Todas as funções do corpo humano e dos
vertebrados de uma maneira geral são permanentemente controladas, em estado
fisiológico, por dois grandes sistemas que atuam de forma integrada: o sistema
nervoso e o sistema hormonal (Guyton & Hall, 1997).
O sistema nervoso é responsável
basicamente pela obtenção de informações a partir do meio externo e pelo
controle das atividades corporais, além de realizar a integração entre essas
funções e o armazenamento de informações (memória). A resposta aos estímulos
(ou informações provenientes do meio externo ou mesmo do meio interno) é
controlada de três maneiras, a saber: 1) contração dos músculos esqueléticos de
todo o corpo; 2) contração da musculatura lisa dos órgãos internos e 3)
secreção de hormônios pelas glândulas exócrinas e endócrinas em todo o corpo
(Berne & Levy, 1996; Guyton &
Hall, 1997).
Diferentemente dos músculos, que são
os efetores finais de cada ação determinada pelo sistema nervoso, os hormônios
funcionam como intermediários entre a elaboração da resposta pelo sistema
nervoso e a efetuação desta resposta pelo órgão-alvo. Por isso, considera-se o
sistema hormonal o outro controlador das funções corporais (Guyton & Hall,
1997; Wilson & Foster, 1988).
A secreção hormonal também pode ser
regulada pelo controle neural, que age para evocá-la ou suprimi-la em resposta
a estímulos internos ou externos, que podem ser de origem sensorial e podem ser
percebidas consciente ou inconscientemente. Alguns hormônios, ainda, são secretados
por pulsos, ou padrões ditados por ritmos geneticamente definidos (Berne &
Levy, 1996; Guyton & Hall, 1997).
O exercício serve de estímulo para a
secreção de determinados hormônios e de fator inibitório para outros. Não se
sabe o motivo das alterações nos ritmos de secreção hormonal em todas as
glândulas nem nos seus níveis plasmáticos.
O GH estimula o fígado a secretar
pequenas proteínas chamadas de somatomedinas, ou fatores de crescimento
semelhantes à insulina. As somatomedinas e o GH atuam em conjunto, acentuando
mutuamente seus efeitos. Além disso, a quantidade deste hormônio liberada é
tanto maior quanto mais intenso for o exercício. O mecanismo pelo qual isso
ocorre é que o exercício estimula a produção de opiáceos endógenos, que inibem
a produção de somatostatina pelo fígado, um hormônio que reduz a liberação de
GH (McArdle et alii, 1988).
Por exemplo, numa sessão de treinamento de um corredor
velocista (basicamente anaeróbia), os níveis de GH normalmente atingem valores
mais altos do que numa sessão de um fundista (essencialmente aeróbica).
Especula-se que isso ocorra porque as adaptações necessárias ao primeiro envolvam
mais síntese tecidual do que as necessárias para o segundo. É comprovado, também,
que indivíduos destreinados apresentam uma liberação maior de somatotropina do
que indivíduos treinados, e que esse aumento na liberação acontece antes mesmo
do início da sessão de treinamento (para os treinados, o aumento só começa a
ocorrer de cinco a dez minutos depois do início) e é provável que seja pelo
mesmo motivo citado acima, ou seja, os indivíduos já treinados necessitam de
uma menor síntese tecidual do que os destreinados, em termos de massa muscular.
Postado por: Thais C. S. Silva
Referências:
CANALI,
E.R et al. Respostas Hormonais ao Exercício. Rev. paul. Educ. Fís., São Paulo,
15(2):141-53, jul./dez. 2001
Revista
eletrônica Efdeportes.com. Disponível em http://www.efdeportes.com/efd122/efeitos-do-exercicio-fisico-sobre-o-hormonio-do-crescimento.htm.
Acesso em 16/05/13.
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