A condromalácia patelar
ou síndrome patelo-femural é uma lesão degenerativa da cartilagem articular da
patela , é uma deficiência comum que afeta um em cada quatro indivíduos
da população em geral.
As
causas da condromalácia envolvem alterações de alinhamento da patela, que
excursiona fora do local adequado, ocasionando atrito entre sua superfície
articular e a superfície articular do fêmur, desse modo provocando “desgaste”.
Tais alterações de alinhamento muitas vezes estão relacionadas à desequilíbrios
da musculatura do quadríceps como atrofias, hipotrofias e encurtamentos
musculares; variações anatômicas tanto do fêmur como da patela (rotação interna
femural, tróclea rasa, patela alta,...). Também estão correlacionados
microtraumatismos de repetição, bastante comuns em esportes de impacto
(futebol, vôlei, basquete, ...). Deve ainda ser citada a chamada causa
idiopática, quando não são identificadas alterações anatômicas que justifiquem
o desenvolvimento da doença.
A
dor é um fator significante desde que ela ira alterar as funções e inibir as
atividades musculares.
Os
principais sintomas podem são :
· DOR
na região anterior do joelho (atrás da patela) ao subir e descer escadas ou
mesmo ladeiras, aos exercícios físicos, ao levantar de uma cadeira, ao
agachar-se e até mesmo ao manter o joelho flexionado por períodos prolongados;
· CREPITAÇÃO
E ESTALIDOS atrás da patela ao flexionar e extender o joelho, por vezes
audíveis;
· EDEMA
E DERRAME ARTICULAR que são ocasionados pelo acúmulo excessivo de líquido
sinovial formado no processo inflamatório.
É
utilizada uma classificação que divide em 4 (quatro) diferentes graus
(Outerbridge):
Ø GRAU
I : amolecimento da cartilagem
Ø GRAU
II : fragmentação e/ou fissura da cartilagem em uma área menor ou igual à
aproximadamente 1,5 cm (1/2 inch)
Ø GRAU
III: fragmentação e fissura da cartilagem em uma área maior ou igual à
aproximadamente 1,5 cm (1/2 inch)
Ø GRAU
IV: erosão ou perda da cartilagem com exposição do osso subcondral
Anatomia e Biomecânica:
A
articulação do joelho é a maior articulação do corpo e é classificada como uma
articulação sinovial em dobradiça, gínglimo. Os movimentos possíveis do joelho
são flexão e extensão. A Parti de 0˙̊ de extensão existe aproximadamente 120˙̊
a 135̊ de flexão.
A
articulação entre o fêmur e a patela é chamada “femoro-patelar”. A face
posterior da patela é lisa e desliza sobre face patelar do fêmur. As principais
funções da patela são aumentar a vantagem mecânica do músculo quadríceps e
proteger a articulação do joelho. O aumento da vantagem mecânica é conseguir o
aumento do braço de alavanca, que é a distancia perpendicular entre a linha de
ação do músculo e o centro da articulação. Colocando a patela entre o tendão do
músculo quadríceps. Por esta razão o braço do momento é aumentado, o que
permite ao músculo ter maior força angular. Sem a patela, o braço de movimento
seria menor e muito da força do músculo seria direcionada para trás, para a
articulação “força de estabilização”.
A
função do mecanismo da articulação patelo femoral é influenciada vigorosamente
por estabilizadores tanto dinâmicos quanto estáticos. A estabilidade baseia-se
nas contenções ligamentares, retinaculares e musculares.
Um
estabilizador dinâmico, o quadríceps, é constituído por quatro músculos são:
vasto lateral, vasto intermédio, vasto medial e reto femoral. O alinhamento dos
músculos determina sua função na articulação do joelho. O vasto lateral, vasto
intermédio, vasto medial lateral e o reto femoral, produzem um torque em
extensão de joelho. O vasto medial oblíquo é incapaz de produzir qualquer
extensão de joelho, mas exerce função extrema, importante no sentido de
conferir a esta articulação uma contenção dinâmica contra as orças que poderiam
deslocar a patela lateralmente. O grupo muscular da pata de ganso e o bíceps
femoral também afetam dinamicamente a estabilidade patelar, pois controlam a
R.I e R.E da tíbia, que pode influenciar de maneira significativa o
deslocamento patelar.
