A linhaça (Linum usitatissimum L.) é
a semente do linho e tem várias aplicações, podendo ser usada como
matéria-prima para produção de óleo e farelo. O óleo é usado pelas indústrias
na fabricação de tintas, vernizes e resinas, já o farelo é vendido para
fábricas de rações animais. Também estão em desenvolvimento processos que
incluem o óleo de linhaça em rações, de forma que os produtos para consumo
humano como a carne, ovos, leite, possam estar enriquecidos com ácidos graxos
ω3. As sementes também são utilizadas como complemento alimentar, sendo
adicionadas a pães, bolos e biscoitos ou ainda misturadas cruas aos alimentos.
Principais componentes: excelente
fonte de fibras. Possui tanto fibras solúveis quanto insolúveis. Rica em ácidos
graxos essenciais, com elevado teor de lipídios (32 a 38%), sendo que destes 50
a 55% são do ácido graxo insaturado α-linolênico (18:3n-3), pertencente à
família ômega 3. Contém ainda ácido linoléico (da família ômega 6) e ácidos
graxos monoinsaturados e saturados.
A linhaça marrom tem a semente escura,
nativa da região mediterrânea, já está adaptada ao solo brasileiro, onde se
adaptou por causa do clima quente. Por isso é mais fácil encontrá-la no mercado
brasileiro e com preço menor. Comparada com a dourada, a casca é um pouco mais
resistente. Quanto aos nutrientes, não perde nada para a outra variedade.
A semente de linhaça dourada é bem
mais difícil de ser encontrada no Brasil, já que ela aprecia climas frios.
Geralmente é importada do Canadá. Seu sabor é mais suave do que o da escura.
A linhaça deve ser consumida na forma triturada, pois a sua casca é bastante resistente e passa pelo intestino intacta. Porém, os ácidos graxos da linhaça são susceptíveis à oxidação, então, a forma que é comercializada já triturada pode não já não conter as substâncias que dão o título de alimento funcional. Assim, é necessário triturar a linhaça logo antes do consumo, para que haja absorção e disponibilidade de todos seus componentes.
Seu óleo é um dos alimentos mais
ricos em ômega 3 da natureza (cerca de 57%) e de ômega 6. A relação ideal entre
ômega 3 e ômega 6 é de 1:4 respectivamente, enquanto o óleo vegetal de linhaça
apresenta uma relação de 1:3, muito próxima do ideal. Essa presença balanceada permite
a produção das prostaglandinas, que são corpos biologicamente muito ativos e
importantes que agem como removedoras do excesso de sódio nos rins, diminuindo
assim a retenção de líquidos, o que alivia os sintomas do período
pré-menstrual. A alta taxa de ômega 3 faz da linhaça um alimento de caráter
preventivo à saúde, sendo um importante agente antioxidante e renovador
celular.
Além disso, a linhaça é a maior fonte
alimentar de lignanas, um fitoesteróide que "imita" a ação do
estrógeno. A lignana é muito importante no período da menopausa, quando as
taxas desse hormônio são baixas, sendo ela um importante agente natural na
reposição desse hormônio. A lignana "engana" os receptores de
estrógeno e se acopla a eles. Tratando-se de um óleo vegetal natural, os
fitoesteróides têm uma ação fraca em relação ao estrógeno, não tendo ação
negativa sobre o tecido mamário. Sendo assim, a lignana é uma substância
importante na prevenção do câncer de mama, por neutralizar a ação do estrógeno
sobre esse tecido.
A linhaça é um alimento funcional,
porém, seu grande consumo não é considerado bom porque pode impedir absorção de
outras substâncias essenciais. A linhaça dourada e marrom não tem diferença em
relação aos constituintes, apenas em relação ao valor, pois a linhaça dourada
por ser importada é a mais cara. A linhaça comercializada em forma de farinha
não é uma boa opção, pois seus constituintes podem ter sido oxidados e as
propriedades funcionais do alimento não existirem mais, apesar de ser mais cara
também. E a linhaça em forma de grãos não é absorvida pelo intestino, o ideal é
triturar.
Fonte: http://bromatopesquisas-ufrj.blogspot.com.br/2011/12/linhaca-dourada-ou-marrom-moida-ou.html
Por: Lais R.R. Oliveira & Melissa Mei
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