terça-feira, 22 de novembro de 2011

QUITOSANA X EMAGRECIMENTO



A quitosana é um polímero constituído de unidades repetidas de Glicosamina, derivados da quitina (CHANDY, T et al., 1993), que pode ser obtido pela desacetilação desta. Geralmente, é difícil de se obter quitosana com elevado grau de desacetilação, pois, à medida que este aumenta, a possibilidade de degradação do polímero também aumenta (LE DUNG et al., 1994). 

A quitina é o segundo polissacarídeo mais abundante na natureza depois da celulose, sendo o principal componente do exoesqueleto de crustáceos e insetos. A Figura 1 representa as estruturas químicas parciais da quitina e quitosana.
Duas das propriedades farmacológicas da Quitosana que vem sendo bastante explorada tanto pela comunidade científica mundial é a sua capacidade de auxiliar na redução de peso corporal através da captura de gordura ingerida e a sua capacidade de redução dos níveis de colesterol LDL, sem que a mesma afete significamente os teores de colesterol HDL e outros nutrientes essenciais.

Devido ao fato da quitosana ligar-se a ácidos graxos, é possível preparar complexos utilizando determinados ácidos, como o oléico, linoléico ou palmítico. O complexo poderá ligar lipídios adicionais no intestino, provavelmente devido a sua alta característica hidrofóbica (DAMIAN, C et al., 2005).

Ao ser ingerida, a quitosana transforma-se em gel ao entrar em contato com as condições estomacais, antes das refeições. Nesse gel formado, a Quitosana apresenta uma carga global positiva distribuída por todo o polímero, em solução, tornando-a apta a atrair e ligar-se a moléculas carregadas negativamente, como os ácidos graxos e sais biliares. Quando as gorduras ingeridas na alimentação entram em contato com o gel, são logo capturadas pelas moléculas do polímero e levadas para o intestino, onde, em contato com um pH básico, a Quitosana é solidificada permanecendo como um envoltório sobre a gordura, que evita a ação das lipases impedindo desse modo a sua consequente absorção pelo organismo, sendo excretada juntamente com as fezes. Cada grama de quitosana ingerida tem capacidade de capturar e eliminar até 8 gramas de gordura ingerida (aproximadamente 80 calorias).

O uso de quitosana como hipocolesterolêmico em humanos foi primeiramente documentado por Maezaki e colaboradores (1993), onde adultos do sexo masculino foram alimentados com biscoitos à base de quitosana durante 2 semanas. Aqueles que utilizaram a dose de 3 g/dia durante 1 semana e 1,6 g/dia durante 2 apresentaram redução de 6% do colesterol total.
Em outro estudo, realizado em 28 dias de duração, com dose diária de quitosana em torno de 0,6 g/dia não houve nenhuma redução significativa do nível do colesterol. Portanto, acredita-se que o efeito da quitosana seja dose dependente (Pittler et al., 1999).

A quitosana reduziu de forma significativa o colesterol total e no subgrupo de participantes com idade superior a 60 anos, a quitosana reduziu o colesterol total e o LDL. Os autores notaram, entretanto que embora a quitosana seja segura, com poucos efeitos adversos e sem efeitos colaterais graves reportados  – a quitosana possui efeitos moderados na redução do colesterol (European Journal of Clinical Nutrition,2003. Nº57, p. 721-725). Na tabela 2 segue um resumo com os estudos em humanos.

REFERÊNCIAS

BOKURA, H.; KOBAYASHI,S. Chitosan decreases total cholesterol in women: a randomized, doubleblind, placebo-controlled trial. European Journal of Clinical Nutrition. N. 57, p. 721-725, 2003.
CHANDY, T.; SHARMA, C. P. Chitosan matrix for oral sustained delivery of ampicilin. Biomaterial, v.
12, n. 12, p. 65-70, 1993.
CHEREM, A., BRAMOSRKI, A.  Excreção de gordura fecal de ratos (Rattus norvegicus, Wistar),
submetidos a dietas hiperlipídicas e hipercolesterolêmicas suplementadas com quitosana. Brazilian
Journal of Pharmaceutical Sciences vol. 44, n. 4, out./dez., 2008.

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