sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Inflamação no esporte: bloquear ou acelerar a sua resolução?

O processo inflamatório é necessário e fundamental ao organismo, pois é uma forma de defesa, podendo ser desencadeado por diversos fatores, incluindo estímulos via agente infeccioso, lesão térmica, agente físico e exercício físico.

A resposta inflamatória aguda induzida pelo exercício físico é considerada benéfica e necessária quando relacionada ao treino regular e sistematizado, pois, em conjunto com a ação de hormônios e outras moléculas, age na regeneração e reparação do músculo. Essa inflamação induzida pelo exercício objetiva o reparo e remodelamento do tecido muscular.

Durante a prática do exercício físico, devido à sobrecarga de atividade, são gerados microtraumas nos tecidos muscular estriado esquelético, conjuntivo e ósseo. Entretanto esses microtraumas são danos temporários e reparáveis, que resultam em resposta inflamatória aguda, sistematizada e regulada por neutrófilos e macrófagos, cuja função é o reparo e a manutenção dos tecidos danificados.

Assim, a resposta inflamatória aguda de curta duração promovida pelo próprio músculo no exercício é benéfica e fundamental para a adaptação ao exercício, o reparo, a manutenção e o desenvolvimento do tecido. Por sua vez, a inflamação crônica resulta em um impacto negativo na homeostase musculoesquelética, resultando em atividade proteolítica desordenada e capacidade de regeneração prejudicada.

Logo, é necessário ter um equilíbrio na resposta inflamatória causada pelo exercício físico, uma vez que tanto o excesso quanto a ausência podem causar resultados insatisfatórios.

No tocante aos aspectos nutricionais, destacam-se os nutrientes anti-inflamatórios, pois reduzem os efeitos das moléculas inflamatórias, que, em níveis elevados, podem ocasionar fadiga e lesão muscular, queda da performance, entre outros efeitos.

O consumo regular de ômega-3 tem demonstrado propriedade anti-inflamatória, evidenciada pela redução da síntese de mediadores químicos da inflamação.

Os flavonoides, em especial, as antocianinas, além de sua importante ação anti-inflamatória, desempenham ação antioxidante, que protege as membranas celulares dos efeitos nocivos dos radicais livres.

Os probióticos, com destaque para os lactobacilos, além de seu reconhecido papel sobre o equilíbrio da flora intestinal, desempenham atividade anti-inflamatória.

Em suma, visto que a inflamação é um processo necessário ao organismo, é fundamental que essa resposta seja equilibrada, uma vez que, no caso de exacerbação ou falta de estímulo, pode ser prejudicial.




Por: Thayná Galvão





FONTES: 
GARCIA, B. C. et al. Efeitos da dieta suplementada com ômega-3 no músculo sóleo de ratos submetidos à natação: análise histológica e morfométrica. Rev Bras Med Esporte, Niterói, v. 16, n. 5 Niterói, p. 363-367, 2010.
  
REGINATO, Z.; SILVA, A. R. H.; BAUERMANN, C. L. F. Avaliação do uso de flavonoides no tratamento da inflamação. Rev. Cuba. Farm., Ciudad de la Habana, v. 49, n. 3, p. 569-582, 2015.

SILVA, F. O. C.; MACEDO, D. V. Exercício físico, processo inflamatório e adaptação: uma visão geral. Rev. Bras. Cineantropom. Desempenho Hum., Florianópolis, v. 13, n. 4, p. 320-328, 2011.


VIDAL, A. M. et al. A ingestão de alimentos funcionais e sua contribuição para a diminuição da incidência de doenças. Ciências Biológicas e da Saúde, Aracaju, v. 1, n. 15, p. 43-52, 2012.

Nenhum comentário:

Postar um comentário