sexta-feira, 26 de setembro de 2014

O SELÊNIO NA DIETA



Fontes de Selénio

O selênio pode ser encontrado no solo e rochas, acabando por se acumular nas plantas, e é desta forma introduzido na cadeia alimentar. O selênio está presente na maioria dos alimentos, sendo que podemos encontrar boas fontes deste elemento nos frutos secos (especialmente na castanha do Brasil), peixe, marisco, vísceras (rins ou fígado) e nas carnes. Os cereais, verduras e outros alimentos vegetais também contêm selênio, contudo, o seu teor varia de acordo com o tipo de solo a partir do qual se desenvolvem. Os solos europeus são relativamente pobres em selênio quando comparados com os de zonas como América, Canadá ou China.


Diminuição do Consumo

Nas últimas décadas, o consumo de selênio no norte da Europa tem vindo a diminuir consideravelmente. Nos anos 70, o consumo estimado era de 60-70 µg por dia, em contraposição com os consumos atuais, que se estimam rondar apenas os 30 µg por dia nas mulheres e os 40 µg por dia nos homens, constituindo cerca de metade da quantidade recomendada. Acredita-se que o motivo para esta situação pode resultar do maior consumo de trigo local, em detrimento do importado do Canadá ou América, que contém até 50 vezes mais selênio que o seu equivalente europeu. Interessantemente, nos anos 80, a Finlândia introduziu selênio nos fertilizantes e os seus níveis aumentaram na mesma proporção.

Debilidade das Defesas

Apesar do consumo de selênio ter decrescido na Europa, não se têm observado indícios óbvios de carência. Contudo, o consumo abaixo dos níveis aconselhados deste elemento pode condicionar a produção de selênio proteínas, que, por sua vez, pode afetar a reparação do ADN, reduzir as respostas imunitárias e anti-inflamatórias, como também reduzir a proteção contra doenças crônicas, como o cancro e as doenças cardiovasculares.

O Selênio e o Cancro

Recentemente, tem sido revisto o papel do selênio no desenvolvimento do cancro de forma extensiva. Apesar de existirem mecanismos plausíveis a partir dos quais as selênio proteínas podem reduzir o risco de cancro (por exemplo, na eliminação dos radicais livres que lesionam o ADN), concluiu-se existirem poucas evidências que demonstrem que os alimentos contendo selênio protegem o organismo de qualquer tipo de cancro. À excepção do caso do cancro da próstata, dado que as selênio proteínas participam na produção de testosterona, que é um importante regulador do crescimento normal deste órgão glandular.

Selénio e Doenças Cardiovasculares

A meta análise de 13 estudos observacionais sobre o papel do selênio nas doenças cardiovasculares, demonstrou uma moderada relação inversa entre o estado dos marcadores de selênio e o risco de doença cardiovascular. Contudo, estudos realizados em populações com um consumo adequado de selênio não encontraram evidências de proteção cardiovascular e os estudos suplementares não são conclusivos.


O Consumo Moderado é a Melhor Opção

Apesar do consumo de selênio na Europa ter decrescido, continua a ser suficiente para prevenir qualquer indicio óbvio de carência e mantém-se ao mesmo nível de muitas outras áreas do mundo. Níveis de selênio proteínas parecem alcançar o seu valor máximo facilmente com um consumo alimentar normal, e não aumentam com a ingestão de suplementos de selênio. Estes dados estão de acordo com estudos recentes, em que suplementos de antioxidantes não representam nenhum benefício claro no consumo adicional de selênio de origem não alimentar. Com uma dieta equilibrada, a maioria da população obtém o selênio necessário através dos alimentos.

Postado por: Flávio Faitarone

Fonte: EUFIC

Nenhum comentário:

Postar um comentário