No placar da saúde, os benefícios da prática
esportiva são incomparavelmente maiores que os riscos. Mas estes existem – e
podem ser evitados com cuidados simples.
A busca de uma vida mais saudável, um corpo
mais atraente ou simplesmente o espírito esportivo contagiado por eventos como
a Copa do Mundo tem feito crescer o número de pessoas que praticam esportes e
atividades físicas. É um fato muito positivo.
Estudos nas mais diversas áreas da medicina
atestam seus efeitos favoráveis para a saúde. Mas os consultórios também estão
repletos de exemplos dos riscos a que estão expostos atletas – iniciantes ou
veteranos, habituais ou esporádicos – que não respeitam seus limites, ignoram
problemas físicos ou não observam cuidados básicos como boa alimentação,
alongamento, hidratação e, quando necessário, suporte médico. Aí, em vez de
benefícios, o esporte pode trazer problemas de torções, distensões, tendinites,
dores, fadigas musculares e até doenças mais graves, como as cardiovasculares e
as hérnias de disco.
Para garantir a relação entre esporte e saúde
é necessário, antes de tudo, que a pessoa faça uma análise de seu perfil e
verifique se a atividade/modalidade esportiva, o ritmo e a intensidade são
adequados. Um sedentário não vira um atleta de uma hora para outra. Um obeso
vai se beneficiar do exercício físico, mas terá de fazer a escolha certa, pois
o excesso de peso favorece lesões nos músculos e articulações. Melhor começar
com atividades na água, como natação e hidroginástica. O aconselhamento
nutricional associado ao início das atividades também é indicado para que a
perda de peso ocorra forma progressiva e adequada, evitando-se dietas que
restrinjam demais o consumo de carboidratos, o que pode provocar perda de massa
muscular.
Mesmo quem já pratica exercícios não pode
alçar vôos maiores sem estar preparado. Quem corre alguns quilômetros, por
exemplo, tem de se preparar por meses se decidir que quer encarar uma maratona.
Outro erro grave é compensar a semana de sedentarismo suando a camisa no sábado
e domingo. Nesses casos, melhor é trocar o futebol ou a corrida por uma
caminhada.
O limite do esforço físico pode ser medido de
maneira simples: a capacidade de falar durante sua execução. Se a fala estiver
entrecortada, é hora de parar. Além disso, treinamento exige descanso para que
o corpo se recupere. Sentir alguma dor é normal, é a resposta do organismo ao
exercício que trabalhou o músculo. Mas essa dor deve desaparecer no dia
seguinte. Se perdurar mais tempo, pode ser indício de lesão O correto é que os
exercícios sejam progressivos, regulares e acompanhados de pelo menos 20
minutos de alongamento. Para iniciantes, a American Heart Association e o
American College of Sports Medicine sugerem 30 minutos de atividade moderada, 5
vezes por semana.
Para uma avaliação preliminar, há testes que
podem auxiliar, como PAR-Q (Physical Activity Readiness Questionnaire).
Desenvolvido pela Canadian Society for Exercise Physiology, ele traz perguntas
simples, que orientam sobre a eventual necessidade de avaliação médica mais
rigorosa. Testes ergométricos são indicados pela Sociedade Brasileira de
Medicina do Esporte para homens com mais de 35 anos, mulheres com mais de 45 e
pessoas que se dedicam a atividades de maior esforço. Os casos de morte súbita
de atletas profissionais, em geral associados a doenças cardiovasculares não
diagnosticadas ou negligenciadas, são um alerta também para os
não-profissionais. Aterosclerose, hipertensão e arritmias, entre outras,
demandam orientação médica específica.
Mas esporte combina mesmo é com saúde. Entre
as pessoas que praticam atividade física regular é menor a incidência de doenças
cardiovasculares, hipertensão, acidente vascular cerebral, câncer de cólon,
mama, próstata, pulmão etc. Os males do sedentarismo superam, e muito,
eventuais complicações advindas da prática esportiva. Portanto, o melhor é
adotar os cuidados básicos e aproveitar tudo de bom que o esporte e a atividade
física proporcionam.
Fonte: http://www.einstein.br/einstein-saude/pagina-einstein/Paginas/praticar-esportes-faz-bem-a-saude-mas-pode-trazer-serios-riscos.aspx
Por: Laís R.R. Oliveira
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