sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Edulcorantes artificiais x naturais

As doenças crônicas constituem problema de saúde pública em todo o mundo. Com isso, aumentou a preocupação com os aspectos relacionados à saúde, incluindo a manutenção do peso corporal e os níveis adequados de glicose plasmática. Tal processo levou a indústria alimentícia a formular e descobrir opções de adoçantes que oferecessem ao consumidor um sabor doce, mas sem calorias ou com o teor reduzido, assim, surgiram os edulcorantes.

Os edulcorantes são substâncias diferentes dos açúcares, mas que também conferem sabor doce aos alimentos. Essas substâncias são divididas em dois grupos, os edulcorantes naturais (mono e oligossacarídeos, sacarose, lactitol, açúcar invertido, xilitol, esteviosídeo) e os sintéticos (acessulfame-k, aspartame, ciclamatos e sacarina).

O primeiro adoçante artificial, a sacarina, foi bem-aceito durante a Primeira Guerra Mundial por causa de seu baixo custo de produção e da escassez do açúcar refinado. Em estudos com animais, a ingestão do edulcorante mostrou associação com o desenvolvimento de câncer, principalmente, o de bexiga.

O ciclamato de sódio é um sal de ácido ciclo-hexilsulfâmico e, apesar de possuir sabor doce 30 vezes maior do que a sacarose apresenta gosto residual amargo. O edulcorante mostra uma toxicidade muito baixa, mas é metabolizado pelas bactérias intestinais em ciclo-hexilamina, que apresentam maior toxicidade.

Descoberto em 1965, acidentalmente, pelo químico James Schlatter, o aspartame é usado para adoçar uma variedade de alimentos de baixas calorias. Em pesquisa realizada com linhagens de camundongos, observou-se associação com o aumento de câncer nos animais de ambos os sexos.

O xilitol, adoçante natural formulado a partir de plantas, possui o gosto similar ao do açúcar, porém com baixo valor calórico. Ainda é facilmente metabolizado no organismo, independente da ação insulínica. Além disso, possui alegação de propriedade funcional, aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, de ser um ácido que não danifica os dentes, uma vez que não é fermentado, assim, não pode ser convertido em ácido pelas bactérias da boca.

O adoçante formulado à base da estévia (Stevia rebaudiana) contém os compostos doces da planta denominados de glicosídeo de esteviol, que são 10-15 vezes mais doces que a sacarose e isentos de caloria. Com relação à saúde, tem sido evidenciado que o seu consumo adequado pode reduzir a pressão sanguínea elevada, além de melhorar o estado nutricional de pacientes diabéticos.
  
Em suma, há uma discussão muito grande a respeito do consumo dos edulcorantes e seus efeitos à saúde, por isso, são necessários mais estudos, desse modo, objetivando maiores esclarecimentos sobre o tema.





Por: Thayná Galvão





FONTES: 
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). IX - Lista de alegações de propriedade funcional aprovadas. 2008. Disponível em: . Acesso em: 10 de novembro de 2017 ás 07h27min.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenças crônicas nas redes de atenção à saúde e nas linhas de cuidado prioritárias. Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 28 p.

FOOD INGREDIENTS BRASIL. Dossiê edulcorantes. Revista-FI., São Paulo, n. 24, p. 28-52, 2013.

MUSSATTO, S. I.; ROBERTO, I. C. Xilitol: Edulcorante com efeitos benéficos para a saúde humana. Rev. Bras. Ciênc. Farm., São Paulo, v. 38, n. 4, 2002.

Nenhum comentário:

Postar um comentário