quarta-feira, 13 de maio de 2015

ENXAQUECA X ALIMENTAÇÃO

As enxaquecas manifestam-se clinicamente, por dor de cabeça moderada ou severa, de localização fronto-temporal unilateral ou bilateral, em caráter pulsátil e/ou em pressão, geralmente associada à náuseas (e/ou vômitos), e fobias ou intolerância à luzes fortes e/ou a ruídos intensos e/ou a odores mais marcantes. A dor pode durar de 4 a 72 horas quando não tratada ou tratada de forma ineficaz. A frequência é bastante variável havendo pacientes com ataques de cefaleia em caráter semanal e outros com episódios de dor menor que uma vez ao mês (WANNMACHER; FERREIRA, 2004).
Os fatores que podem desencadear a enxaqueca e seus mecanismos de ação ainda não estão claros na literatura, sabe-se, porém, que as crises de enxaqueca geralmente estão associadas a fatores relacionados à estresse, sono, atividade física, condutas alimentares, predisposição genética, taxas hormonais, menstruação, exercícios, a estímulos sensoriais e ambientais e exposição ao frio, calor, umidade ou a cheiros (principalmente aqueles relacionados a perfumes, derivados de petróleo e fumaça de cigarro) (FUKUI et al., 2008; IERUSALIMSCHY; MOREIRA FILHO, 2002; MILLICHAP; YEE, 2003; PAHIM; MENEZES; LIMA, 2006; PANCONESI, 2008; WOBER et al., 2007).

Enquanto a alimentação adequada exerce um papel positivo no tratamento preventivo da enxaqueca, o jejum e o consumo de alguns alimentos têm sido relatados como os principais fatores desencadeantes dessas crises (FUKUI et al., 2008).
Os desencadeantes alimentares que frequentemente são relacionados ao início de uma crise de enxaqueca são: jejum prolongado, desidratação, consumo de bebidas alcoólicas (vinho tinto, vinho branco, cerveja ou bebidas destiladas) e produtos alimentícios como chocolate, queijos amarelos, frutas cítricas (laranja, limão, abacaxi), linguiça, salsicha e outras conservas de coloração avermelhada que usam nitritos e nitratos como conservantes, café, chá e refrigerante a base de cola, sorvete, alimentos fritos ou ricos em gorduras e aspartame e glutamato monossódico (FUKUI et al., 2008; LEIRA; RODRÍGUEZ, 1996; MILLICHAP; YEE,
2003; VAUGHAN, 2008).
O uso de determinados alimentos, vitaminas, minerais e fitoterápicos têm sido apontados como alternativas na prevenção das crises de enxaqueca.
O envolvimento da alimentação com a enxaqueca ainda é motivo de debates. Para alguns autores certos alimentos podem ter efeitos terapêuticos, sendo ótimos para o tratamento da enxaqueca. Dentre eles estão o arroz integral, os vegetais cozidos (brócolis, espinafre, acelga, cenoura) e as frutas, tanto in natura como cozidas (DIENER et al., 2005).
Para outros pesquisadores, somente são enfatizados os alimentos que irão desencadear as crises devendo a dieta ser específica e individualizada e a restrição dietética indicada somente para pacientes com desencadeantes alimentares comprovados (SOCIEDADE BRASILEIRA DE CEFALEIA, 2003). Cada paciente deve tentar identificar aqueles alimentos que, no seu caso em particular, atuam como desencadeantes, e procurar evitar o seu consumo (GHERPELLI, 2002). 
A identificação dos fatores desencadeantes e agravantes das crises deverá ser feita a partir da exclusão do alimento suspeito da dieta durante quatro semanas, monitorando-se neste tempo a intensidade da dor (LEIRA; RODRÍGUEZ, 1996). Segundo Winner (2009), o alimento consumido irá provocar enxaqueca de 12 a 24 horas depois de ingerido.
A busca pelo equilíbrio do estado nutricional e a restrição aos alimentos desencadeantes como vinho, cerveja ou bebidas destiladas, chocolate, queijos amarelos, frutas cítricas, embutidos, frituras, chá, refrigerantes a base de cola, sorvetes, aspartame e glutamato monossódico podem ser meios estratégicos para prevenir esta doença de uma forma natural.


A qualidade de vida está amplamente relacionada com o aparecimento da enxaqueca e dores de cabeça. Quando a  alimentação e a dieta não estão balanceadas e saudáveis, são incapazes de proporcionar uma boa qualidade de vida (SENSENIG et al., 2001).

FONTE:FELIPE, M. R.; CAMPOS, A.; VECHI, G.; MARTINS, L. Implicações da alimentação e nutrição e do uso de fitoterápicos na profilaxia e tratamento sintomático da enxaqueca – uma revisão. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr.= J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 35, n. 2, p. 165-179, ago. 2010.

Postado por: Tamirys Brum

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