Na literatura,
estudos relatam uma forte correlação entre o aumento da capacidade aeróbia e a
melhora nas funções cognitivas. No entanto, há controvérsias, pois outros
estudos não obtiveram resultados semelhantes. Esses dados conflitantes geram dúvidas
sobre os reais efeitos do exercício físico na função cognitiva.
Apesar das
controvérsias, estudos epidemiológicos confirmam que pessoas moderadamente
ativas têm menos risco de serem acometidas por disfunções mentais do que pessoas
sedentárias, demonstrando que a participação em programas de exercícios físicos
exerce benefícios, também, para funções cognitivas.
Segundo McAuley e
Rudolph, o exercício contribui para a integridade cerebrovascular, o aumento no
transporte de oxigênio para o cérebro, a síntese e a degradação de
neurotransmissores, bem como a diminuição da pressão arterial, dos níveis de
colesterol e dos triglicérides, a inibição da agregação plaquetária, o aumento da
capacidade funcional e, consequentemente, a melhora da qualidade de vida.·.
Algumas hipóteses
buscam justificar a melhora da função cognitiva em resposta ao exercício
físico. São elas: alterações hormonais (catecolaminas, ACTH e vasopressina); na
â-endorfina; na liberação de serotonina,
ativação de receptores específicos e diminuição da viscosidade sanguínea.
O estudo de Williams
e Lord observou melhora no tempo de reação, na força muscular, na amplitude da
memória e do humor e nas medidas de bem-estar em um grupo de idosos (n= 94) que
participaram de um programa de exercícios com duração de 12 meses em comparação
com um grupo controle.
Um estudo verificou o
desempenho de idosas em testes neuropsicológicos antes e após um programa de
condicionamento físico aeróbio com duração de seis meses. A amostra foi
constituída por 40 mulheres saudáveis (60 a 70 anos), divididas em grupo controle
(sedentárias) e grupo experimental. O grupo experimental participou de um
programa de condicionamento físico (caminhada três vezes semanal por 60min.).
Os resultados revelaram que o grupo experimental melhorou significativamente na
atenção, memória, agilidade motora e humor. Os dados sugerem que a participação
em um programa de condicionamento físico aeróbio sistematizado pode ser visto
como uma alternativa não medicamentosa para a melhora cognitiva em idosas não
demenciadas.
Postado por: Christiana Nastari
Referência:
MELLO, M. T.; BOSCOLO, R.
A.; ESTEVES, A. M.; TUFIK, S. O exercício físico e os aspectos psicobiológicos.
Rev Bras Med Esporte, Vol. 11, Nº 3 – Mai/Jun, 2005.
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