A
dieta vegetariana é muito mais do que apenas mais um regime e pode estar associada
a uma mudança de estilo de vida, uma filosofia ou até à religião escolhida pelo
indivíduo, e por isso faz-se necessário respeitar.
O
vegetarianismo não se baseia apenas em comer exclusivamente alimentos de origem
vegetal, mas sim evitar qualquer tipo de alimento que tire a vida de um animal
ou que possa trazer a este algum tipo de sofrimento. Algumas vertentes, mais
radicais, evitam o consumo de ovos e os laticínios (leite e derivados) e não
utilizam nada que sejam provenientes de animais, até mesmo cápsulas gelatinosas
de determinados medicamentos/suplementos.
No
caso de praticantes de atividade, que buscam melhora de desempenho e/ou ganho
de massa muscular, acredita-se que a falta de proteína de origem animal pode
dificultar na busca pelos objetivos estabelecidos, mas uma dieta bem ajustada
associada à suplementação têm demonstrado bons resultados.
Pesquisas experimentais em
humanos indicam que vegetarianos e não vegetarianos apresentam capacidade
aeróbica semelhante. Em relação ao desempenho em atividades de força e potência
muscular, as pesquisas são escassas, mas as existentes não apontam diferenças
significativas.
Vários estudos já têm
comprovado o benefício de uma dieta vegetariana para o coração e até na melhora
do desempenho em determinados tipos de esporte.
A dieta vegetariana
geralmente é pobre em gordura e isenta de colesterol, além de conter uma
quantidade maior de fibras, fatores alimentares associados a uma boa saúde
cardiovascular. Também se verifica neste tipo de alimentação uma maior ingestão
de ácido fólico, o qual contribui para a diminuição de homocisteína na corrente
sanguínea, sendo esta associada a um aumento no risco de doenças
cardiovasculares.
Porém, os essa filosofia de
vida está associada a deficiências nutricionais. Entre os elementos que
geralmente são deficientes, temos o ferro, o cálcio, o zinco, a vitamina B12 e
a vitamina D.
Outro elemento que deve ser
levado em consideração na dieta de pacientes vegetarianos é o ômega 3
proveniente do peixe. Apesar de haver a linhaça e chia, que também são fontes
alimentares, porém de baixo valor biológico.
Mas falando em ganho de
massa muscular, as necessidades de proteína de um paciente que visa o ganho de
massa muscular podem ser ajustadas utilizando-se as fontes de proteína vegetal,
entre elas temos a soja, a quinoa e o amaranto.
Quando ao desempenho em
atividades desportivas, já existem trabalhos consolidando os benefícios da
dieta vegetariana no desempenho. Mas ainda são poucos trabalhos que associam a
dieta vegetariana ao ganho de massa muscular. Ajustando corretamente a dieta
para que seja hipercalórica e hiperproteica, e adequando a suplementação sempre
que está for necessário, é possível sim adquirir ganho de massa muscular.
Lembrando que o ganho de massa muscular é um conjunto de elementos que envolvem
um bom treino, um bom sono e o descanso adequado.
Um atleta pode planejar sua
alimentação tendo por base os exercícios. O que deve ser comido antes, logo
depois e um tempo após a atividade física. Esse planejamento é importante para
evitar perdas de nutrientes e manter o corpo com energia.
Como vegetarianos e veganos
tendem a consumir pouca ou nenhuma fonte de creatina, atletas e praticantes de
atividade física intensa podem precisar de suplementação com creatina
mono-hidratada.
O cardápio sem alimentos de
fonte animal deve fornecer todos os nutrientes necessários, bem como ser
individualizado, levando em conta diversos fatores: doenças crônicas não transmissíveis,
idade, sexo, perda de peso, hipertrofia, etc.
Portanto, fica a importância
do paciente vegetariano ter o acompanhamento de um profissional nutricionista
para que a sua dieta seja adequada às suas necessidades, contribuindo assim
para que o mesmo não venha a desenvolver carências nutricionais e possa
desenvolver muito bem o seu treinamento.
Por Mariane Bernardo e Wesla Sousa
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