segunda-feira, 13 de maio de 2019

Iniciar atividade física após 40 anos traz benefícios semelhantes a quem inicia na adolescência, diz estudo.


  Levantamento mostra evidências de que se tornar fisicamente ativo mais tarde na vida adulta pode proporcionar benefícios comparáveis à saúde. Quando se fala em vida saudável, a indicação dos médicos é sempre a mesma: alimentação equilibrada e exercícios físicos regulares. Seguindo esta receita é possível prevenir uma série de doenças cardiovasculares e até mesmo câncer - e a boa notícia é que nunca é tarde para se beneficiar dos efeitos das atividades físicas.
   Pesquisadores do National Cancer Institute, da California Polytechnic State University e do Centers for Disease Control and Prevention realizaram um estudo com 300 mil participantes no qual descobriram que indivíduos que mantiveram alguma atividade física (entre 2-7 hora por semana) ao longo da vida, tiveram menor risco de morte durante o período do estudo.  Notavelmente, aqueles que estavam inativos no início da idade adulta, mas começaram a se exercitar mais tarde na vida, experimentaram benefícios similares àqueles que estavam continuamente ativos.
   Segundo o levantamento - que foi publicado na plataforma científica "JAMA Network Open" - tanto homens quanto mulheres que praticam atividade física regularmente entre 40 e 61 anos, têm uma queda de 43% no risco de morte por doenças cardiovasculares e 16% no caso de tumores malignos. O mais curioso é que os números são similares em relação aos que iniciaram aos 15 anos. Através dos resultados é possível analisar que o corpo de uma pessoa na meia-idade reage positivamente aos estímulos dos exercícios.
   A recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) é a prática de 150 minutos por semana de atividade aeróbica de intensidade moderada ou pelo menos 75 minutos por semana de atividade de intensidade vigorosa. Os resultados obtidos no levantamento surgiram da realização de exercícios físicos de no mínimo 20 minutos diários como caminhada rápida, bicicleta ou dança, por exemplo.

A eficiência das pesquisas


   Levantamentos realizados entre 1980 a 2000 focavam em grupos nos quais a atividade física era intensa. A queda de mortalidade por doenças cardiovasculares e por câncer de todos os tipos já se mostrava evidente. De acordo com o especialista, naquela época as pessoas não representavam uma amostra da população real, além do que, quem é capaz de ser 'quase atleta' por décadas também tem hábitos de vida muito mais saudáveis do que a maioria da população, criando um fator de confusão.
   Mais recentemente, os estudos passaram a ser realizados com pessoas mais representativas da média da população e os ganhos com atividade física moderada (três vezes por semana por 30 minutos, por exemplo), mantinha a queda de diagnósticos de câncer.
   A nossa percepção neste momento é que a atividade física moderada seja suficiente para reduzir o risco para câncer, mesmo que iniciada entre 40 e 60 anos. Possivelmente essas explicações estão associadas a redução de obesidade, modificação de padrão hormonal e de níveis de insulina, menor dano observado no DNA das células causados por radicais livres, além da capacidade de regeneração celular.

Fonte
Dr. Bernardo Garicochea - oncologista e especialista em genética do Centro Paulista de Oncologia – unidade de São Paulo do Grupo Oncoclínicas.



Júlio Cezar Ferreira

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