segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A MEMÓRIA E O EXERCÍCIO FÍSICO



Na literatura, estudos relatam uma forte correlação entre o aumento da capacidade aeróbia e a melhora nas funções cognitivas. No entanto, há controvérsias, pois outros estudos não obtiveram resultados semelhantes. Esses dados conflitantes geram dúvidas sobre os reais efeitos do exercício físico na função cognitiva.

Apesar das controvérsias, estudos epidemiológicos confirmam que pessoas moderadamente ativas têm menos risco de serem acometidas por disfunções mentais do que pessoas sedentárias, demonstrando que a participação em programas de exercícios físicos exerce benefícios, também, para funções cognitivas.
Segundo McAuley e Rudolph, o exercício contribui para a integridade cerebrovascular, o aumento no transporte de oxigênio para o cérebro, a síntese e a degradação de neurotransmissores, bem como a diminuição da pressão arterial, dos níveis de colesterol e dos triglicérides, a inibição da agregação plaquetária, o aumento da capacidade funcional e, consequentemente, a melhora da qualidade de vida.·.
Algumas hipóteses buscam justificar a melhora da função cognitiva em resposta ao exercício físico. São elas: alterações hormonais (catecolaminas, ACTH e vasopressina); na â-endorfina; na liberação de serotonina, ativação de receptores específicos e diminuição da viscosidade sanguínea.

O estudo de Williams e Lord observou melhora no tempo de reação, na força muscular, na amplitude da memória e do humor e nas medidas de bem-estar em um grupo de idosos (n= 94) que participaram de um programa de exercícios com duração de 12 meses em comparação com um grupo controle.

Um estudo verificou o desempenho de idosas em testes neuropsicológicos antes e após um programa de condicionamento físico aeróbio com duração de seis meses. A amostra foi constituída por 40 mulheres saudáveis (60 a 70 anos), divididas em grupo controle (sedentárias) e grupo experimental. O grupo experimental participou de um programa de condicionamento físico (caminhada três vezes semanal por 60min.). Os resultados revelaram que o grupo experimental melhorou significativamente na atenção, memória, agilidade motora e humor. Os dados sugerem que a participação em um programa de condicionamento físico aeróbio sistematizado pode ser visto como uma alternativa não medicamentosa para a melhora cognitiva em idosas não demenciadas.

Postado por: Christiana Nastari

Referência:

MELLO, M. T.; BOSCOLO, R. A.; ESTEVES, A. M.; TUFIK, S. O exercício físico e os aspectos psicobiológicos. Rev Bras Med Esporte, Vol. 11, Nº 3 – Mai/Jun, 2005.

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