terça-feira, 16 de novembro de 2010

Avaliação de utilização de dietas da moda por pacientes de um ambulatório de especialidades em nutrição e suas implicações no metabolismo

Entende-se por obesidade o excesso de gor­dura corporal, enquanto o sobrepeso é definido como o excesso de peso corporal. A obesidade é resultante de um desequilíbrio energético pro­longado, no qual há um aumento nos depósitos de gordura corporal em razão do consumo de energia exceder o gasto energético.
Na tentativa de redução de peso e contro­le da obesidade tem surgido, nos últimos anos, uma vasta oferta de dietas que prometem perda de peso rápida.
As die­tas da moda podem ser definidas como padrões de comportamento alimentar não usuais ado­tados entusiasticamente por seus seguidores.
As modas dietéticas podem ser chamadas dessa forma porque são práticas alimentares populares e temporárias, que promovem resultados rápidos e atraentes, mas carecem de um fundamento científico.
A dieta rica em proteínas (25-30%) e gor­duras (55-65%) e pobre em carboidratos (menos de 20%) mais famosa é a do Dr. Atkins, publi­cada em 1972 e 19926. Em seu livro “A Nutrição Revolucionária do Dr. Atkins”, publicado em 1977, Robert Atkins descreve que o objetivo da dieta é restringir totalmente a ingestão de car­boidratos até o ponto em que a gordura corporal seja mobilizada e utilizada como combustível energético. O autor descreve ainda, que o con­sumo de carnes, peixes, moluscos, aves e ovos é irrestritos.
D’ Adamo, autor do livro “A dieta do Tipo Sanguíneo”, relata que, por meio de observações realizadas em seus pacientes, existe uma relação entre o tipo sanguíneo e as dietas.
Dietas divulgadas em revistas não cientí­ficas recomendam o uso de planos alimentares com restrição energética extrema, como exem­plos as famosas “dieta da sopa”, que enfatizam o consumo de um único grupo de alimentos e a “dieta da Lua” que parte do princípio que a Lua é capaz de influenciar os líquidos do nosso corpo e que a cada mudança de sua fase, a pes­soa deve se limitar ao consumo de apenas sucos, sopas e líquidos durante 24 horas.
Dietas pobres em gorduras ou muito po­bres em gorduras (<19%), ricas em carboidratos e moderadas em proteínas foram historicamen­te desenvolvidas para prevenir doença cardio­vascular, entretanto, à medida que a obesidade aumentava nos indivíduos norte-americanos, os autores mudaram o enfoque dessas dietas de prevenção de doença cardíaca para a perda de peso. Um dos idealizadores de dietas com baixa quantidade de gordura (10% por dia) é o Dr. Ornish. Sua dieta baseia-se no consumo de gordura insaturada, frutas, vegetais, grãos inte­grais, cereais e produtos a base de soja na sua forma natural10.
Para que um plano ali­mentar de perda de peso tenha sucesso é preciso haver uma integração entre dietas com exercí­cios, modificação comportamental e educação nutricional.
A preocupação da sociedade atual pela perda e controle de peso leva a busca de die­tas por meio da imprensa popular. Entretanto, muitas das dietas da moda podem trazer con­sequências prejudiciais ao organismo humano.
Em um estudo onde foi aplicado um questionário sobre a utilização de dietas da moda, para indivíduos que utilizavam o tratamento ambulatorial de nutrição. Os resultados foram que a maioria (27,5%), relatou já ter feito alguma dieta da moda, sendo que todas eram mulheres.
A dieta da sopa foi a mais frequen­te entre os entrevistados, seguida pelas dietas de revistas. Também foi relatado por grande parte dos participantes a realização de outros ti­pos de dietas, sendo elas dieta dos pontos, dieta ração humana, dieta com shake, dieta a base de água e ovo cozido, dieta de jejum – ficar sem jantar.
Em relação ao sucesso dos pacientes com as dietas adotadas, pode ser observado que, 27,27% consideram o resultado ruim e 45,45% dos pacientes relataram resultado muito ruim.
Quanto ao tempo em que os pacientes per­maneceram com o peso reduzido, 4 pacientes (36,36%) assinalaram que o tempo foi muito cur­to, 4 (36,36%) que o tempo foi curto, para 1 (9,09%) o tempo foi médio, 1 (9,09%) considerou tempo longo e 1 (9,09%) assinalou que o tempo de per­manência com peso reduzido foi muito longo.
O uso de dietas da moda pelos pacientes questionados foi baixo, o que indica que pos­suem um adequado conhecimento sobre ali­mentação. As dietas da moda podem trazer vários malefícios à saúde dos indivíduos que as praticam e que se manifestam por meio de vários sintomas. Além disso, o sucesso almeja­do pelo uso dessas dietas parece ser baixo em longo prazo.


Bruna Sousa Albino
Fonte:http://www4.uninove.br/ojs/index.php/saude/article/viewFile/2322/1783

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