sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Prevenção de Doenças Cardiovasculares

Hábitos de vida saudáveis e controle de fatores de risco, como a pressão alta, podem evitar infarto e AVC!

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte em todo o mundo. De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde, 17,3 milhões de pessoas morrem anualmente vítimas dessas doenças. E a estimativa para os próximos anos não é nada animadora: esse número pode chegar a 23,6 milhões até 2030.
No Brasil, essa realidade não é diferente. Por ano são aproximadamente 300 mil óbitos de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia. Nesse grupo estão principalmente os referentes ao acidente vascular cerebral (AVC) e o infarto, ambos os mais fatais ou incapacitantes.
A medida mais eficaz para evitar esse grave cenário e as danosas consequências ainda é a prevenção. As doenças cardiovasculares podem ser evitadas com medidas simples e acompanhamento médico. O primeiro passo, indicam os especialistas, é verificar se há algum fator de risco para o desenvolvimento dessas condições. Diabetes e pressão alta, por exemplo, aumentam consideravelmente o risco de episódios cardiovasculares.
“Geralmente são quadros assintomáticos, por isso é importante identificá-los e tratá-los logo. É essencial medir a pressão, verificar a presença ou não do diabetes e avaliar o histórico familiar da pessoa”, recomenda o Dr. Raul Dias dos Santos Filho, cardiologista do Einstein. Quem tem casos de doenças cardíacas antes do 55 anos nos homens e antes dos 65 anos nas mulheres entre os familiares de primeiro grau tem maior risco.
“Por conta da alta prevalência, seria bom que a avaliação médica começasse precocemente, em torno dos 20 anos. Principalmente se a pessoa estiver acima do peso e tiver antecedentes na família”, completa Dr. José Antônio Maluf de Carvalho, gerente médico de Pacientes Crônicos do Einstein. O rastreamento pode ser realizado com periodicidade de dois a cinco anos para aqueles que seguem um estilo de vida saudável, mantêm o peso, controlam a dieta e não tem pressão alta ou diabetes. Para aqueles que não se enquadram nessas condições as visitas ao médico devem ser anuais.
Além dos fatores biológicos, questões comportamentais como, tabagismo, sedentarismo, má alimentação e alto índice de gordura abdominal também influenciam de forma contundente no desenvolvimento das doenças cardiovasculares. Fumar representa um grande risco e impacta em várias doenças de origem oncológica. “Largar o cigarro reduz imediatamente pela metade o risco de morrer do coração. Em cinco anos, esse risco zera”, enfatiza Dr. Raul.
Grande parte das condições adversas são tratadas com uma simples mudança no estilo de vida: dieta, atividade física e controle de peso. Por isso, reduzir o consumo de gorduras e apostar nas frutas, vegetais e na carne branca, além de fazer exercícios físicos são condutas essenciais.
Modificando o hábito alimentar e adotando exercícios, é possível reduzir a quantidade de colesterol no sangue, por exemplo. Mas, para ter efeito protetor, a atividade física deve ser feita durante, pelo menos, 30 minutos por dia e com intensidade moderada, aquela em que é possível sentir uma aceleração dos batimentos cardíacos e a conversa fica difícil. Esse tempo também pode ser acumulado e transformado em um período de uma hora três vezes por semana. “Os exercícios melhoram o coração e os vasos sanguíneos. Também reduzem a inflamação no sangue, o índice de glicose e o risco de trombose”, explica Dr. Raul.
A redução do colesterol no sangue passa a ter impacto na saúde após um ano, e os tratamentos para estabilizar a pressão arterial a partir dos seis meses. Vale ressaltar que as condições crônicas são apenas controladas e não curadas. Por isso, o tratamento deve ser seguido sempre.

Na pré-escola

Quando se trata de prevenção precoce de doenças crônicas, os olhos dos especialistas se voltam às crianças. E o que se tem visto é assustador. O crescente índice de obesidade e consequências como altas taxas de colesterol, tem trazido um prognóstico sombrio. A cada novo aparelho eletrônico, mais tempo elas passam em frente à tela, seja do computador, da televisão, do videogame ou até mesmo do celular.
Some-se a essa redução na movimentação uma alimentação baseada em produtos embutidos e o problema está completo. “O ambiente é tóxico, há pouca disponibilidade de alimentos saudáveis, principalmente a um custo menor do que os não-saudáveis. Os pais precisam voltar ao hábito de sentarem-se à mesa e escolherem o que comem. Isso não acontece quando o jantar é na frente da TV”, opina Dr. José Antônio. “O ambiente da criança precisa ser reconduzido e os pais são os responsáveis”, aconselha o médico.
Por isso, o hábito de se alimentar corretamente e praticar atividades físicas pode e deve começar na infância. A criança obesa tem 40% de chance de ser um adulto obeso. E para evitar que os índices de doenças cardiovasculares continuem aumentando, é preciso garantir desde já o futuro dos pequenos aplicando essas medidas simples, que garantirão a eles mais saúde e energia hoje e em toda a fase adulta.



Postado por: Graziela Cervilla Toce

Fonte: Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einsten

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