O “triathlon”, nas suas diferentes
dimensões, constitui-se inigualável modelo de prova de alta intensidade e longa
duração, notadamente o “Ironman”. Competições desta modalidade têm ganhado
enorme repercussão nos veículos de comunicação e se tornado cada vez mais
competitivas, com a profissionalização do esporte. A busca por melhores
resultados passa pelos aspectos ligados à nutrição dos atletas. Sabidamente
diversas “manobras” nutricionais são capazes de interferir na “performance” de
atletas, assim como, a inadequação da sua dieta pode prejudicar o rendimento
esportivo.
A dieta adequada é aquela capaz de repor os
metabólitos consumidos para a geração de energia, assim como, garantir aporte
suficiente de substratos para os processos de síntese envolvidos na manutenção
da estrutura corporal. Esta dieta, porém, está longe ainda da dieta ideal,
aquela capaz de fornecer substratos para o desenvolvimento pleno do potencial
do indivíduo, garantindo-lhe melhor desempenho físico e mental, assim como,
maior resistência a infecções e doenças (Krause & Mahan, 1991).
O aumento do desempenho através de
modificações na dieta tem sido alvo de interesse de atletas desde os mais
remotos tempos. Mais recentemente, a participação de atletas em eventos
esportivos de ultra-resistência, como maratona e “triathlons”, tem aumentado a
atenção despendida para o papel da nutrição sobre a “performance”.
Em termos fisiológicos, durante o
“triathlon” o atleta utiliza elevadas concentrações de carboidratos e ácidos
graxos e sofre considerável grau de proteólise (Kremer & Engelhardt, 1989).
A manutenção de concentrações plasmáticas adequadas de glicose durante a prova
é obtida pela ingestão de líquidos reidratantes e de carboidratos na forma de
polímeros e/ou barras, como forma de garantir a manutenção da “performance”.
Por se tratar de uma prova longa, a utilização concomitante de ácidos graxos
como substrato energético, permite ao organismo manter a glicemia com maior
facilidade, reduzindo o “stress” provocado pela variação glicêmica e aumentando
o tempo de resistência à fadiga (Newsholme & Leech, 1983).
A alta intensidade da prova ligada à sua duração leva o atleta a
sofrer proteólise muscular. A reposição correta dos aminoácidos após a prova
tem sido fator importante na melhoria da recuperação. O consumo de lípides, por
sua vez, não é fator limitante para a “performance”, primeiro pelo seu elevado
poder energético, e também pelo fato de apresentarmos sempre estoques não
inferiores a 4 e 5% do peso corporal na forma de tecido adiposo (Gagliardi, 1996;
McArdle & Katch, 1994; McArdle et alii, 1992).
As proteínas, embora possam ser
oxidadas, não desempenham papel significativo na geração de energia durante a
atividade física, podendo, porém, gerar até 17% da energia necessária durante
atividade intensa e durante o jejum prolongado. A ingestão adequada de
proteínas para atletas de resistência deve variar entre 1,0 e 2,0 g/kg de peso
corporal, ligeiramente, superior ao RDA (Recommended Daily Allowance).
Postado por: Thais C. S. Silva
BASSIT, R. et al. Avaliação
Nutricional de Triatletas. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo, 12(1): 42-53,
jan./jun. 1998
Revista eletrônica Total Sport.
Disponível em: http://www.totalsport.com.br/colunas/bassit/ed4799.htm. Acesso em 17/05/2013.
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