Os exercícios de
alongamento muscular estão entre os mais comumente utilizados na reabilitação e
na prática esportiva. São técnicas utilizadas para aumentar a extensibilidade
musculotendínea e do tecido conjuntivo muscular e periarticular, contribuindo para
aumentar a flexibilidade. Existem basicamente três métodos de alongamento para
desenvolver a flexibilidade: o alongamento passivo, o ativo e a facilitação neuromuscular
proprioceptiva (FNP). Apesar de o método FNP ser o mais eficaz, o alongamento
estático é o mais utilizado, pois é o método mais seguro, simples e com menor
risco de lesão. No método estático, o membro é mantido em posição estacionária
em seu maior comprimento possível por um período de 15 a 60 segundos. O
procedimento deve ser realizado de forma lenta e gradual para evitar a resposta
neurológica do reflexo do estiramento e estimular a atividade dos órgãos
tendinosos de Golgi.
Os efeitos do
alongamento muscular têm sido estudados de forma extensiva recentemente. Dentre
os aspectos mais polêmicos, nestes estudos destacam-se a influência do
aquecimento muscular prévio ao alongamento, influência deste na performance
esportiva e na prevenção de lesões. Durante décadas, o alongamento antes do
treinamento físico tem sido uma prática comum em todos os níveis do desporto.
Contudo, tem-se demonstrado que o alongamento pré-exercício não reduz as taxas
de lesões e, em alguns casos, pode predispor
a lesão, ou seja, é provável que haja pouco ou nenhum benefício na prevenção de
lesões quando o atleta é submetido ao exercício de alongamento antes da sessão
de treinamento.
Foi verificado que 30
segundos de alongamento muscular realizado uma vez por dia são suficientes para
promover ganhos na extensibilidade muscular de adultos jovens, e não há
diferenças em relação a tempos de manutenção superiores a 30 segundos. Para
indivíduos com idade de 65 anos o alongamento deve ser mantido por 60 segundos.
Em relação à
performance e ao alongamento agudo, realizado antes da prática esportiva e ou
de exercícios, promove diminuição da performance muscular principalmente em
salto vertical. Quando comparado os tipos de alongamentos musculares, foi
verificado que o FNP e o estático são os que mais induzem déficits na
performance do músculo quando comparado com o balístico. No entanto, em estudos
que envolveram programas de alongamento e verificaram seus efeitos crônicos,
constatou-se que o alongamento realizado antes da prática esportiva ou do
exercício, trouxe ganhos para a flexibilidade e performance muscular no longo
prazo.
A relação da eficiência
do alongamento antes do exercício ou treino com o objetivo de prevenir lesões
não tem sido sustentado por muitos autores, apesar de existir controvérsias à
respeito do assunto. Alguns autores acreditam que a incidência de lesão está
estritamente ligada a idade e ao nível do condicionamento e não a prática de
alongamento estático antes da atividade física.
Recomenda-se realizar
avaliação criteriosa para a prescrição do exercício de alongamento, contribuindo
desta forma para melhores resultados tanto no treinamento quanto na
reabilitação e prevenção de lesões. Assim, mais estudos de alta evidência
deveriam ser desenvolvidos para investigar os efeitos do alongamento na
prevenção das lesões musculares.
Fonte:
Almeida PHF,
Barandalize D, Ribas DIR, Gallon D, Macedo ACB, Gomes ARS, ALONGAMENTO
MUSCULAR: suas implicações na performance e na prevenção de lesões. Fisioter.
Mov., Curitiba, v. 22, n. 3, p. 335-343, jul./set. 2009.
Postado por Dr. Rogerio Nascimento.
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