sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Obesidade Infantil




De acordo com relatos da Organização Mundial da Saúde, a prevalência de obesidade infantil tem crescido em torno de 10 a 40% na maioria dos países nos últimos 10 anos. A obesidade ocorre mais freqüentemente no primeiro ano de vida, entre 5 e 6 anos e na adolescência
A obesidade está presente nas diferentes faixas econômicas no Brasil, principalmente nas faixas de classe mais alta. A classe socioeconômica influencia a obesidade por meio da educação, da renda e da ocupação, resultando em padrões comportamentais específicos que afetam ingestão calórica, gasto energético e taxa de metabolismo. Entretanto, à medida que alimentos saudáveis, incluindo peixes, carnes magras, vegetais e frutas frescas, estão menos disponíveis para indivíduos de condições mais restritas, a relação entre obesidade e baixa classe socioeconômica é observada em países em desenvolvimento

A obesidade é uma enfermidade multicausal, que pode ser conseqüência de diversos fatores genéticos, fisiológicos (endócrinos metabólicos), ambientais (prática alimentar e atividade física) e psicológicos, proporcionando o acúmulo excessivo de energia sob a forma de gordura no organismo.

A definição de obesidade é muito simples quando não se prende a formalidades científicas ou metodológicas. O visual do corpo é o grande elemento a ser utilizado. O ganho de peso na criança é acompanhado por aumento de estatura e aceleração da idade óssea. No entanto, depois, o ganho de peso continua e a estatura e a idade óssea se mantêm constantes. A puberdade pode ocorrer mais cedo, o que acarreta altura final diminuída, devido ao fechamento mais precoce das cartilagens de crescimento

A antropometria é considerada o método mais útil para rastrear obesidade, por ser barato, não invasivo, universalmente aplicável, e com boa aceitação pela população. Índices antropométricos são obtidos a partir da combinação de duas ou mais informações antropométricas básicas (peso,sexo, idade, altura).  


CAUSAS

- A inatividade e o sedentarismo – que está relacionado com mudanças no estilo de vida (outros tipos de brincadeiras, mais tempo frente à televisão e jogos de computadores, maior dificuldade de brincar na rua pela falta de segurança) e nos hábitos alimentares já que há maior apelo comercial pelos produtos ricos em carboidratos simples, gorduras e calorias, maior facilidade de fazer preparações ricas em gorduras e calorias e menor custo de produtos industrializados.
  
- O uso inadequado dos alimentos – é preocupante quando as crianças passam a interessar- se mais pela aparência e sabor dos alimentos do que pela fome propriamente dita ou pior é utilizar a comida como forma de recompensa. Frases como - “Coma toda a sopa para ganhar a sobremesa”- são um exemplo disso.

- Comer noturno - falta de apetite durante o dia, principalmente pela manhã, com voracidade à noite pode ser encontrado em crianças com um distúrbio alimentar.  Essa conduta alimentar ocorre basicamente pela ansiedade de ficar sem ter o que fazer no período da noite;

- Manejo deficiente da amamentação e do desmame - o leite da própria mãe é o alimento ideal para o seu bebê. A Organização Mundial da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam que ele seja oferecido de forma exclusiva até os 4 ou 6 meses.

- Manejo deficiente das fases fisiológicas de inapetência – os pais se preocupam quando o filho recusa o alimento, o  que eles não sabem é que em alguns momentos da vida pode ser bastante normal ter menos fome. Dependendo da maneira com que lidam com essas situações, podem estar facilitando para desencadear um processo de ganho exagerado de peso.

Além dos fatores comportamentais e ambientais associados à obesidade é importante observar se a criança já possui pré-disposição genética.


ACOMPANHAMENTO

As bases fundamentais para o tratamento da obesidade infantil são unânimes entre os especialistas. Incluem modificações no plano alimentar, no comportamento e na atividade física

Para iniciar o tratamento da obesidade infantil é muito importante dispor de equipe multiprofissional formada de médico, nutricionista, educador físico e psicólogo.

O tratamento é longo, por isso é desejável que o relacionamento da equipe com o paciente seja integrado. As noções de tempo não são claramente entendidas pelas crianças e adolescentes, portanto, não se deve apontar os riscos futuros da obesidade, e sim avaliar as implicações atuais, ou seja, as conseqüências do excesso de peso que estão incomodando no momento.


PLANO ALIMENTAR

Quanto à reeducação alimentar, devem ser sugeridas dietas flexíveis e que atendam às necessidades nutricionais da criança, pois dietas muito rígidas e restritas mostram-se ineficientes, proporcionando prejuízo ao crescimento e desenvolvimento da criança, menor adesão ao tratamento e maior angústia no caso de insucesso, o que acarreta ansiedade e depressão na maioria das crianças.

A orientação dietética deve ser feita de forma a proporcionar os seguintes elementos:
Perda de peso controlada; crescimento e desenvolvimento normais da criança e adolescentes; macro e micronutrientes em proporção adequada; redução do apetite; manutenção do tecido muscular; ausência de conseqüências psicológicas; manutenção dos hábitos alimentares corretos e modificação dos inadequados.

O perigo potencial da dieta é em relação às crianças que ainda não iniciaram o estirão de crescimento. O objetivo do tratamento deve ser a normalização da relação peso/estatura, que pode ser atingida apenas com o crescimento e a manutenção do peso corporal, e o cuidado tem que ser dobrado para que não prejudique o crescimento do indivíduo.

A orientação nutricional é essencial no tratamento da criança e adolescente obeso porque visa à reformulação permanente do hábito alimentar a fim de evitar possíveis conseqüências que a obesidade na idade adulta possa acarretar.


Postado por: Bruno Garbini Danielle Loverri


Fontes consultadas: 

MELLO.E.D; et al.Obesidade infantil: como podemos ser eficazes? Jornal de Pediatria - Vol. 80, Nº3, 2004.


PETROSKI E.L; SOARES L.D. Prevalência, fatores etiológicos e tratamento da obesidade infantil. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano Volume 5 – Número 1 – p.63-74 - 2003.



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