamento clínico; 

- episódios recorrentes de diverticulite, principalmente em jovens; 

- peritonite; 

- no caso de formação de fistulas (geralmente do sigmóide com a bexiga); 

- obstrução intestinal; 

- presença de abscessos na cavidade abdominal ou na pelve que não podem ser aspirados com agulha guiada por ultra-sonografia ou tomografia; 

- diverticulite em pacientes diabéticos e em portadores de algum tipo de imunodepressão; 

- sangramento intestinal recorrente originado dos divertículos, principalmente se o paciente sofreu transfusões sanguíneas, apresentou instabilidade hemodinâmica (choque), tem co-morbidades (insuficiência renal, insuficiência coronariana, asma e bronquite) e tipo sanguíneo raro; 

- sangramento intestinal profuso que persiste por mais de 48 horas, necessidade de transfusão de mais de cinco bolsas de sangue, instabilidade hemodinâmica, tipo sanguíneo raro e paciente com co-morbidades.


  

Postado por: Thais C. S. Silva




Referência:


Revista eletrônica Dr. Marcon Censoni. Disponível em http://www.drmc.com.br/ proctologia  /diverticulite-aguda.php. Acesso em 11/06/13

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