sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Envelhecimento, atividade física e saúde

A população de idosos vem crescendo mundialmente, assim, resultando em uma importante transição demográfica. Estima-se que, em 2050, o número total de idosos chegue a 2 bilhões de pessoas, correspondendo a 22% da população global. Há muito tempo, o envelhecimento tem sido associado primordialmente ao declínio de funções biológicas e cognitivas, todavia estudos recentes mostram a existência de diversos padrões de envelhecimento, evidenciando um processo individual e heterogêneo, que é influenciado por fatores endógenos e exógenos.

Muito se tem discutido sobre as condições de vida na terceira idade, bem como os aspectos relacionados a essa faixa etária. Frente a isso, surgiu um novo termo na gerontologia: a velhice saudável, que apresenta fatores positivos a uma senilidade bem-sucedida, como autonomia, independência e o envolvimento ativo com a vida, a família, os amigos, o lazer e a sociedade. No processo, também, inclui-se a atividade, termo que abrange a prática de exercícios físicos e mentais, individuais e grupais.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a prática regular de atividade física pode prevenir e minimizar problemas relacionados ao envelhecimento. Em idosos, também, observa-se melhora significativa na reabilitação de doenças osteoarticulares e respiratórias.

Por sua vez, o exercício aeróbio mostra-se como importante fator de prevenção de doenças cardiovasculares, além de favorecer o processo de síntese de massa muscular, aumento da força e a melhora do equilíbrio, fundamental para a melhora da qualidade de vida em todas as faixas etárias, em especial, para pessoas idosas.

No que se refere à função cerebral, a prática de atividade física tem sido considerada agente neuroprotetor contra desordens degenerativas do sistema nervoso central. Além de ter importante função na redução do risco de doenças neurodegenerativas e retardar a deterioração cognitiva relacionada com a idade.

No âmbito psicológico, em indivíduos que se exercitam regularmente, tem sido observada melhora da autoestima e do bem-estar, além de diminuição do estresse e dos quadros sintomáticos da depressão.

Frente aos benefícios, tem crescido a variedade de atividades destinadas a esse grupo, que incluem exercícios de força, natação, dança, tai-chi-chuan, caminhadas, que são realizadas em academias, clubes e até mesmo em ambientes abertos, como parques e praças públicas.

Dada a relevância dos achados em virtude do impacto positivo da atividade física sobre o envelhecimento saudável, é fundamental o estímulo à população idosa a essa prática, uma vez que os benefícios contemplam, além da saúde física, também, a saúde mental.



Por: Thayná Galvão




FONTES: 
 ANTUNES, H. K. M. et al. Exercício físico e função cognitiva: uma revisão. Rev Bras Med Esporte, Niterói, v. 12, n. 2, p. 108-114, 2006.

BRASIL. Ministério da Justiça. Dados sobre o envelhecimento no Brasil. Secretaria de Direitos Humanos. Brasília: DF. Disponível em: . Acesso em: 10 de novembro de 2017 às 08:48.

DE VITTA, A. Atividade física e bem-estar na velhice. In: NERI, A. L.; FREIRE, S. A. E por falar em boa velhice. Campinas: Papirus, 2000. 134 p.

EVANGELISTA, E. R. et al. Vida nova no Agita Idoso do Bairro da Paz. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GERIATRIA E GERONTOLOGIA, 14., 2004, Salvador. Anais... Salvador: Interlinks Consultoria e Eventos, 2004.
OKUMA, S. S. O idoso e a atividade física. 6 ed. Campinas: Papirus, 2012, 224 p.

RAHAL, M. A.; ANDRUSAITIS, F. R.; SGUIZZATO, G. T. Atividade física para o idoso e objetivos. In: PAPALÉO-NETTO, M. Tratado de gerontologia. São Paulo: Atheneu, 2007. p. 781-794.



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