A saliência na barriga não é a única
consequência da alimentação desequilibrada, calórica e perigosa à saúde.
Embaixo da camisa apertada e da calça que não fecha pode estar um excesso de
gordura invisível aos olhos, que encobre o fígado e causa uma doença silenciosa,
a esteatose hepática.
Embora o Ministério da Saúde não tenha
estatísticas oficiais sobre a incidência da doença no país, os dados existentes
sobre a saúde do brasileiro mostram que boa parte da população está no alvo da
esteatose: 48% dos brasileiros têm excesso de peso, um em cada cinco é fumante
e 27% dos homens ingerem mais de quatro doses de bebida cada vez que decidem
ingerir álcool.
A doença hepática gordurosa do fígado
associa-se intimamente ao estilo de vida presente nas grandes cidades. Isso
indica que de mãos dadas com a esteatose estão a falta de atividades físicas, o
tabagismo e o consumo exagerado de bebidas alcoólicas, além da dieta rica em
gorduras e produtos industrializados.
O consumo de gordura diário não pode
ultrapassar 30% do valor calórico total de uma dieta. Quem consome quantidades
elevadas de gordura na dieta, mesmo que sejam as chamadas gorduras saudáveis, podem
desenvolver esteatose hepática. O tipo mais perigoso, no entanto, é a gordura
trans, porque é a que mais induz depósito de gordura no fígado. Ela é
encontrada em biscoitos, salgadinhos, pão de queijo, folhados e outros tipos de
alimento.
Essa relação com hábitos nada saudáveis
também explica como é formado o grupo de maior risco para desenvolver a doença.
Os obesos, os diabéticos (do tipo 2) e os homens (mais numerosos do que as
mulheres entre os fumantes e os dependentes de bebidas alcoólicas) são maioria
entre os pacientes.
Apesar de a doença afetar o fígado – um órgão
importante no metabolismo do organismo – a esteatose não costuma dar sinais
sobre sua presença. Geralmente não há sintomas. Em casos raros há o relato de
um desconforto na região do abdome. Por isso, o diagnóstico é difícil.
Diagnóstico
O diagnóstico da doença é feito com o auxílio
de exames como ultrassonografias, biópsias ou ressonâncias magnéticas. Esses
exames detectam alterações nas células hepáticas e na textura do órgão. Em
alguns casos, a esteatose hepática pode evoluir para cirrose e câncer de fígado.
Além disso, quando não tratada, a doença pode evoluir para hepatite ou até
resultar na falência do órgão.
Tratamento
O tratamento é realizado com medicamentos,
mas a mudança no estilo de vida é fundamental para reverter as lesões no
fígado. Abstinência de bebida alcoólica, perda de peso, controle do diabetes,
tratamento da dislipidemia (níveis elevados de colesterol e triglicérides) são
medidas de tratamento da doença. Alguns medicamentos como metformina e vitamina
E podem ser utilizados, porém, sem as medidas anteriores, eles não são muito
efetivos.
Mudar os hábitos alimentares é essencial para
o sucesso do tratamento. É preciso adequar a dieta e reduzir a ingestão de
gordura. A atenção também vai para o consumo excessivo de frutose e sacarose: o
fígado não consegue queimar todo esse açúcar e ele é convertido em gordura.
A esteatose hepática pode ser evitada, assim
como suas perigosas consequências. Para isso, é importante seguir uma dieta
adequada, realizar atividades físicas, controlar o peso e o diabetes (caso
tenha a doença), evitar o consumo exagerado de bebidas alcoólicas, não recorrer
à automedicação e realizar exames de saúde preventivos. Seguindo essa receita é
muito grande a chance de manter essa inimiga silenciosa longe de você.
Fonte: http://www.einstein.br/einstein-saude/pagina-einstein/Paginas/a-perigosa-gordura-no-figado.aspx
Por: Laís R.R. Oliveira
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