Os
estabilizadores estáticos da articulação patelo femoral incluem a parte lateral
projetada mais anteriormente do sulco femoral; o retináculo extensor (com os
ligamentos patelo-femoral e patelo tibial associados), o trato ílio tibial, o
tendão quadríceps e patelar. O retináculo lateral e os tratos ílio tibiais
proporcionam estabilidade contra as forças responsáveis pelo deslocamento
medial, ao passo que o retináculo medial e parte lateral do sulco femoral
proporcionam estabilidade contra as forças responsáveis pelo deslocamento
lateral.
Tratamento:
O tratamento se dá com
medicamentos anti-inflamatórios, atualmente é comum a utlização de medicamentos
denominados condroprotetores, além da viscossuplementação intra-articular (que
atuam na cartilagem articular), meios físicos e cinesioterapia e a evolução
costuma ser favorável.
Inicialmente, o tratamento é conservador, utilização da eletroterapia para analgesia e diminuição do processo inflamatório e com fortalecimento do músculo quadríceps, principalmente do vasto medial oblíquo e alongamento dos isquiotibiais. Perda de peso é recomendada para diminuir o estresse sobre a articulação patelo femural. Órteses podem ser benéficas, bem como o uso de medicações antiinflamatórias.
Em seguida iniciam-se exercícios de hipertrofia do quadríceps através de exercícios isotônicos assistidos
Inicialmente, o tratamento é conservador, utilização da eletroterapia para analgesia e diminuição do processo inflamatório e com fortalecimento do músculo quadríceps, principalmente do vasto medial oblíquo e alongamento dos isquiotibiais. Perda de peso é recomendada para diminuir o estresse sobre a articulação patelo femural. Órteses podem ser benéficas, bem como o uso de medicações antiinflamatórias.
Em seguida iniciam-se exercícios de hipertrofia do quadríceps através de exercícios isotônicos assistidos
A
reabilitação da disfunção patelo femoral, deverá concentrar-se no recrutamento
do vasto medial oblíquo, na normalização da mobilidade patelar e no aumento da
flexibilidade geral e do controle muscular de toda extremidade inferior. Mas não
existem exercícios específicos que se tenha revelado capazes de isolar o vasto
medial oblíquo a extensão do joelho com rotação tibial interna, a adução do
quadril com contração de quadríceps e a rotação externa do quadril com
contração do quadríceps foram propostas com a intenção de isolar o vasto medial
obliquo, porém não existe nenhuma prova de sua eficácia.
Considerando
que a dor patelo femoral é produzida tipicamente com atividades que são
associadas com maior força de contato patelo femoral, parece que um programa de
exercícios deveria ser projetado para aumentar o fortalecimento do quadríceps,
isto é particularmente importante durante a fase aguda da dor quando os seus sintomas
são exacerbados.
Durante
exercícios de cadeia cinética aberta a quantidade da força exigida do
quadríceps para estender o joelho aumenta com o movimento de extensão do
joelho. Estudos feitos por Lieb e Perry demonstram que a força do quadríceps
aumenta em 60% nos últimos 15º de extensão do joelho, além deste aumento de
força também foi constatada que a área de contato patelo femoral era diminuída.
Esta combinação do quadríceps aumentando a força e diminuindo a área de contato
durante a extensão do joelho resulta em um maior estresse de contato patelo
femoral comparados com maiores ângulos de flexão do joelho onde a força do
quadríceps não é grande, mas a área de contato é maior. Já durante exercícios de
cadeia cinética fechada a força do quadríceps é relativamente mínima quando o
joelho esta estendido.
As atividades de
fortalecimento em cadeia aberta para o quadríceps são mais seguras de 50° a 90°
e de O a 10° ao passo que atividades em cadeia cinética fechada são mais
seguras se forem feitas de 0° a 50° porque acima desse valor o contato
fêmuro-patelar é muito excessivo.
Exercícios
com resistência mecânica são usados para aumentar a força muscular, potência ou
resistência física na reabilitação ou programa de condicionamento, para
melhorar a função muscular, o músculo precisa ser progressivamente carregado
aumentando a resistência ou o número de repetições que o exercício é realizado.
Postado por Dr. Rogerio Nascimento.
Excelente matéria! Muito esclarecedora. Me ajudou bastante a esclarecer algumas dúvidas sobre esse problema pois tmb sofro com ele.
ResponderExcluirOi! Boa pesquisa sobre o assunto. Eu também tenho problemas nos dois joelhos. Você já pesquisou a respeito da órtese articulada? Seria uma boa opção para não deixar aumentar a perda da cartilagem?
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