quarta-feira, 30 de março de 2016

Vegetarianos e execício físico



A dieta vegetariana é muito mais do que apenas mais um regime e pode estar associada a uma mudança de estilo de vida, uma filosofia ou até à religião escolhida pelo indivíduo, e por isso faz-se necessário respeitar.

O vegetarianismo não se baseia apenas em comer exclusivamente alimentos de origem vegetal, mas sim evitar qualquer tipo de alimento que tire a vida de um animal ou que possa trazer a este algum tipo de sofrimento. Algumas vertentes, mais radicais, evitam o consumo de ovos e os laticínios (leite e derivados) e não utilizam nada que sejam provenientes de animais, até mesmo cápsulas gelatinosas de determinados medicamentos/suplementos.

No caso de praticantes de atividade, que buscam melhora de desempenho e/ou ganho de massa muscular, acredita-se que a falta de proteína de origem animal pode dificultar na busca pelos objetivos estabelecidos, mas uma dieta bem ajustada associada à suplementação têm demonstrado bons resultados.

Pesquisas experimentais em humanos indicam que vegetarianos e não vegetarianos apresentam capacidade aeróbica semelhante. Em relação ao desempenho em atividades de força e potência muscular, as pesquisas são escassas, mas as existentes não apontam diferenças significativas.

Vários estudos já têm comprovado o benefício de uma dieta vegetariana para o coração e até na melhora do desempenho em determinados tipos de esporte.

A dieta vegetariana geralmente é pobre em gordura e isenta de colesterol, além de conter uma quantidade maior de fibras, fatores alimentares associados a uma boa saúde cardiovascular. Também se verifica neste tipo de alimentação uma maior ingestão de ácido fólico, o qual contribui para a diminuição de homocisteína na corrente sanguínea, sendo esta associada a um aumento no risco de doenças cardiovasculares.
                                                                                         
Porém, os essa filosofia de vida está associada a deficiências nutricionais. Entre os elementos que geralmente são deficientes, temos o ferro, o cálcio, o zinco, a vitamina B12 e a vitamina D.
Outro elemento que deve ser levado em consideração na dieta de pacientes vegetarianos é o ômega 3 proveniente do peixe. Apesar de haver a linhaça e chia, que também são fontes alimentares, porém de baixo valor biológico.

Mas falando em ganho de massa muscular, as necessidades de proteína de um paciente que visa o ganho de massa muscular podem ser ajustadas utilizando-se as fontes de proteína vegetal, entre elas temos a soja, a quinoa e o amaranto.

Quando ao desempenho em atividades desportivas, já existem trabalhos consolidando os benefícios da dieta vegetariana no desempenho. Mas ainda são poucos trabalhos que associam a dieta vegetariana ao ganho de massa muscular. Ajustando corretamente a dieta para que seja hipercalórica e hiperproteica, e adequando a suplementação sempre que está for necessário, é possível sim adquirir ganho de massa muscular. Lembrando que o ganho de massa muscular é um conjunto de elementos que envolvem um bom treino, um bom sono e o descanso adequado.

Um atleta pode planejar sua alimentação tendo por base os exercícios. O que deve ser comido antes, logo depois e um tempo após a atividade física. Esse planejamento é importante para evitar perdas de nutrientes e manter o corpo com energia.

Como vegetarianos e veganos tendem a consumir pouca ou nenhuma fonte de creatina, atletas e praticantes de atividade física intensa podem precisar de suplementação com creatina mono-hidratada.

O cardápio sem alimentos de fonte animal deve fornecer todos os nutrientes necessários, bem como ser individualizado, levando em conta diversos fatores: doenças crônicas não transmissíveis, idade, sexo, perda de peso, hipertrofia, etc.

Portanto, fica a importância do paciente vegetariano ter o acompanhamento de um profissional nutricionista para que a sua dieta seja adequada às suas necessidades, contribuindo assim para que o mesmo não venha a desenvolver carências nutricionais e possa desenvolver muito bem o seu treinamento.




Por Mariane Bernardo e Wesla Sousa

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